25 junho 2017

UNIÃO PROGRESSIVA EM CAMPO MAIOR & ELVAS (2º dia)


O segundo dia deste nosso fim-de-semana foi dedicado a Elvas.
Pela sua histórica posição estratégica, Elvas foi a primeira cidade fronteiriça a tornar-se fortificada permanentemente após a Restauração da Independência. Entre 1645 e 1653, construiu-se, a partir do método holandês, uma nova fortaleza sobre as que a antecederam. Composta por sete baluartes e quatro meios-baluartes, a estrutura final, com os Fortes de Santa Luzia e Nossa Senhora da Graça, é considerada uma das maiores e mais bem conservadas fortificações abaluartadas do mundo, totalizando um perímetro superior a dez quilómetros. Testemunho da sua importância é também o riquíssimo património religioso que hoje pode ser visitado.

A Igreja de Nossa Senhora da Nazaré, é uma pequena igreja, mas de uma beleza singular localizada junto à principal entrada do centro histórico da cidade de Elvas, no Viaduto Municipal. É uma construção de 1592. Na altura chamada de ermida do Santo Calvário. Pela altura das invasões francesas a igreja foi demolida juntamente com a de São Sebastião para não servir de guarida a estes. Foi reconstruída em 1817.



O Aqueduto da Amoreira é o ex-líbris da cidade. Quase oito quilómetros de extensão, desde a nascente até à Fonte da Misericórdia no centro da cidade. É um dos mais importantes exemplos da arquitectura hidráulica do país. A sua construção começou em 1537, mas face a diversos problemas surgidos, entre os quais os financeiros, só viria a terminar em 1622. A sua face mais imponente toma a forma de arcadas que chegam a atingir 31 metros de altura. Classificado como Monumento Nacional desde 1910 e como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO desde 2012.







A Igreja de Nossa Senhora da Assunção, antiga Sé, a mando do rei D. Manuel I, começou a ser construída no ano de 1517, segundo o traço de Francisco de Arruda, arquitecto régio, que trabalhava ao mesmo tempo no Aqueduto. A sua mestria fez com que fosse possível a construção de um majestoso edifício com uma torre como fachada. Em 1570, quando da criação do Bispado de Elvas, a igreja passou a ser Sé Catedral, título que manteve até 1881. O seu interior é marcado pelo estilo manuelino dos tectos e portas laterais e pelo barroco dos seus altares e do grande órgão.


















O Museu de Arte Contemporânea (MACE) foi inaugurado em Julho de 2007, tendo sido instalado no antigo Hospital da Misericórdia de Elvas, notável construção tardo-barroca dos meados do século XVIII.
A adaptação museológica do edifício veio permitir elevar a oferta cultural da cidade e alberga em depósito a colecção António Cachola, privada, exclusivamente de obras de artistas nacionais, desde a década de 1980 até à actualidade.
















O almoço permitiu-nos mais uma vez apreciar a excelente e variada gastronomia local, com destaque para os espargos bravos e a famosa sericaia com ameixa de Elvas.

O Museu Militar de Elvas funciona nas instalações do antigo Regimento de Infantaria 8, que encerrou como aquartelamento militar em 2008.
É um dos maiores museus do País, onde se pode ver, para além da monumentalidade das fortificações, dos Quartéis do Casarão, do claustro do Convento de São Domingos e da Fonte de São José, todo um conjunto de elementos de indiscutível interesse.








Este núcleo museológico tem parte substancial da muralha e fortificações visitáveis, com painéis explicativos, e tem aberto ao público as seguintes temáticas: História do Serviço de Saúde do Exército, salas dedicadas à ortopedia, oftalmologia e cirurgia, salas de veterinária e de farmácia; Arreios Militares do Exército, com salas dedicadas ao cavalo, arreios de infantaria, de cavalaria e de artilharia, sala de Intendência; Hipomóveis, com salas dedicadas ao armamento rebocado por animais, na sua quase totalidade, de artilharia.
Todas estas salas são antigas dependências das unidades militares que passaram por Elvas, adaptadas agora a esta finalidade, muitas delas em edifícios também eles históricos e que se procurou, dentro do possível, recuperar na sua traça original.
Tem ainda algum armamento pesado – artilharia – exposto ao ar livre, com algumas peças consideradas raras ou então, como no caso do obus de fabrico japonês, sobre o qual ainda é um mistério a sua chegada a Portugal.
















A Fonte de São José, construída totalmente em mármore, ao jeito neoclássico, é constituída por dois tanques opostos e de uma grande beleza. É obra do engenheiro militar Valleré que se deslocou a Elvas para construir o Forte de Nossa Senhora. da Graça. Colocada em frente aos antigos Quartéis do Casarão, para matar a sede aos militares e aos animais, está hoje dentro do espaço do Museu Militar de Elvas.



O Forte de Nossa Senhora da Graça, situado num dos pontos mais altos da região, foi construído entre 1763 e 1792, para defender a entrada norte. Esta obra-prima da arquitectura militar, vem marcar o fim do sistema defensivo, ordenado por D. José I e planeado pelo estratega militar Conde de Lippe. O forte dispõe de quatro baluartes e apresenta soluções originais em três linhas de defesa que levaram à sua resistência contra os ataques espanhóis durante a Guerra das Laranjas e ao bombardeamento das tropas francesas na Guerra Peninsular.
















Com o regresso a Lisboa terminou este fim-de-semana UNIKo. Excelente programa, que procurou integrar todos os pontos e aspectos de maior interesse, não esquecendo a oportunidade que tivemos para apreciar a gastronomia alentejana, tão rica e variada.
Um guia de elevado profissionalismo, conhecedor profundo da matéria nos domínios militar, religioso, cultural e histórico, conseguindo transmitir os seus conhecimentos e captar sem esforço, a atenção dos participantes.
A UPFC está de parabéns pelo êxito da iniciativa, só possível pelo maravilhoso grupo que nos acompanhou.

UPFC
Fotos de A. Domingos Santos
Apoio Turismo do Alentejo - ERT