31 janeiro 2021
Jaime Fernandes
23 janeiro 2021
O COLMEAL E A HISTÓRIA DO COLMEAL (3º)
(Continuação)
3. DA
EVOLUÇÃO
3.1. O
RELIGIOSO E O SECULAR
Com o passar do tempo, a estrutura
organizativa de O Colmeal vai
sofrendo alterações, mantendo durante anos as áreas temáticas, e mantendo-se
jornal paroquial e da freguesia. As alterações começam por traduzir a
prioridade atribuída a um determinado assunto, para mais tarde se processarem em
sintonia com as mudanças sociais e politicas que foram tendo lugar no país e nas
freguesias. O religioso-paroquial e o secular continuam a sobrepor-se,
indiciando uma visão abrangente da vida, na multiplicidade das suas valências.
Progressivamente, porém, vão surgindo artigos
e rubricas que reforçam a dimensão histórica e social do jornal, logo, a
vertente secular. Constituem exemplo: Centenário
da Fundação da Freguesia (nº 11, 1960); Colmeal
e os seus Problemas (nº 24, 1962); Figuras
e Factos (nº 51, 1964, mantendo seguidamente uma certa regularidade); Cepos e a sua História (nº 63, 1965); Postal de Cepos (nº 74-75, outº-novº
1966); Freguesia do Colmeal. História
(nº 101, dezº 1969). Contemplando, embora, artigos sobre a atividade religiosa
e paroquial, encontram-se números marcadamente seculares. É o caso dos 92 e 93
(1968) alusivos à nomeação de Marcelo Caetano como Presidente do Conselho.
Similarmente, a tendência para a secularização
pode ver-se na rubrica Das Coisas E… das
Pessoas [i],
que emerge em 1966, para reportar encontros e situações do quotidiano. Em
estilo de crónica, poderia ter representado uma valorização do local, não fora
a sua efemeridade, pois só integra os números 68, 69, 72. Na sua primeira
aparição, teve-se a grata surpresa de encontrar mencionada a conhecida
hospitalidade dos nossos avós paternos, Leopoldina e José Martins. Mas, num outro
exemplar, a triste notícia da morte do último, na sequência da queda de uma
oliveira.
Em interação com aquelas, acrescem as mudanças que vão ocorrendo no próprio plano religioso-paroquial. Avultam: o desaparecimento já mencionado das vidas de santos e das tarjetas formativas da primeira página; o maior relevo dado à ação da União Progressiva da Freguesia do Colmeal e das comissões de melhoramentos das diversas povoações; a divulgação dos aniversários. Uns tantos números antes e depois do centésimo, verifica-se, mesmo, o desaparecimento dos textos de apostolado e catequese, persistindo os relativos à atividade paroquial sob os títulos Vida paroquial e Notícias paroquiais. Estando em questão um período muito concreto (1968-1972), é difícil não relacionar este desenvolvimento com um provável perfil específico da equipa responsável pelo jornal.
A sugerir o respetivo percurso, muito mais
tarde, em 1981, falando do boletim sob a sua orientação, o então diretor
afirmava:
(…)
Foi denunciada muita situação injusta, fraudes, foram apresentadas carências do
povo, etc., etc.. Como fruto deste trabalho várias situações foram corrigidas e
as entidades viraram-se mais realisticamente para os interesses coletivos. (… )
[ii].
E, quando da sua despedida, no ano seguinte:
(…) O
jornal O Colmeal, com uma nova dinâmica, ajudou a aclarar ideias e alertou para
os reais interesses do povo, ao mesmo tempo que servia de elo de ligação da
freguesia com os emigrantes (…) [iii] .
A propósito, recorde-se o apelo da Terra Natal, quando em carta aberta aos
filhos que a visitaram no verão de 1968 [iv],
lamenta o afastamento das verdades da fé nela aprendidas, pedindo-lhes que se
interessem pela vida espiritual do mesmo modo que se interessam pelo bem-estar
próprio e da família.
No que toca à população residente, na
sequência de um inquérito nacional, diz-se, em meados de 1978: A freguesia do Colmeal tinha na altura do
inquérito 535 pessoas e assistiram à Missa no domingo do inquérito 263 pessoas,
sendo 72 homens 191 mulheres [v]. Comparando com os participantes de
hoje, uma multidão, em que as mulheres representavam 72,6%! De acordo com dados
resultantes do mesmo inquérito, 75 a 85% dos portugueses autoidentificava-se
como católica, mas a maioria considerava-se não praticante.
A tendência para a secularização do jornal, que se enquadra na secularização social geral, é legitimada no Estatuto editorial do número 131 (julho-setº 1975), onde se retoma a ideia de carta e salienta as dimensões informativa e interventiva, concluindo: (…) Periódico confessional, sua missão é estar ao serviço da fé cristã e de toda a vida dos homens, de que a mesma fé é força dinamizadora.
