25 fevereiro 2010

CTT RECOLHEM BENS ESSENCIAIS PARA A MADEIRA

Os Correios estão a aceitar desde terça-feira o envio gratuito de bens essenciais para fazer face à tragédia que assolou a Madeira, no último fim-de-semana.
A caixa solidária está disponível em todas as 900 estações de correios do país. As pessoas que queiram ajudar os madeirenses têm apenas de pedir uma destas caixas no balcão dos CTT e escrever a palavra «MADEIRA» no espaço do destinatário, sendo que a encomenda está livre de qualquer imposto de selo.
Não é preciso selo nem mais morada e o envio é grátis. Os CTT tratam de entregar os bens.
A população madeirense necessita de lençóis, cobertores, mantas, almofadas, roupa interior masculina, feminina e infantil, roupa em geral, produtos de higiene, fraldas, leite em pó, comida para bebé e enlatados.
As caixas solidárias vão chegar à Caritas da Madeira que, por sua vez, tratará de gerir os bens oferecidos, tendo em conta os pedidos de ajuda. O apoio reverterá também para outras instituições como a Associação Protectora dos Pobres, a Delegação Regional ds Abraço no Funchal, a ADENORMA (Associação para o Desenvolvimento da Costa Norte da Madeira) e o núcleo regional da ACREDITAR (Associação de Pais e Amigos das Crianças com Cancro), na Madeira.
A campanha está integrada no Projecto de Luta contra a Pobreza e a Exclusão Social, promovido pelos CTT. O projecto incentiva qualquer cidadão a praticar boas acções, ao poder enviar, sem custos, bens essenciais para cerca de 30 instituições de solidariedade social.

Musgo no telhado

Foto de A. Domingos Santos

24 fevereiro 2010

Canoagem no Ceira

No último sábado a Eira tinha um movimento anormal com as dezenas de praticantes de canoagem que iam chegando dos mais variados pontos do país. A névoa matinal já se tinha dissipado e dado lugar a um Sol radioso. Depois no rio, na placa, davam-se os últimos retoques nos preparativos e algumas instruções necessárias antes da descida.
Passado o primeiro obstáculo fez-se concentração junto ao velho moinho da ponte. Um belo colorido a que já nos habituámos.
Ultrapassar o salto da Cortada nem sempre é fácil mas depois rio abaixo a calma voltou ao pelotão.
A chegada à bonita aldeia da Candosa proporciona sempre fotos espectaculares em que o leito do rio parece ficar coberto de estrelas à passagem dos canoístas.
Mais um salto no açude junto à velha serração movida pela força das águas (em outros tempos).
Sem sobressaltos de maior a descida terminou na Cabreira e a boa disposição era evidente.
O Carlos Dias foi o cozinheiro de serviço (com muitos ajudantes) e a tachada de "rancho" levará o mesmo caminho que já levou a da sopa. A antiga Escola encheu-se de alegria e boa disposição e no ar ficou a promessa de voltarem mais vezes. À "Kompanhia das Águas", Mário Martins, Carlos Dias, Pedro Carvalho e a todos os que participaram, o nosso muito obrigado por terem vindo. As nossas aldeias e as nossas gentes ficam mais felizes e mais alegres com a vossa presença. UPFC Fotos de A. Domingos Santos
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Entrudo Tradicional nas Aldeias do Xisto

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Em Góis, a Terça-feira de Carnaval viveu-se na Aigra Nova, uma das Aldeias de Xisto do concelho com um Entrudo Tradicional, animado com rasgadas quadras à desgarrada acompanhadas pelo Grupo de Concertinas de Góis.
A Câmara Municipal de Góis, ofereceu o almoço a todos os visitantes e participantes, tendo estado representada pela Sra. Presidente, Drª Maria de Lurdes Castanheira e pelo Sr. Vice-Presidente, Dr. José Rodrigues. No passado, vivia-se de forma simples, com roupas e objectos velhos, algo que disfarçasse o corpo e o rosto. Brincava-se… Ia-se às aldeias vizinhas e tudo era permitido: declamar quadras jocosas sobre os habitantes, atormentar as velhas e seduzir as novas, enfim, pregar partidas. Hoje pretende-se reviver esses momentos de folia, divulgando assim a riqueza do nosso património cultural, em particular das Aldeias de Góis. Para quem queira e possa participar basta mascarar-se à Entrudo, de forma simples, com roupas e objectos velhos, recriando as brincadeiras vividas em tempos pelos habitantes das aldeias de Góis. Já no dia 12 de Fevereiro, a folia do Entrudo à Moda Antiga teve destaque na RTP 1, no programa Portugal no Coração, apresentado por Tânia Ribas de Oliveira e João Baião, com directos da Aldeia das Aigras, apresentados pela simpática Cristina Alves e onde estiveram presentes artesãos locais, o Grupo de Concertinas de Góis e o Rancho As Sachadeiras da Várzea. Numa iniciativa da Lousitânea a organização contou com todo o apoio logístico do Município de Góis no que se refere a almoço, transportes e recursos humanos. in Jornal de Arganil edição online 24-02-2010

