25 agosto 2016

COLMEAL foi a CABO VERDE (II)


Na Praia, cidade capital, encontramos no bairro chamado Plateau, promontório à beira-mar, edifícios públicos e outras construções importantes, como o Palácio Presidencial, construído no fim do século XIX para ser a residência do governador português. Contam-se ainda a antiga Câmara Municipal, edifício com fachada clássica e uma torre central quadrada, a Igreja Nossa Senhora da Graça, também no estilo classicista, o Museu Etnográfico e o Monumento de Diogo Gomes, navegador português e descobridor da Ilha de Santiago em 1460. Destaque ainda para a Praça Alexandre Albuquerque, o Mercado Municipal e o Miradouro. Tempo ainda para visitar o típico Mercado de Sucupira.




















A Cidade Velha (antiga Ribeira Grande) que nos recebeu na manhã do 4º dia foi em 2009 classificada pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade.
Fundada ainda no Século XV, a cidade de Ribeira Grande, a primeira de toda a África Ocidental, tornou-se rapidamente numa metrópole comercial, baseada no grande negócio da época, que era o tráfico de escravos. Aqui nos deparamos com memórias deixadas pelos descobridores e povoadores, e com algumas relíquias, quase todas em ruínas. Em 1769 a capital do arquipélago daqui foi transferida para a cidade da Praia.
A Fortaleza de S. Filipe, construída com pedra oriunda de Portugal, tem uma vista única, que em dias de boa visibilidade permite avistar ao longe a ilha do Fogo.
O vale que desagua na cidade é rico em vegetação, com destaque para os coqueiros e calabaceiras imponentes.













O almoço em ambiente agradável, com o mar quase a beijar-nos os pés, foi mais uma prova da riqueza da gastronomia cabo-verdiana.
O Pelourinho, do séc. XVI e no estilo manuelino, continua intacto a lembrar os tempos em que os escravos ali eram publicamente punidos. A Igreja da Senhora do Rosário, que data do mesmo século, com os seus túmulos e azulejos mantém-se ainda em bom estado de conservação.












Pouco menos de uma hora nos separava do aeroporto de Cesária Évora, em São Pedro, na ilha de São Vicente. Descoberta pelo navegador português Diogo Gomes, em 1462, a ilha ficou despovoada durante muitos anos, devido à falta de água. Só em 1838, quando se estabeleceu um depósito de carvão para abastecimento de navios em rota pelo Atlântico na baía do Porto Grande, que a população se começou a fixar, fundando a cidade do Mindelo. Tornou-se um centro cultural importante e cosmopolita onde a música, a literatura e o desporto eram cultivados. Com a substituição do carvão pelo diesel, como combustível para os navios, no início do séc. XX, o importante porto perdeu a sua preponderância. Hoje, Mindelo é o principal centro urbano e a segunda maior cidade do arquipélago, concentrando grande parte da população.







Ficamos instalados no Hotel Oásis Porto Grande onde jantamos e nos deliciamos com a música cabo-verdiana, antes de rumarmos aos nossos quartos.







Dia reservado para visitar a ilha. Começou com uma romagem de saudade ao antigo quartel, hoje em ruínas, situado no alto do Monte Sossego, onde o nosso presidente, com o seu pelotão de PM, fez uma comissão de dois anos. Cinco décadas depois, com um antigo camarada, hoje sócio da União, e a solidariedade de todo o Grupo, foi prestada uma sentida homenagem aos ex-militares já desaparecidos.











Passamos depois por São Pedro, perto do aeroporto. Uma aldeia piscatória com a sua praia enorme de água azul-turquesa, onde o mar é mais vivo e os ares mais agitados.
Internacionalmente reputada para a prática do windsurf. Paisagem envolvente, árida e majestosa, com o farol de D. Amélia a recortar-se no horizonte.
O nevoeiro intenso que cobria o Monte Verde, o ponto mais alto de São Vicente, com 774 m, privou-nos de admirar uma panorâmica maravilhosa sobre toda a ilha.









Ficamos por aqui, porque a seguir vamos à Baía das Gatas. Entretanto aprecie este poema de Manuel Lopes (Mindelo 1907- Lisboa 2005), poeta, romancista, contista e conferencista, nascido em São Vicente. Um dos seus livros “Os Flagelados do Vento Leste” pode ser encontrado na Biblioteca da União, no Colmeal.


CAIS
Nunca parti deste cais
e tenho o mundo na mão!
Para mim nunca é demais
responder sim
cinquenta vezes a cada não.

Por cada barco que me negou
cinquenta partem por mim
e o mar é plano e o céu azul sempre que vou!  

Mundo pequeno para quem ficou...

A Direcção
Fotos de vários participantes