3.2. COM UM
PÉ CÁ E OUTRO LÁ
Conforme exposto e decorre dos objetivos
definidos pelo seu fundador, O Colmeal
sempre existiu e funcionou com um pé cá e outro lá, nas aldeias e na cidade. Ou
seja, no vai e vem das próprias pessoas que, nessa altura, e por pouco tempo
mais, ainda partiam para regressar. Era o tempo da dupla inserção das famílias,
que se distribuíam entre as duas localizações, nas terras ficando as mulheres,
as raparigas e os filhos pequenos, para Lisboa partindo os homens e os rapazes
depois de feita a escola. Uns vão outros
vêm. É sempre assim. O mal (ou o bem!) é que vão mais do que vêm [vi].
Daí que o boletim aluda a terras que entretanto ficaram vazias, já nem se sabendo
onde eram: Coiços, Marmoiral, Porto-chão e Safredo.
Nesta ambivalência e com a partida de cada vez
mais população para a cidade, o jornal acaba por acompanhá-la e refletir a
progressiva ascendência da inserção e da identidade urbanas. Enquanto no número
4 (1960) se diz que as visitas a Lisboa
são necessárias para maior e mais estreita união das famílias (…) [vii]
e se vê, nas fotografias da excursão, que a maioria são mulheres, em números ulteriores,
fala-se de senhoras, com ou sem filhos, que partem para juntarem-se à família [viii].
Entre outras, permitem aquela leitura as
seguintes ocorrências.
Os batizados e casamentos noticiados, que passam
a ter lugar sobretudo na Grande Lisboa, embora, nas aldeias continuem a
realizar-se alguns de residentes e/ou já nascidos na cidade. A opção pela terra
revela a profundidade dos laços que a ela prendem, associada à permanência de
familiares na mesma. Os padrinhos e convidados vão e vêm.
Os exames,
mais tarde, Exames e passagens, que
começam por ser de crianças residentes nas freguesias, e relativos à 4ª classe,
para passarem a ser de ausentes, e respeitantes a níveis de ensino mais
elevados. Embora surja antes, esta evolução é visível nos números 50 (agosto-setº
1964) e 62 (outº 1965). Aliás, o facto de a notícia passar a ter o título de Os nossos estudantes é em si próprio
elucidativo da mudança. O estudante era o que frequentava estudos superiores à
escolaridade obrigatória [ix] que só
existiam nas capitais de distrito. Na época, como me diziam conterrâneos num
outro contexto, o costume era os rapazes fazerem a 4ª classe e irem
para Lisboa trabalhar, às raparigas, que se destinavam ao trabalho no campo,
bastava saber ler e escrever ou fazer a 3ª classe.
A rubrica Marco
do Correio passa a acumular com Notícias
da Capital, que aparece com o número 53 (dezº 1964), para ficar até ao 67
(março 1966), a noticiar eventos pessoais e das coletividades, na cidade. No
número 87, o Marco do Correio foi substituído
por Pela nossa Terra e Por quem os sinos tocam. Com a
primeira, o local ganha autonomia, mas perde espaço. O Marco do Correio dará mais tarde pelos títulos Notícias das nossas terras, Terras da nossa
terra, Por Terras da Freguesia do Colmeal, Correio do leitor … Não se
encontrando outra explicação, por vezes, tem-se a perceção de alguma
volatilidade dos títulos (e secções) em função de gostos e opções momentâneas.
Uns chegam para logo partirem, outros partem, mas regressam!
As secções Pelo
Mundo (curiosidades, informação geral) e Notícias do Mundo, de finais dos anos sessenta, apontam no sentido
de uma perspetiva mais universal e a própria publicidade, que é significativa,
nomeadamente em boletins de 1966, espelha o peso da diáspora, no jornal.
Por fim, a orientação para a comunidade ausente transparece do facto de o boletim não incluir uma secção agrícola, ao contrário de outros jornais paroquiais rurais contemporâneos, que focavam esse setor de atividade. Involuntariamente ou não, neste aspeto, O Colmeal evita a valorização da ruralidade pobre que caraterizava o regime em vigor.
4. ESPAÇO DE
VISIBILIDADE E PROTAGONISMO, FERRAMENTA CULTURAL, FATOR DE IDENTIDADE E COESÃO
SOCIAL
Em vários momentos, O Colmeal evoca o agrado com que era lido. Na certeza do seu
interesse enquanto órgão de comunicação social, resta sublinhar a sua
importância enquanto espaço de visibilidade e protagonismo, ferramenta
cultural, fator de identidade e coesão social.
Espaço de visibilidade e protagonismo, porque
a elaboração do boletim exigia colaborações e uma vasta rede de contatos, que
assim se envolviam, direta e indiretamente, beneficiando das mais-valias dessa
participação. Acresciam as iniciativas individuais, traduzidas em cartas e
outras comunicações que tornavam os leitores simultaneamente consumidores e produtores
do jornal.