Centro de Saúde de Gois

Autarquia de Góis - Tudo fará para manter o SAP a funcionar Perante o manifesto de insatisfação e revolta da população goiense, face ao temor do encerramento do Serviço de Atendimento Permanente (SAP) no Centro de Saúde, em Góis e à manifesta preocupação no que se refere também ao encerramento das extensões de saúde, nas diversas freguesias do concelho de Góis, o jornal O VARZEENSE foi falar com a presidente da Câmara Municipal de Góis e apurou que, no que depender da autarquia goiense, esta tudo fará para manter os serviços em funcionamento e prestar um bom serviço de saúde à população. Receosa com o encerramento do SAP, a presidente da Câmara Municipal de Góis, Dra. Maria de Lurdes Castanheira, referiu que, ainda em 2009, reuniu com as pessoas que estão legitimadas para decidir sobre a problemática do encerramento ou não do SAP, nomeadamente: Administração Regional de Saúde do Centro, Director do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Interior Norte, Dr. António Sequeira e com o Coordenador da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados de Góis, Dr. Carvalheiro, tendo-lhe estes assegurado que nada seria decidido sem o município ser ouvido. A edil mostrou-se disponível para colaborar de forma a manter o SAP em funcionamento e as extensões de Saúde existentes no concelho e realçou as dificuldades geográficas desta região, com grandes distâncias e difíceis acessibilidades, com poucos meios de transporte e uma população envelhecida. Lurdes Castanheira admite que, numa óptica economicista, poderia ser mais rentável encerrar o SAP, todavia, na opinião da presidente de Câmara "em primeiro lugar temos que olhar às necessidades da população, de forma a prestar um bom serviço de saúde" e a necessidade de se deslocarem a Arganil durante o período nocturno é, na sua opinião, extremamente difícil para a população goiense. Muito preocupada com a situação, a presidente da Câmara referiu ainda ao nosso jornal que, se o SAP encerrar obrigará consequentemente ao encerramento do Centro Municipal Rosa Maria, em Góis, o que, na sua óptica seria muito preocupante, pois colocaria em risco, para além de um serviço essencial à população alguns postos de trabalho. "A autarquia já disponibilizou um orçamento de 50 mil euros para auxiliar no funcionamento do Centro Municipal", acrescentou. As extensões de Saúde são outra preocupação da autarca, que confessou: "a autarquia tem sido uma parceira activa que tem colmatado todas as dificuldades apresentadas" e exemplificou: "na extensão de Saúde de Vila Nova do Ceira foi resolvido o problema da acessibilidade, na de Cortes foi solicitado sistema informático com acesso à Internet, que, de imediato foi solucionado e "continuamos receptivos a ser parceiros de forma a prestar o melhor serviço às populações", assegurou. A presidente da Câmara Municipal acrescentou ainda que, logo que tomou conhecimento da necessidade de pessoal auxiliar, para exercer funções no Centro de Saúde, disponibilizou, de imediato, duas funcionárias que se encontram a prestar serviço na área da educação até que sejam solicitadas pelos serviços dê saúde. Alguns presidentes de Junta também foram ouvidos e partilham de igual opinião, afirmando estarem receptivos a serem parceiros de forma a manterem as extensões de saúde em funcionamento. Em conversa com o Director do Agrupamento de Centros de Saúde Pinhal Interior Norte, Dr. António Sequeira, apurámos que, o sistema de saúde encontra-se em fase de reorganização, com vista a conseguir prestar um melhor serviço à população, pelo que, foi solicitado ao Coordenador da Unidade de Saúde de Góis, Dr. Carvalheiro, para efectuar um estudo exaustivo sobre a caracterização da população, suas patolo-gias, situação geográfica e transportes, no concelho de Góis, de forma a encontrar a melhor resposta. Todavia, o Dr. António Sequeira acrescentou que "o encerramento do SAP é uma matéria que não se encontra em cima da mesa" e que nada será decidido sem previamente haver um estudo concluído, ouvindo a Câmara Municipal e as Juntas de Freguesia, de forma a encontrar a resposta mais adequada aos anseios da população. Tentámos ainda falar com o Dr. Carvalheiro, para saber em que fase se encontra o estudo, todavia, até ao fecho da edição do jornal, não foi possível conversar com o Coordenador da Unidade de Saúde de Góis. In O Varzeense, 15/02/2010

23 fevereiro 2010

Folhas Soltas de Cadafaz por A. Silva

. Lar da Freguesia do Cadafaz – Ficção ou Realidade
Se ficção, já são episódios demasiados repetidos, visto que já duram há cerca de 13 anos publicados em artigos, discursos, promessas e algumas verbas certamente despendidas. Quanto à realidade ela não existe, e continuamos na ilusão da esperança. Em 1997 num almoço na Escola antiga de Cadafaz foi anunciado um Lar em Cadafaz com capacidade para 10 residentes cujo local seria a última Escola Primária já desactivada. Desse projecto constavam seis Entidades altamente credíveis e que seria o 1º Projecto a beneficiar da LEADER II. Em 1999 elementos que na altura faziam parte dos Compartes, anunciavam o apoio aos Lares da freguesia e à construção do Lar de Nª SRª das Neves na sede de freguesia. Nestes intervalos foi funcionando um Centro de Dia pela Cáritas na Casa Paroquial pós obras de recuperação, cujo Centro se encontra hoje semi-desactivado, sendo actualmente o serviço servido pelo Centro de Dia Padre Anselmo da freguesia do Colmeal. Anos depois começaram obras de interiores e apetrechamento mobiliário na Escola, e em Novembro de 2005 foi anunciado um almoço de angariação de fundos e parece que a inauguração do Lar ou Extensão. No entanto, até hoje e após a tal inauguração ilusionista nada funcionou. Pensamos: - Afinal qual será a função ou aproveitamento de tal espaço? Não posso deixar de louvar a boa vontade e o exaustivo esforço dos elementos que trabalharam para a sua concretização mas, qualquer coisa falhou e acabamos com mais uma das obras feitas para nada servir, aliás temos mais. No entanto, os episódios continuaram e um mês depois, em Dezembro de 2005, surgia grande noticia na imprensa regional sobre: “O Lar da Freguesia do Cadafaz na Cabreira vai ser uma realidade”, anunciando nomes de uma Comissão Pro-Lar etc. Mais uma vez acreditámos, porque a freguesia é um todo e não só esta ou aquela povoação (pelo menos era assim) e, seja ele feito onde quiserem, até na Relvas, uma localização panorâmica belíssima e espaço, dando até vida àquelas ruínas. Porém as versões têm continuado cada vez mais variadas, surgindo de vez em quando na ribalta, o Lar da freguesia da Cabreira e em 2009 uma possível Residencial. Perante toda esta história triste, algo nos assalta o pensamento e nos leva a reflectir: Se todos os recursos monetários obtidos na margem esquerda do Rio Ceira desde há alguns anos (pelo menos) não será ainda suficiente para a concretização de uma obra que perdura, ou seja o Lar da freguesia ou residencial? E aqui não posso deixar de expressar o meu respeito por todos aqueles que já partiram, levando consigo a esperança que sempre tiveram ao acreditar nas pessoas e nas instituições que têm, passado todos estes anos apregoar aos quatro ventos promessas e certezas, enfim tudo o que é possível dizer, quando não se tem a certeza de nada.
Cadafaz, Janeiro de 2010 in O Varzeense, de 15 de Fevereiro de 2010