Espaço de visibilidade e protagonismo, ainda,
porque nele os paroquianos e leitores podiam ver o seu nome inscrito, desse
modo o registando para memória futura. Num mesmo boletim, as possibilidades
eram várias: notícia específica; inclusão em Marco do Correio, na Vida de
O Colmeal ou nos Aniversários;
presença nas listas de donativos ou nos Mordomos
e mordomas. Nesta matéria, talvez mesmo existisse alguma emulação, como nos
leilões. Para além dos nomes habituais, nos números 98 e 100 (1969), os
donativos para a residência paroquial apresentam-se listados por terras [xii].
Naquelas listas, com exceção para as mordomas,
os nomes são maioritariamente masculinos, o que evidencia a pouca visibilidade
e a subalternidade das mulheres. Apesar de o protagonismo da dupla ou tripla
jornada de trabalho que normalmente faziam, vivendo na aldeia ou na cidade!
Por fim, espaço de protagonismo para
instituições, em que avultam as coletividades e o regionalismo, em geral. Só mais tarde as autarquias.
Ferramenta educativa e cultural, pela
informação que veiculava e pelo estímulo à leitura e à escrita que constituía.
Estimulo à leitura por inerência e uma leitura que não seria fácil, tendo em
conta os baixos níveis de escolaridade e a pequenez do corpo da letra, que
apenas o entrelinhamento compensava. Estímulo à escrita, porque exigia a
iniciativa de escrever para prestar uma informação ou sugerir uma notícia. Recentemente,
alguém lembrava o fantástico exercício de criatividade que foi, para ela e uma
amiga, munidas de um dicionário, fazer uns versos sobre a sua terra. O desafio fora
lançado pelo Pe. António Diniz, e ao mesmo responderam paroquianas e
paroquianos praticamente de todas as terras servidas pelo jornal. Esta participação
é muito enriquecedora e o fomento da mesma deve ser enaltecido.
Ferramenta educativa e cultural, ainda, porque
ao divulgar as formaturas e o sucesso
escolar de uns, estava a encorajar os de outros, conhecida que é a importância que as populações em causa atribuíam
à educação e aos estudos.
Fator de identidade e coesão social, na medida
em que contribuiu para manter viva a ligação entre as aldeias, aproximando
Cepos e Colmeal e alimentando uma visão de conjunto. Em articulação com a
família, o regionalismo e o vai e vem
recorrente, o boletim reforçou seguramente a pertença à terra, às freguesias e
à região, ao mesmo tempo que a urbana se ia impondo por força das
circunstâncias.
A este propósito, diz-se sobre o boletim, no
número 44 (Fev. 1964):
Mais
do que porta-voz da terra mãe, ele tem sido o elo de união entre todos os
filhos da mesma terra, entre os presentes e os ausentes. A cada um tem levado a
palavra carinhosa e amiga, o conselho benfazejo, as notícias, aguardadas com
ansiedade [xiii].
Um elo de união! Que assim persista O Colmeal, no exercício do seu atual
papel de narrador e fonte inesgotável de memória, informação e reflexão.
Lisete de Matos
Açor, Colmeal, novembro de 2020.
[i] O Colmeal
nº 68, abril de 1966.
[ii] “Padre Manuel Pinto Caetano”, O Colmeal, nº 175, julho-agosto de 1981. Este número especial, em
formato diferente, comemora os 50 anos da União Progressiva da Freguesia do
Colmeal.
[iii] Pe. Pinto, “Na hora do adeus”, O Colmeal, nº 187, agosto de 1982.
[iv] “Carta aberta”, nº 41, novembro
de 1968.
[v] “Quem vai à Missa?”, O Colmeal, nº 144, abril-maio-junho, de 1978.
[vi] “Marco do Correio”, O Colmeal, nº 66, fevereiro de 1966.
[vii] “A nossa excursão”, O Colmeal, nº 4, 15 de maio de 1960.
[viii] “Marco do Correio”, O Colmeal, nº 13, 1961; nº 52, 1964; nº 54, 57,
59 e 64, 1965; nº 67, 1966.
[ix] Depois de avanços e recuos anteriores, a escolaridade
obrigatória passou a ser de quatro anos para os rapazes em 1956 (Decreto nº 40
964, de 31/12) e, para ambos os sexos, em 1960. Passou a seis anos em 1964
(Decreto-Lei nº 45 810, de 9/7), assim se mantendo até 1986.
[x] “Cartas de Longe”, O Colmeal, nº 14, março de 1961.
[xi] Exemplos:
“Uma Lágrima do Soldado”, O Colmeal, nº
23, janeiro 1962; “Carta de soldado para a mãe”, O Colmeal, nº 69, maio de 1966; “Espera-me”, O Colmeal, nº 102, fevereiro de 1970.
[xii] “Residência Paroquial”, O Colmeal, nº 98 e 100, julho e novembro de 1969.
[xiii] “No limiar do quinto ano”, O Colmeal, fevereiro de 1964.
19 janeiro 2021
Cancelamento da cerimónia de distribuição do Bodo no Colmeal em 2021
Presidente da
Direção
Associação Regionalista fundada em 15 de Novembro de 1964
16 janeiro 2021
O COLMEAL E A HISTÓRIA DO COLMEAL (2º)
(Continuação)
2. UMA
ABORDAGEM MULTIDIMENSIONAL
Depois da supra e rápida incursão pelas
circunstâncias que contextualizam O
Colmeal, no mesmo sentido, importa voltar à ideia de carta que subjaz ao projeto. Ao tempo, na falta dos atuais meios
eletrónicos, as cartas eram o principal meio de comunicação interpessoal a
distância. Todos as conheciam, lidas e escritas pelos próprios ou por
“escribas”, familiares, amigos e vizinhos, muitas vezes crianças. Eram
esperadas com ansiedade e portadoras de boas e más notícias. Dependendo dos
emissores e recetores, podiam ser telegráficas ou autênticos tratados de afeto,
orientação espiritual e material, informação e reflexão. Exatamente como O Colmeal! Com a particularidade de, consistindo
num órgão da Igreja, ser expetável que a componente religiosa e paroquial fosse
dominante. Entende-se por religioso o relacionado com as crenças e as práticas
de culto, por paroquial, a atividade de índole cultural, social e assistencial.
2.1. REGULARIDADES
No entanto, salvo exceções, nos números de O Colmeal que relemos, o espaço
editorial tende para distribuir-se irmãmente entre a dimensão religiosa e a
temporal. Esta distribuição é visível logo na primeira página, cuja imagem,
quando incluída, pode ser religiosa, mas também de uma pessoa, povoação ou
infraestrutura. Dada a pequenez das páginas, frequentemente, os temas nela abordados
continuam para outras.
No plano religioso e paroquial, fazem
manchete: as celebrações litúrgicas e outros temas de apostolado, catequese, educação
e formação religiosa e moral; os anúncios e relatos das festas anuais e
excursões, visitas pastorais; a reflexão sobre temas da atualidade devota.
Igualmente de cariz religioso e/ou de formação moral e religiosa são as máximas
que preenchem a tarjeta horizontal de encerramento da mancha, ao fundo. O
número 67 (1966) já não traz esta tarjeta.
No campo secular, sobressaem, na primeira página, as notícias sobre: obras,
necessárias, em vias de lançamento ou em curso; inaugurações, homenagens e
visitas de figuras públicas; membros prestigiados da comunidade, sobretudo da
diáspora, os seus descendentes incluídos.
Excecionalmente, a primeira página pode versar
apenas uma das problemáticas. A título de exemplo, temos os números: 6 (Colmeal de ontem e de hoje); 31 (Concílios na História da Igreja); 65 (União e Progresso do Carvalhal e alusão
a um cidadão da Malhada); 74-75, cuja primeira página é totalmente dedicada a
Cepos.
Nas páginas seguintes, que não raro asseguram a conclusão dos artigos iniciados na primeira, encontra-se sensivelmente a mesma distribuição do espaço, provavelmente com maior peso da vertente secular. Isto porque as rubricas fixas devem ser vistas como paroquiais e laicas. Entende-se por rubricas fixas as que acompanham o boletim ao longo de vários anos. São as seguintes.
- Marco
do Correio. Notícias, em geral de natureza pessoal, organizadas pelas
diferentes povoações da freguesia/s: idas e vindas, festa anual, casamentos,
batizados, falecimentos, doenças, acidentes, melhoramentos … As informações de
Cepos aparecem ora inseridas nesta rúbrica, ora autonomizadas, ganhando
expressão, sobretudo a partir das colunas Notícias
de Cepos, Para Cepos ou De Cepos … Após um período de ausência,
o logotipo da rubrica Marco do Correio
regressa renovado com o número 55 (1965). A nova versão inclui um poste
telefónico, a mostrar a importância entretanto ganha por essa extraordinária ferramenta
de comunicação.
- A Vida
de O Colmeal. Essencialmente, uma
lista dos leitores que pagaram a sua assinatura, com indicação do valor. A
assinatura começou por importar em 5$00, mas o pagamento podia e era
generalizadamente superior. Em 1982, quando o boletim terminou, a assinatura
era de 200$ em Portugal e 300$ no estrangeiro, custando o exemplar avulso
17$50. Mais tarde, a rubrica passou a chamar-se A vida do nosso Jornal, A
vida do jornal… Indicando a localidade de residência, estas listas fornecem
pistas, por um lado sobre a mobilidade geográfica das pessoas, por outro sobre
a distribuição do jornal.