Campeonato Nacional de Pesca 2010

Provas de Promoção da Modalidade
O Município de Góis, na qualidade de entidade gestora das Concessões de Pesca Desportiva da Vila de Góis, do Colmeal/Cadafaz e da Ribeira do Sinhel, informa os Sr.s Pescadores que nas datas abaixo indicadas, devido à ocorrência dos Campeonatos Nacionais de Pesca, não vai ser possível a venda das licenças de pesca para as referidas concessões. .
Vila de Góis Isco Artificial – Prova Promoção 20 e 21 de Fevereiro
Vila de Góis Isco Artificial - Campeonato Nacional 27 e 28 de Fevereiro
Vila de Góis Isco Artificial - Campeonato Nacional 6 e 7 de Março
Colmeal/ Cadafaz Pesca à Pluma – Prova Promoção 13 e 14 de Março
Gratos pela compreensão.
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A entidade gestora
Município de Góis, 19 de Fevereiro de 2010

22 fevereiro 2010

Artur em directo

Artur Domingos da Fonte agradece muito comovido o prémio que lhe foi atribuído pelo maior tortulho do concurso e por ter entrado para o Guiness (os óculos escuros escondem as lágrimas...). Fotos de A. Domingos Santos

20 fevereiro 2010

Receitas da Freguesia do Colmeal

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Bolo de Sumo de Laranja
- 8 Ovos
- 3 Canecas de açúcar
- 2 Canecas e meia de farinha
- ½ Caneca de farinha Maizena
- 15 Colheres de sopa de sumo de laranja
- 1 Colher de chá de fermento
Ligue o forno a 180 º C. Unte uma forma com manteiga e polvilhe-a com farinha.
Bata as gemas, o açúcar, o sumo de laranja e o fermento.
À parte, levante as claras em castelo.
Acrescente uma caneca de farinha ao preparado e mexa. Seguidamente adicione um pouco de claras, um pouco de farinha e mexa. Faça este procedimento sucessivamente até acabar a farinha e as claras. Envolva bem e disponha a massa obtida, imediatamente na forma.
Leve-a a cozer durante 30 minutos.
Decorrido o tempo, retire o bolo do forno e desenforme-o.
A receita apresentada (Bolo de Sumo de Laranja) foi disponibilizada por uma anónima residente no Colmeal

19 fevereiro 2010

Comissão de Melhoramentos de Malhada e Casais

Amigo Malhadense e sócio da CMMC, Convidamo-lo a estar presente no próximo Sábado, 27 de Fevereiro de 2010, na Casa do Concelho de Góis, Rua de Santa Marta, 47 - r/c dto, em Lisboa, para a nossa Assembleia Geral de 2010. A reunião será iniciada às 15h e em cima da mesa estarão os seguintes assuntos:
• Apreciação e votação do relatório e contas do ano anterior
• Debate de assuntos de carácter associativo e regionalista
• Eleição dos corpos gerentes da CMMC para o ano de 2010 Apareça e analise connosco as ideias para ajudar as nossa aldeias. Saudações Malhadenses! http://malhadaecasais.blogspot.com/

17 fevereiro 2010

Neve na estrada Carvalhal-Rolão

Armadas em aventureiras, eu e a Paula, a minha irmã, resolvemos ir até ao Rolão para "in loco" contactar com esta maravilha.
Cila Barata

«Limpar Portugal» já conta com 30 mil voluntários

O objectivo deste movimento é recolher os detritos deixados nas florestas
O Movimento Limpar Portugal já recebeu mais de 30 mil inscrições de voluntários para limpar detritos deixados na floresta portuguesa, a 20 de Março, informa a Lusa.
«Temos mais de 30 mil inscrições na nossa rede social na Internet, algumas delas representando associações ou clubes», declarou Paulo Pimentel Torres, um dos promotores da iniciativa, acrescentando que contam com a presença de 100 a 250 mil pessoas para limpar as florestas portuguesas.
De acordo com Paulo Pimentel Torres, o objectivo desta iniciativa é «fazer com que as pessoas se alertem, se eduquem, saibam que há serviços do Estado para remover monos e que não é preciso deitá-los para o meio da floresta».
Entre os lixos mais comuns estão resíduos industriais não perigosos e certos tipos de lixos domésticos, como entulhos de pequenas obras, que levam as pessoas a despejarem-nos nas florestas para evitarem pagar pela sua eliminação.
Entre os apoiantes deste movimento estão mais de 100 câmaras municipais, centenas de juntas de freguesia e também uma centena de escolas, que estão a abordar o tema com os alunos.
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in TVI24 de 17-02-2010

Neve no Carvalhal

Neste fim de semana estive no Carvalhal e, na 2ª feira, quando acordei e olhei através da janela do meu quarto, vi este belo espectáculo!
Cila Barata

16 fevereiro 2010

GÓIS – GARANTIA É DADA PELA ARSCENTRO

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Extensões de saúde não vão encerrar
As três extensões de saúde do concelho de Góis não irão encerrar, garante a ARSCentro. A transferência de quatro administrativas não está relacionada com qualquer fecho. A transferência de quatro auxiliares administrativas do Centro de Saúde de Góis para a Lousã motivou, por parte da população, desconfiança em relação ao encerramento das extensões de saúde existentes no concelho.
Num comunicado enviado aos órgãos de comunicação social, por parte da Comissão de Melhoramentos de Cortes, pode ler-se que esta transferência “pode ser simples organização de trabalho, mas os rumores afirmam tratar–se do fim anunciado das extensões de saúde do concelho. E infelizmente, nos últimos tempos, os rumores concretizam-se quando se trata de encerrar serviços na freguesia de Alvares”. Ontem, ao DIÁRIO AS BEIRAS, Antonino dos Prazeres Antunes deu conta da preocupação da população “e do receio que há quanto ao fecho de todas as extensões de saúde”. O DIÁRIO AS BEIRAS, em contacto com a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC), teve a garantia que “não há qualquer indicação de encerramento e tal não se equaciona”. Aliás, a ARS “desmente” qualquer afirmação que seja feita nesse sentido. No concelho de Góis encerraram, há vários anos, as extensões de saúde de Cadafaz e Colmeal. Contudo, as de Vila Nova do Ceira, Alvares e Cortes “não encerrarão”, disse fonte da ARSCentro. No caso concreto da extensão de saúde Vila Nova do Ceira, esta funciona três vezes por semana e tem um total de 800 utentes, enquanto a de Alvares está disponível duas vezes por semana e tem 500 utentes, e a de Cortes, aberta uma vez por semana, serve 200 doentes. Rute Melo in Diário as Beiras de 9-02-2010

15 fevereiro 2010

O Colmeal - Faz hoje 50 anos

Faz hoje precisamente 50 anos que começou a ser publicado "O Colmeal", naquele dia já distante de 15 de Fevereiro de 1960. O Boletim Paroquial, criado pelo pároco Fernando Rodrigues Ribeiro, chegou a nossas casas onde foi recebido com grande admiração e expectativa, e foi acarinhado com muito entusiasmo por todos os Colmealenses durante vinte e dois anos, até que em Agosto de 1982 chegava a "Hora do Adeus", o seu último número. Para além do fundador, pelo Boletim passaram os padres António Antunes de Brito, António Mendes Antunes, Mário Marques Mendes, António Diniz, Anselmo Ramos Dias Gaspar, Sertório Baptista Martins, Monsenhor António Duarte de Almeida e Manuel Pinto Caetano. Notícias de todas as aldeias e casais das freguesias de Cepos, Colmeal e Cadafaz, cartas de emigrantes vindas das mais diversas partes do mundo, mensagens daqueles que ao tempo enfrentavam a guerra colonial e muitas outras referências que interessavam a todos nós e que nos colocavam a par do que se ia passando. Temos vindo a recordar neste blogue algumas das notas então publicadas. Continuaremos a fazê-lo pois entendemos que assim estamos a homenagear todos aqueles que durante mais de vinte anos se preocuparam em colaborar e a ajudar na sua manutenção. A. Domingos Santos Arquivos da UPFC

UM INVERNO À MODA ANTIGA

Fiz recentemente a pé um percurso que costumo fazer de carro, e só tinha feito a pé no Verão. Apesar do frio que me entorpecia os sentidos, dei comigo surpreendida a andar por um sítio desconhecido. Parecia a mesma estrada, com as bermas já a precisarem de ser limpas, os pedregulhos que ameaçam ruir de cima, as raízes e os buracos no asfalto que maltratam as viaturas e os viajantes. Mas alguma coisa transformava a paisagem e o ambiente, tornando-os mais acolhedores e aprazíveis. Era a água da chuva copiosa de dias antes que fazia uma cantoria encantante, jorrando de fragas luzidias, murmurando em riachos e barrocos, precipitando-se em cascatas apressadas e efémeras. Junto às povoações acontecia exactamente o mesmo, e era como se de um outro mundo se tratasse! Ou tempo, na observação da “Ti” Ricardina, que diz que este tem sido um Inverno à moda antiga! Açor, Colmeal, 15 de Fevereiro de 2010 Lisete de Matos

Receitas da Freguesia do Colmeal

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Omeleta de Tortulhos
- 10 Tortulhos
- Farinha de Trigo q.b.
- 4 Ovos
- Óleo q.b. Limpe os tortulhos muito bem, no pé e no chapéu, retirando inclusivamente o anel o que os envolve. Lave-os devidamente e corte-os em bocados médios.
Coloque-os num tacho, com água e sal e leve-os ao lume cerca de 15 minutos, até ficaram bem cozidos.
Posteriormente, escorra muito bem a água dos tortulhos, disponha-os num recipiente e passe-os pela farinha de trigo.
Coloque uma frigideira com óleo ao lume e frite os tortulhos.
À parte mexa os ovos.
Quando os tortulhos estiverem tostados vire-os, acrescente os ovos mexidos e deixe cozinhar. A receita apresentada (Omeleta de Tortulhos) foi disponibilizada por uma anónima, residente em Aldeia Velha

A neve voltou

Bolas! O tempo arrefeceu mesmo!!! Foto da National Geographic

Clube de Contadores de Histórias (XVII)