- Sempre
Alegres. Uma coluna de entretenimento, constituído por anedotas e
adivinhas. O respetivo logotipo, que começou por ser um rosto masculino
risonho, foi substituído, no número 67 (1966), por um bobo a fazer o pino, o
que sugere referências mais eruditas. No número 92 (1968), a rubrica, que perde
espaço, dá pelo nome Tristeza não faz bem
e, logo a partir do número seguinte, por Canto
para sorrir. O número 117 (1973) repõe a genuinidade inicial, ao fazer
regressar os primeiros título e grafismo.
2.2. VARIEDADES
No plano das secções variáveis, a diversidade
temática é grande e fazer sínteses pode ser redutor. Ainda assim, arrisca-se a
menção: às vidas de santos, assunto que começa a rarear com o número 41 (1962)
e praticamente desaparece, em 1965, com o número 50; ao lançamento de campanhas
de angariação de fundos e, nos números seguintes, à indicação dos contributos
recebidos (ex: Vamos comprar um sino,
cuja sequência dá pelo título Badaladas);
ao apoio aos pobres; às atividades de culto e paroquiais, especialmente as
festas anuais; às contas da igreja; aos mordomos e mordomas; aos conterrâneos
ilustres que se distinguiram por alguma razão; aos exames e formaturas; a
militares que foram promovidos; a casamentos (novo/s lar/es), batizados (novo/s
cristão/s) e falecimentos …
Igualmente continuadas ou não da primeira
página, as notícias sobre infraestruturas e serviços básicos essenciais são
numerosas, por se referirem a toda a freguesia/s e, não raro, repetirem, em
virtude das demoras na execução. Destacam-se: as acessibilidades, como as
estradas Rolão-Colmeal, Vale do Ceira, Cepos-Colmeal, mais tarde,
Colmeal-localidades; o fornecimento de água, luz e telefone; os serviços
médicos, depois, a Casa do Povo; o transporte público … Este é o domínio
privilegiado da ação do regionalismo,
envolvendo a União Progressiva da Freguesia do Colmeal e as comissões de
melhoramentos das diferentes aldeias. Lembra, no presente e para o futuro, que
ao regionalismo se ficaram a dever,
por ação direta e pressão institucional, a melhoria das condições de vida nas
terras e o progresso alcançado.
No campo das infraestruturas
paroquiais e civis, há projetos que se prolongam ao longo de anos, demonstrando
o abandono a que a região estava votada por parte dos poderes instalados, a
persistência dos promotores – a paróquia ou as comissões de melhoramentos - e a
generosidade de muitos. Uma generosidade tanto maior, quanto as recolhas de
donativos eram várias ao mesmo tempo. Constitui exemplo a residência paroquial,
que levou nove anos a ser ofertada e cinco a ser construída, sendo mencionada
em cinquenta números do boletim [i]. É neste
contexto que encontramos formas de financiamento como a oferta de um ovo por
semana (1$00), dias e semanas de trabalho ou dos pregos necessários.
De referir, ainda, as simples frases e
pequenas rubricas, de natureza formativa e cultural, que contribuem para tornar
o jornal mais diverso e atraente, exercendo, por vezes e do ponto de vista
gráfico, a função de fechamento de colunas. Estamos a falar de citações,
pensamentos e quadras, e da rubrica Sabia
isto? (curiosidades/cultura geral), que mais tarde dará pelos títulos Fique sabendo que, Já sabe que … Pingos de
saber, Bagatelas …
A Biblioteca
[ii]
lê-se praticamente em todos os números dos primeiros anos, para agradecer a
oferta de livros. Sobre a leitura em si mesma, diz-se, em fevereiro de 1960 (nº
1), que os leitores têm sido em grande número, mas, em junho de 1962 (nº 28),
que continuam a faltar, possivelmente a refletir as consequências do despovoamento
paulatino.
Em conformidade com o gosto ancestral pelas
rimas, versos e romances da literatura popular, registe-se o facto assinalável
de O Colmeal incluir poesia
regularmente até ao nº 55 (fevº 1965), quando começa a rarear. Pode entrar
espontaneamente ou a propósito de um tema, por exemplo, “Sinos da minha aldeia”
na rubrica Badaladas (nº 12, janº
1961) ou umas quadras sobre alminhas num artigo sobre as mesmas (nº 10, novº
1960). Em geral, trata-se de poesia religiosa. Alguns números, porém, trazem os
dois géneros, caso dos que inserem trovas sobre as aldeias, assunto a que voltaremos
em próxima oportunidade.
2.3. ENTRELINHAS
O Colmeal é muito eloquente no que diz, e com base no
que não diz e deixa dito nas entrelinhas do seu tecido formativo e noticioso.
As observações que se seguem - outras ficando por fazer -, resultam do
cruzamento desses três espaços de leitura.
A antecipar um futuro que veio a agravar-se,
com reflexos na disparidade dos níveis educativas, O Colmeal fala várias vezes da falta de professores. As
dificuldades de colocação eram tão constantes que, em estudo realizado em 1997/98,
a mobilidade é apontada tanto por atores que tinham mais de setenta anos, como
pelo mais novo, de trinta e oito. Se ainda hoje os professores temem o
isolamento do interior, imagine-se, então! Entre outras situações:
Por
motivo de falta de professora, encontra-se fechada a escola do Colmeal (…) As
crianças terão de ir ao Carvalhal à escola ficando sujeitas aos vários perigos
do caminho (…) [iii].
O
Carvalhal vê ainda fechadas as portas da sua escola. São 34 crianças e nem o
fator quantidade parece ter influência
[iv].
Com a recessão demográfica, o problema deixou
de colocar-se. As raras crianças resistentes vão à escola na sede do concelho,
sendo transportadas diariamente ou ficando nas residências para estudantes, que
contribuem para a socialização e o sucesso escolar, mas afastam definitivamente
as crianças das aldeias.
Simultânea e implicitamente, o boletim define
a docência no ensino básico como atividade essencialmente feminina, nos meios
mais isolados e numa época em que as mulheres mal tinham conquistado o direito
à profissão. Professores do sexo masculino, somente é homenageado António José
Teixeira, que lecionou no Colmeal de 1934 a 1938 [v].
A carência de sacerdotes e a respetiva
mobilidade, por sua vez, depreendem-se do facto de, ao longo dos dez anos relidos,
terem paroquiado a freguesia, já em regime de acumulação, seis párocos. Presentemente,
a paróquia está inserida na Unidade Pastoral de Góis, que abrange o concelho,
com exceção para a freguesia de Alvares. O pároco, Pe. Orlando Fernandes, é
ainda responsável por quatro paróquias do concelho de Vila Nova de Poiares [vi].
No plano do investimento, apenas se deu conta
de uma curta alusão aos trabalhos de terraplanagem para a instalação da Quinta
das Águias (nº 5, junho 1960). Aliás, de modo geral, a dimensão profissional e
económica está ausente, a não ser estando permanentemente implícita, através da
diáspora. Isto, apesar de artigos como Método
de Trabalho (nº 32, novº. 1962) e O
Trabalho dignifica (nº 48, julho 1964), e da publicitação do Guia do Marceneiro (nº 14 e seguintes, 1961).
Ou de frases simples, como: As sementeiras
processam-se a bom ritmo; As vindimas ficaram muito aquém do desejado [vii].
Dá que pensar, conhecendo a micro propriedade em presença e a escassa
fertilidade do solo!
Diretamente, também as crianças estão
ausentes, com exceção para o número 37 (1963), que inclui O Sol, um conto (de cariz
moral) para os mais novitos.
Indiretamente estão-no nas menções à catequese, à primeira comunhão, à escola
ou em textos como A Educação Religiosa
das Crianças ou A Família e a
Educação dos Filhos [viii]. Passando
os olhos por exemplares dos anos setenta, pareceu-nos que virão a ter uma maior
e devida visibilidade.
Nos referidos cem números, o boletim mantém-se
em linha com as posições oficiais da Igreja católica, permanecendo afastado dos
movimentos progressistas que precederam e deram continuidade ao Concílio
Vaticano II. Por exemplo, que tenhamos percebido, não se encontra qualquer
referência ao contrassenso da guerra colonial, não obstante os colmealenses e
cepenses que para ela se viram recrutados, conforme informação do próprio. A
seu tempo, este alinhamento evoluirá para uma postura mais crítica e
interventiva.
Embora as imagens não sejam as mais legíveis,
n’O Colmeal encontra-se notícia de património
construído e infraestruturas que já não existem. É o caso da antiga ponte sobre
o rio Ceira (nº 60 e 63, 1965), de tetos em colmo em Aldeia Velha (nº 101,
1969) ou das alminhas situadas junto da
igreja e construídas há pouco no local onde antigamente se erguiam outras [ix]. De
modo muito atual, já no número 10 (1960) se perguntava: Porque não se restauram todas as Alminhas, “esses padrões de Portugal
cristão“?
A terminar esta apresentação sucinta de O Colmeal, diríamos que o mesmo consubstancia uma abordagem multidimensional, a saber: formativo-cultural, informativa e gradualmente interventiva. Formativo-cultural, materializada nos conteúdos de apostolado e formação integral (religiosa, pessoal, moral, cultural, recreativa e, crescentemente, cívica); informativa, sobre as pessoas, a atividade paroquial e as dinâmicas especialmente do regionalismo; gradualmente interventiva, porque se vai tornando mais ativo na identificação das necessidades e respostas viáveis. Com as limitações inerentes ao tempo e à dupla dualidade do espaço em que atua e de que dispõe.
Lisete de Matos
Açor, Colmeal, novembro de 2020
[i] O projeto foi lançado em 1960 (nº 17),
a construção iniciada em 1964, dizendo-se, em novembro de 1969 (nº 100), que
está em fase de acabamentos.