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A pequena Havrochetchka
Há pessoas boas neste mundo. Mas também há pessoas que não são boas. E pessoas que não têm sequer vergonha do mal que fazem. A pequenina Havrochetchka teve a infelicidade de viver com pessoas que pertenciam a este último grupo. Ela era órfã, e uma família recolheu-a mas apenas para a fazer trabalhar até mais não poder ser. A pequenina Havrochetchka fiava e tecia e fazia toda a lida da casa e tinha de responder por tudo. A dona da casa tinha três filhas. A mais velha chamava-se Um-Olho, a do meio Dois-Olhos, e a mais nova Três-Olhos. As três irmãs não faziam nada durante todo o dia: sentavam-se junto do portão a olhar quem passava, enquanto a pequenina Havrochetchka fiava e tecia para elas, sem nunca receber uma palavra de agradecimento. Às vezes a pequenina Havrochetchka ia ao campo. Abraçava a vaca Malhada e contava-lhe todas as suas mágoas. — Minha querida Malhada — dizia então. — Elas batem-me, e ralham-me, não me dão comida suficiente e ainda por cima proíbem-me de chorar! Para amanhã tenho de ter cinco fardos de linho fiado, tecido, branqueado e dobrado! E a vaca respondia: — Minha querida, basta que entres por uma das minhas orelhas e saias pela outra para que o teu trabalho fique pronto! E o que a Malhada dizia, assim se cumpria. A pequenina Havrochetchka entrava por uma das orelhas da vaca e saía pela outra. E — maravilha das maravilhas! — ali estava o pano: tecido, branqueado e dobrado. Então a pequenina Havrochetchka levava as peças de linho para casa e entregava-as à madrasta que olhava para elas, resmungava, e as escondia numa cómoda, dando-lhe logo mais trabalho para fazer. E a pequenina Havrochetchka ia até junto da Malhada, abraçava-a, fazia-lhe festas, entrava por uma das suas orelhas e saía pela outra, agarrava no pano pronto e levava-o de novo à madrasta. Um dia a velha chamou a filha Um-Olho e disse-lhe: — Minha querida filha, minha encantadora filha, vai ver quem é que ajuda a órfã no seu trabalho. Descobre quem lhe fia o linho, quem lhe tece o pano e quem o enrola nas peças. Um-Olho foi com a pequenina Havrochetchka ao campo, e foi com ela à floresta, mas esqueceu-se do que a mãe lhe tinha mandado fazer. Deitou-se no chão à torreira do sol, enquanto a pequenina Havrochetchka murmurava: — Dorme, dorme, olhinho, dorme! Um-Olho fechou o seu único olho e adormeceu. E enquanto ela dormia, a Malhada fiou, teceu, branqueou e dobrou o linho. A madrasta ficou de novo sem saber nada, por isso chamou Dois-Olhos, a filha do meio, e disse-lhe: — Minha querida filha, minha encantadora filha, vai ver quem é que ajuda a órfã no seu trabalho. Dois-Olhos foi com a pequenina Havrochetchka, mas também ela se esqueceu do que a mãe lhe tinha mandado fazer. Deitou-se no chão, à torreira do sol, enquanto a pequenina Havrochetchka murmurava: — Dorme, dorme, fecha um olho e fecha também o outro! Dois-Olhos fechou os olhos e adormeceu. Enquanto dormiu, a Malhada fiou, teceu, branqueou e dobrou o linho. A velha ficou muito zangada e, no terceiro dia, chamou Três-Olhos, a filha mais nova e ordenou-lhe que fosse com a pequenina Havrochetchka, a quem dera muito mais trabalho do que era habitual. Três-Olhos brincou e saltou ao sol até que ficou tão cansada que se deixou cair no chão. E a pequenina Havrochetchka murmurou: — Dorme, dorme! Fecha um olho e fecha também o outro! Mas esqueceu-se completamente do terceiro olho. E assim dois olhos adormeceram, mas o terceiro olhou à sua volta e viu tudo. Viu a pequenina Havrochetchka entrar por uma das orelhas da vaca e sair pela outra, e viu-a pegar no tecido já pronto. Três-Ohos chegou a casa e contou à mãe tudo o que tinha visto. A velha ficou doida de alegria. No dia seguinte foi ter com o marido e disse-lhe: — Mata a vaca Malhada. O velho ficou admirado e tentou chamá-la à razão. — Ficaste louca, mulher? — disse ele.— Trata-se de uma óptima vaca e além disso ainda é muito nova. — Mata-a e deixa-te de palavreado — insistiu a mulher. Não havia nada a fazer e o velho começou a afiar a sua faca. Mas a pequenina Havrochetchka percebeu o que se passava. Foi ao campo e lançou os braços ao pescoço da Malhada: — Minha querida Malhada, querem matar-te! — chorou ela. E a vaca respondeu: — Não chores, minha querida, e faz o que te mando: depois de me matarem pega em todos os meus ossos, embrulha-os no teu lenço, enterra-os no jardim e rega-os todos os dias. Não comas pedaço algum da minha carne, e nunca te esqueças de mim. O velho matou a vaca, e a pequenina Havrochetchka fez tudo tal qual a Malhada lhe ordenara. Estava cheia de fome mas não tocou na carne. Enterrou os ossos no jardim, e regou-os todos os dias. Pouco tempo depois nascia uma esplêndida macieira nesse lugar: as suas maçãs eram redondas e sumarentas, e o mais espantoso de tudo é que os ramos eram de prata e as folhas de ouro! Todos os que por ali passavam paravam a olhar para ela e maravilhavam-se com tal prodígio. Se passou muito tempo, se passou pouco, ninguém sabe dizer. Sabe-se apenas que um dia Um-Olho, Dois-Olhos e Três-Olhos estavam no jardim a passear, e logo aconteceu que nesse exacto momento passou por elas, num belo cavalo, um jovem muito elegante e muito rico. Vendo as maçãs tão apetitosas parou e disse de brincadeira às raparigas: — De todas três, uma será minha esposa se me der um fruto dessa árvore maravilhosa! As três irmãs correram até à árvore, cada uma tentando ser a primeira a apanhar uma maçã. Mas as maçãs, que até então se encontravam nos ramos mais baixos, à mão de qualquer pessoa, ergueram-se de repente no ar, fora do alcance das mãos das três irmãs. As três irmãs ainda tentaram sacudir os ramos, mas as folhas caíram em catadupas e cegaram-nas. Tentaram agarrar os ramos, mas os ramos enfiaram-se pelo seu cabelo e desfizeram-lhes as tranças. Por mais que se esforçassem e lutassem não conseguiram apanhar as maçãs, e cada vez ficavam mais feridas e arranhadas. Então a pequenina Havrochetchka chegou junto da macieira, e logo os ramos se baixaram, e as maçãs caíram nas suas mãos. Ela deu uma maçã àquele belo jovem, e pouco tempo depois casava com ele. Desde esse dia nunca mais conheceu a tristeza: viveu com o marido em boa saúde e grande alegria, enriquecendo de dia para dia…
Contos Tradicionais da Rússia Lisboa, Edições Raduga, 1990
O Clube de Contadores de Histórias Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria - Baltar