[ii] Inaugurada em 16 de novembro
de 1959, com o objetivo de contribuir para o aperfeiçoamento moral, espiritual
ou intelectual dos leitores.
[iii] “Escola”, O
Colmeal, nº 63, novembro de 1965.
[iv] “Pela nossa Terra”, O Colmeal, nº 100, novembro de
1969.
[v] “Figuras que o Colmeal conheceu. Prof. António José
Teixeira”, O colmeal nº 98, julho de
1969.
[vi] “Unidade Pastoral de Góis já tem novo Pároco”, O Varzeense, nº 773, setembro de 2020.
[vii] “Pela nossa Terra”, O Colmeal, nº 97, maio de 1969 e nº 100,
novembro de 1969.
[viii] O Colmeal,
nº 40, outubro de 1963 e nº 83, julho de 1967.
[ix] “Alminhas”, O Colmeal, nº 20, setembro de 1961.
09 janeiro 2021
O COLMEAL E A HISTÓRIA DO COLMEAL (1º)
São dias inusitados e tristes os que vivemos.
Pelo sofrimento e a tragédia das vidas perdidas, pela dependência e fragilidade
em que estamos, numa afronta impensável à arrogância convencida em que
vivíamos. Dias, igualmente, de generosidade e entrega, de solidariedade e
altruísmo, que agradecemos a todos os que prestam auxílio às vítimas de doença
e da crise generalizada em que mergulhámos. Para tanta dádiva de uns e gratidão
de outros, não há palavras.
Nesta situação de tempo que conta tanto mais
quanto começa a (des)contar, por razões que os especialistas saberão explicar,
dei comigo a rever leituras antigas, entre elas a dos primeiros cem números de O Colmeal. Embora por alguns,
nomeadamente seguintes, apenas tenha passado os olhos, foi uma leitura muito
interessante, simultaneamente aprazível, penosa e pensativa, por estar em questão
a narrativa essencial da freguesia, cruzada com as da região, do país e do
mundo.
Funda esta convicção o facto de a história
antiga constar de artigos e de a moderna transparecer, explícita e
implicitamente, das problemáticas e temas que são (ou não) abordados. Embora as
caraterísticas geográficas e as dinâmicas sociais sejam anteriores, os
longínquos anos sessenta e setenta do século passado, a que o boletim se
reporta, foram decisivos para a atualidade do território, em termos
infraestruturais, demográficos, sociais, económicos e, mesmo, religiosos. Um
desfecho recente foi a fusão com a limítrofe freguesia do Cadafaz, dando lugar
à União de Freguesias de Cadafaz e Colmeal. De um outro ponto de vista ou na
outra face da moeda, os mesmos anos que foram determinantes para o sucesso e a
mobilidade social ascendente dos muitos conterrâneos e seus descendentes que,
por toda a parte, ajudaram e ajudam a construir o desenvolvimento e as
condições de vida a que os seus ascendentes ou eles próprios aspiravam.
Estes apontamentos são o produto da reflexão
que a dita leitura me suscitou. Publico-os com o objetivo de contribuir para a
valorização e a divulgação de um projeto e acervo documental que plasma a história
da freguesia do Colmeal, em parte, também da de Cepos.
São apontamentos sobre O Colmeal enquanto testemunho e referem-se aos primeiros cem
números e ao período 1960-1969. O recurso a números e conteúdos posteriores
visa somente antecipar possíveis contornos do boletim, a caminho e na senda das
mudanças socioculturais e políticas, entretanto ocorridas. Neles, depois de
contextualizar o jornal e de o apresentar na dualidade religioso-secular que o
informa, apontam-se tendências de evolução no campo da população-alvo e das
matérias que contempla. Termina-se sustentando o seu papel como espaço de
visibilidade e protagonismo, ferramenta cultural e fator de identidade e coesão
social. Nem o próprio jornal sendo exaustivo, muito fica por dizer, a
configurar desafio para outras leituras.
Preservar a memória individual e coletiva
nunca será de mais, para que a palavra e a ação dos homens e mulheres tenha
futuro. Repetindo-me, recordo uma vez mais o ensaísta Jorge de Sena, quando
assinalava o risco de alguns permanecerem os insignificantes da história, enquanto
outros se guindam ao estatuto de insignes ficantes [i].
1. CONTEXTO
No que respeita à forma, que oportunamente foi
objeto de tratamento minucioso [ii], O Colmeal é um caderno de 27X19 cm, com
quatro páginas que, esporadicamente, passam a seis, oito, doze … A
periodicidade começou por ser mensal, variando mais tarde em função de
dificuldades ocasionais ou por decisão fundamentada. Deixou de publicar-se em
agosto de 1982, depois de a despedida do então diretor fazer manchete no número
187, e de se informar que O Colmeal ia
ter férias [iii].