12 fevereiro 2010

COLMEAL - Canoagem no Ceira

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Parece que foi ontem e no entanto já passaram quatro anos desde a primeira "Canoagem no Ceira" realizada em 11 e 12 de Fevereiro de 2006. A União Progressiva da Freguesia do Colmeal aceitou a sugestão apresentada pela “Kompanhia das Águas” para uma descida do Ceira, o que para nós constituiu um verdadeiro desafio face à nossa inexperiência, mas confiámos em dois grandes entusiastas da modalidade, os nossos associados Mário Martins e Carlos Dias. O Colmeal acordou nessa manhã com um pouco mais de bulício do que habitualmente e o Ceira encheu-se de alegria e colorido com as dezenas de praticantes que aderiram a esta iniciativa. Colmeal, Candosa, Cabreira e também Vale Pardieiro habituaram-se já a este inusitado movimento, pelo menos uma vez por ano e, claro está, desde que o caudal do rio e as condições atmosféricas o permitam.
Assim foi novamente em 3 e 4 de Março de 2007 e 21 e 22 de Março de 2009. No ano de 2008, a pouca água existente no rio, não permitiu reeditar estes percursos, com grande pena dos participantes e dos Colmealenses, que se viram privados do movimento e da alegria que estes convívios sempre proporcionam. Nunca é demais sublinhar o acolhimento prestado pelas pessoas do Colmeal e o empenho com que sempre colaboraram para que estas iniciativas fossem coroadas de êxito.
Muito importante tem sido igualmente o papel desempenhado pela nossa comunicação social regional com o grande relevo que tem dado a estas edições da "Canoagem no Ceira", ajudando à sua divulgação. Mas a "Canoagem no Ceira" vai voltar já no fim-de-semana de 20 e 21 deste mês. Mário de Jesus Martins e Carlos Dias estão a mobilizar os praticantes da modalidade e a empenhar-se para que se repita o sucesso dos anos anteriores. Terá a nossa incondicional colaboração e presença e também a ajuda indispensável da Junta de Freguesia do Colmeal. Tal como no ano passado, o "retempero das forças" será feito no edifício da antiga escola e o Carlos Dias, o "cozinheiro de serviço", garantirá, à partida, a excelência do serviço. Estamos satisfeitos por mais uma vez levar alegria, colorido e movimento às nossas aldeias e ajudarmos a promover o que de mais belo temos para oferecer. A. Domingos Santos
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Manifesto Contra a Pobreza

. Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social A decisão de instituir o ano de 2010 como Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social (AECPES) materializa e reafirma um dos compromissos políticos chave da UE e dos respectivos Estados-Membros, dando sequência às decisões da Agenda de Lisboa. Para Portugal, esta decisão constitui uma excelente oportunidade para a assunção do imperativo colectivo de erradicação da situação de pobreza e exclusão em que ainda vivem muitas pessoas, sendo as crianças o grupo de população mais afectado. O percurso que temos vindo a fazer demonstra que é possível. Portugal tem vindo a fazer um esforço, nos últimos anos, na redução do risco de pobreza. A mobilização de todos os actores sociais, a adopção de medidas de política de grande eficácia bem como a dimensão do reconhecimento do direito a condições de vida dignas como pilar essencial das políticas públicas, foram sem dúvida os motores principais dessa mudança. O caminho ainda é longo, mas sabemos que a consciência nacional está desperta para a indignidade da persistência de pobreza e exclusão em Portugal. Muito temos para fazer. E 2010 pode ser um momento de exaltação da vontade e capacidade colectivas de recusa face à persistência da pobreza e da exclusão social. Estão reunidas as condições para que este ano de 2010 se afirme como ponto de viragem na sociedade portuguesa. Apela-se à responsabilidade social das pessoas e das organizações, mobilizando recursos e vontades para que este combate seja um combate de TODOS. Este MANIFESTO pretende constituir-se como a expressão pública das vontades institucionais e da sociedade civil em torno deste objectivo fundamental que é o combate à pobreza e à exclusão social em Portugal, promovendo uma sociedade mais justa, mais inclusiva e coesa. Constituem-se como objectivos gerais e Princípios Orientadores do AECPES: • O reconhecimento do direito fundamental das pessoas em situação de pobreza e exclusão social a viver com dignidade e a participar activamente na sociedade; • A responsabilidade partilhada e a participação, que implicam o envolvimento e a mobilização de todas as pessoas, empresas e organizações no combate à pobreza e à exclusão social; • A coesão da sociedade, garantindo o bem-estar de todos os seus membros, aceitando a diversidade e as diferenças; • O empenho em acções concretas, num compromisso de todos os actores no sentido de desenvolverem um esforço a longo prazo no combate à pobreza, com o envolvimento de todos os níveis de governação. Para que à afirmação dos princípios corresponda um efectivo reforço de redução dos níveis de pobreza, na definição do seu Programa Nacional para o AECPES, Portugal elegeu 4 Eixos Estratégicos: • Contribuir para a redução da pobreza e prevenir riscos de exclusão; • Contribuir para a compreensão e visibilidade do fenómeno da pobreza e seu carácter multidimensional; • Responsabilizar e mobilizar o conjunto da sociedade; • Assumir a pobreza como um problema de todos os países, “eliminando fronteiras”. 2010 é o ano em que ninguém se pode demitir de ser parte da solução, porque cada um de nós tem a possibilidade e a responsabilidade de contribuir, de forma decisiva, para a causa da erradicação da pobreza e da exclusão social. Porque a pobreza é um atentado aos direitos humanos. Para as iniciativas do Ano Europeu apelamos à adesão de TODOS, porque TODOS, sem excepção, podemos fazer a diferença na construção de um país mais solidário. Os Membros da Comissão Nacional de Acompanhamento do AECPES www.2010combateapobreza.pt .

08 fevereiro 2010

Rancho Folclórico Serra do Ceira

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Assembleia-Geral Convocatória .
De acordo com os Estatutos, vai realizar-se uma Assembleia-Geral de sócios, para o dia 21 de Fevereiro de 2010, às 10.00 horas, no edifício da Junta de Freguesia do Colmeal com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Análise e votação do Relatório e Contas da Direcção e Parecer do Conselho Fiscal, relativo ao ano de 2009. 2. Análise e votação dos valores da quota de associados. 3. Análise e aprovação do Plano de Actividade para o ano de 2010. 4. Outros assuntos de interesse para o Rancho. Nota: Se não houver associados suficientes para reunir em 1ª convocatória, a Assembleia reunirá trinta minutos depois com qualquer número de presenças. Colmeal, 22 de Janeiro de 2010 O Presidente da Assembleia-Geral António Jorge Henriques de Almeida in "O Varzeense" Nº 528, de 30 de Janeiro de 2010

Casas antigas

Casas feitas em pedra e cobertas de loisa, que já tiveram vida, movimento e calor. Agora sem sorrisos e traquinices de crianças. E sem os mais velhos, que entretanto já partiram. Em Ádela. Testemunhos de um passado recente. Fotos de A. Domingos Santos

Receitas da Freguesia do Colmeal

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Filhós de Tortulhos
20 tortulhos
Sal q.b
7 ovos
1 ramo de salsa
3 colheres de sopa de farinha Limpe os tortulhos muito bem, no pé e no chapéu, retirando inclusivamente o anel que os envolve. Lave-os devidamente e corte-os em bocados médios.
Coloque-os num tacho, com água e sal e leve-os ao lume cerca de 15 minutos, até ficaram bem cozidos.
Posteriormente, escorra muito bem a água dos tortulhos, disponha-os num recipiente e acrescente os ovos, a salsa e a farinha e mexa, até todos os ingredientes estarem bem misturados.
Finalmente, frite os tortulhos numa frigideira com óleo. Coma as filhós de tortulhos simples ou acompanhe com arroz ou massa, conforme o seu gosto. A receita apresentada (Filhós de Tortulhos) foi disponibilizada por Maria Henriques, residente no Carvalhal

Clube de Contadores de Histórias (XVI)

O Sapato do Coração
Há sempre dois sapatos: o sapato esquerdo e o sapato direito. O sapato esquerdo calça o coração. O sapato direito joga futebol. Quando chove, os sapatos dão pontapés na chuva. Quando faz sol, os sapatos dão passeios aos domingos. À noite, quando tu dormes, os sapatos dão passos pela casa do teu sonho. Os sapatos, patos, patos, sapa, sapa, sapateiam. Com saúde, vão até ao fim do mundo. Doentes, vão até ao sapateiro. Três sílabas apenas: sa-pa-tos. Mas podem ter quatro sílabas se forem muito pequeninos: sa-pa-ti-nhos. E novamente três se forem muito grandes: sa-pa-tões. Os sapatos, na gramática, são uns brincalhões. Brincalhões, merecem brincar. Menino que não meteu os sapatos no frigorífico não merece sorvete no Verão. Não é asneira, não: são os sapatos no trapézio da imaginação. Vê lá tu: já houve um sapato com pregos que subiu ao monte Evereste. Nunca lá estiveste? Pena: ensina geografia aos teus sapatos até eles ficarem sem tacões. Enfim… faz tudo com os teus sapatos, sapatinhos, sapatões. Mas, se um dia endureceres e fores mau sem razão, tira o sapato esquerdo, põe o pé no chão…E ouve descalço o teu coração.
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Pedro Alvim O sapato do coração Lisboa, Plátano, 1981
O Clube de Contadores de Histórias
Biblioteca da Escola Secundária Daniel Faria - Baltar

02 fevereiro 2010

Figuras e Factos

José Henriques de Almeida Quando surgiu a ideia de se fundar uma agremiação regionalista, para defender os interesses da freguesia do Colmeal, os iniciadores de tal movimento avistaram-se com José Henriques de Almeida, a fim de lhe exporem a decisão que tinham tomado, e tentarem conseguir a sua colaboração ao movimento, visto como bom bairrista se tornar imprescindível a sua presença, e apesar de bastante jovem, ser pessoa conhecedora e com uma certa experiência em assuntos desta natureza. Como era de prever não só acarinhou a ideia, como a fez chegar a todos os Colmealenses através de crónicas da sua autoria publicadas nos jornais de Arganil. Em face de tudo isto, a fundação da União Progressiva da Freguesia do Colmeal foi um facto, e um dos grandes impulsionadores foi José Henriques de Almeida, natural do lugar do Sobral. Da colectividade foi o primeiro tesoureiro, e com a sua sabedoria e óptima administração, nunca existiu desânimo entre os dirigentes. Surgia sempre a palavra amiga de José Henriques, a levantar o moral aos seus colegas e a criar-lhes ânimo para lutarem por um futuro melhor, que é como quem diz por um Colmeal melhor e mais progressivo. Uma boa parte da construção da ponte sobre o ribeiro do Soito, se lhe fica devendo, porque foi um dos que mais pugnou e trabalhou pela sua concretização. Quando da construção dos fontanários, no Largo da Fonte e na Cruz da Rua, foi dos elementos mais activos e empreendedores, desde a captação de águas até à sua conclusão. A estrada Rolão-Colmeal, na sua valiosa opinião, como mais tarde havia de ficar provado, deveria ter início na «Selada do Braçal», e desta forma ter-se-ia evitado a construção de uma trincheira, que absorveu à colectividade umas dezenas de contos, e que na actualidade tem um interesse muito reduzido, para não dizer nulo. Neste pormenor, de evitar a construção de semelhante trincheira nos Picos do Rolão, José Henriques mostrou a sua larga visão no respeitante ao futuro, mas da mesma não foi possível «fugir», porque as entidades competentes assim o deliberaram, e como tal aos então dirigentes, mais não havia que seguir os projectos. Quer como membro directivo ou simples associado nunca se poupou a esforços tendo inclusivamente e do seu próprio bolso, feito diversas deslocações à sede do concelho e à própria sede do distrito, a fim de pessoalmente contactar com as entidades oficiais para desta forma tentar a mais rápida resolução de assuntos de interesse regionalista. Quem uma vez se liga à União Progressiva, nunca mais a pode esquecer e a confirmar, em 1958, acedeu a que o seu nome viesse a figurar como presidente de direcção nas listas para votação em Assembleia-Geral. Como não podia deixar de ser, foi eleito por unanimidade, visto o seu nome e os serviços já prestados até então à causa regionalista serem uma garantia de bem servir. Durante esta sua gerência, mandou concretizar uma das mais grandiosas obras que existem na freguesia, o actual Largo D. Josefa das Neves Alves Caetano, o qual foi inaugurado em 14 de Agosto de 1961, por Sua Ex.ª o Senhor Professor Marcello Caetano, oriundo do Colmeal, e filho da homenageada. Foi na verdade uma data festiva para a freguesia, porque acorreram à nossa terra as mais altas individualidades concelhias, distritais e bem assim da própria capital. Tudo isto se fica devendo a este homem que hoje com cerca de 60 anos ainda é, e desejamos que por muitos anos, um dos bons filhos da nossa freguesia.
Daniel
In Boletim “O Colmeal”, Nº 60, de Julho de 1965
Quando a Colectividade é criada em 20 de Setembro de 1931 José Henriques de Almeida tem apenas 23 anos (nasceu em 1908). “Aos dias quatro do mês de Outubro de mil novecentos e trinta e um, na sua sede social, na Rua da Fé número vinte e três, primeiro andar, nesta cidade de Lisboa, reuniu a Assembleia-Geral Ordinária da União Progressiva da Freguesia do Colmeal, presidida por Joaquim Francisco Neves, secretariada por Francisco Domingos e Manuel João Miranda.” Foi esta a primeira Assembleia-Geral da União e tal como Daniel (pseudónimo que Fernando Costa usava) refere no seu texto, José Henriques de Almeida é eleito para Tesoureiro. Na Direcção liderada por Joaquim Fontes de Almeida encontramos os nomes de Marcelino de Almeida, Francisco Domingos, Aníbal Gonçalves de Almeida, José Antunes André e Manuel Martins. Depois de ter integrado uma Comissão Administrativa face ao pedido de demissão que a Direcção apresentou, faz parte da lista que, com Manuel da Costa na presidência, foram eleitos em 29 de Julho de 1934. Após alguns anos de ausência nos corpos directivos surge de novo, como 2º Secretário em 7 de Janeiro de 1945. Em 20 de Janeiro de 1946 passa a 1º Secretário na Direcção presidida por António Domingos Neves. Entre 2 de Fevereiro de 1947 e 17 de Dezembro de 1950 exerce o cargo de Relator do Conselho Fiscal quando Joaquim Francisco Neves e António Santos Almeida (Fontes) assumiam os destinos da colectividade. Volta à Direcção em 24 de Abril de 1954 como Vogal e já com Manuel Martins da Cruz na liderança. Em 21 de Abril de 1957 passa a 1º Secretário da Assembleia-Geral assumindo na eleição seguinte, em 30 de Março de 1958, o lugar de Presidente da Direcção. Trabalham com ele José Nunes de Almeida, Rui Francisco Neves, Manuel Martins Barata, João de Deus Duarte, António Luís Nunes Duarte, Eduardo dos Santos Ferreira, Fernando Henriques da Costa e Horácio Nunes dos Reis. Na AG de 13 de Março de 1960 passa para a vice-presidência cedendo o lugar a António Santos Almeida (Fontes). Dois anos mais tarde, em 18 de Fevereiro de 1962 assume o lugar de Vice-Presidente da Assembleia-Geral, com Manuel Martins da Cruz na presidência e os irmãos Armando e Horácio Nunes dos Reis como secretários. De novo Relator no CF entre 15 de Março de 1964 e 30 de Janeiro de 1966, data em que volta à vice-presidência da AG e trabalha com a mesma equipa de há quatro anos. Foi o último cargo que ocupou antes de falecer em 25 de Outubro de 1967. Um grande exemplo de dedicação à causa regionalista.
Nesta fotografia de um almoço de aniversário da União vemos José Henriques de Almeida (o terceiro a contar da direita) entre Alfredo Pimenta Braz e Manuel da Costa. Reconhecem-se outros grandes nomes do regionalismo colmealense, como Francisco Luíz, Manuel Martins da Cruz ou João de Deus Duarte e o jornalista Luís Ferreira. A. Domingos Santos Arquivo da UPFC