Segundo o fundador, lembrando a existência de
colmealenses, especialmente nesse grande
mundo que é a cidade de Lisboa:
A
finalidade é levar a todos, aos de longe e aos de perto um pouco de auxílio
moral e espiritual, embora possamos dizer que foi o pensamento na colónia do
Colmeal em Lisboa que nos levou mais facilmente a esta estranha aventura” (…).
Com esta folha que acaba de nascer queremos nós pôr-nos mais em contacto com todos. Ela será afinal uma carta escrita para toda a família colmealense”.
O Arcebispo-Bispo de Coimbra, D. Ernesto Sena
de Oliveira, autorizou e abençoou o jornal, pedindo que fosse em tudo eco da Voz do Evangelho [iv].
Embora o auxílio moral e espiritual possa
assumir múltiplas formas, sendo sempre um eco do evangelho, aqueles dois
enunciados remetem para preocupações algo distintas. Enquanto o fundador do
boletim enfatiza a população-alvo e a vertente secular inerente ao conceito de carta, o Arcebispo-Bispo realça a
mensagem e, nessa medida, a vertente religiosa e apostólica. A dualidade
religioso-secular acompanhará a formulação dos objetivos do jornal ao longo do
tempo [v], influenciando
o peso dos diferentes conteúdos.
De qualquer modo, atendendo à época, diríamos
que tanto o pároco como o prelado inscrevem o boletim num registo migratório e numa
estratégia de recurso à imprensa como reforço e meio de evangelização
privilegiado, para fazer face às mudanças sociais e aos processos de intensa secularização
em curso. A medida remonta a Leão XIII [vi] e deu
origem a uma panóplia de publicações, nacionais, regionais e locais [vii].
Apenas o Pe. Fernando - um jovem sacerdote -, o faz antecipando orientações que
viriam a sair do Concílio Vaticano II, correspondendo a preocupações
pré-existentes no seio da Igreja católica. O concílio teve lugar em inícios de
1962 e o decreto [viii]
sobre as comunicações, em 1966. O próprio boletim menciona vários órgãos de
comunicação congéneres, entre eles O
Varzeense, ainda ativo, que o Pe. Fernando fundou, em Vila Nova do Ceira,
depois de sair do Colmeal. A semelhança temática entre alguns leva-nos a pensar
que existiria um guião para a elaboração destes jornais.
O acréscimo das migrações, por sua vez, vem
potenciar o papel evangelizador da imprensa, para contrabalançar as
consequências da mobilidade geográfica e social, no plano dos valores, crenças
e práticas, designadamente religiosas. Nas palavras de D. José Policarpo:
(…)
a curto e médio prazo, a mudança significa uma nova maneira de viver, de
trabalhar, de pensar, de sentir, de entender o passado e o futuro, de ordenar
os valores e as prioridades, de dar sentido à vida e à morte, ao casamento e à
família, ao tempo e à natureza, a Deus e à religião. (…)
[ix]
Nos anos de sessenta a oitenta, o fluxo
(e)migratório foi muito elevado, devido a terem-se agravado as condições de
pobreza, falta de trabalho e autoritarismo que explicam e continuam a alimentar
o êxodo de populações. Perante o mesmo, a Igreja só podia reforçar a sua ação.
A título informativo, refira-se a celebração do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado
desde 1914 e, entre nós, a criação da Obra Católica Portuguesa de Migrações
precisamente em 1962.
Fazendo uma rápida retrospetiva da evolução
demográfica na freguesia do Colmeal, verifica-se que perdeu, na década de
trinta, 7,8% da sua população, na de quarenta, 16,6%, na de cinquenta, 15,1% e,
na de sessenta, 62,2% (quinhentos e noventa e três indivíduos). Confirma-se que
a (e)migração se acentuou a partir da década de quarenta, estabilizando na de
cinquenta, para atingir o seu auge na de sessenta, a acompanhar as tendências
nacionais. Porém, contrariamente à relativa estabilidade que teve lugar no
país, na década de oitenta, a freguesia continuou a perder população (-34,3%) [x], tal
como o concelho e toda a zona do Pinhal Interior Norte. Contribuíram para o
agravamento da desertificação humana a paragem do retorno, o envelhecimento da
população, a quebra na taxa de natalidade, a estagnação económica e, sempre, as
dificuldades de acesso [xi].
Lisete de Matos
Açor, Colmeal, novembro de 2020
[i] Jorge Sena, “Diário Popular”, 1 de junho de 1978.
[ii]
Henrique
Miguel Mendes, “Recordar O Colmeal”,
http//upfc-colmeal-gois.blogspot.pt, 8 de março de 2008. Sequência: 11 e 29 de março de 2008; 6 e 16 de maio de 2008; 4 de junho de 2008; 16 de julho de 2008; 22 de agosto de 2008. A existirem outros artigos, não os localizámos.
[iii] “Na hora do adeus”, O Colmeal, nº 187, agosto de 1982.
[iv] “Porquê, para quê e quando?”, O Colmeal, nº 1, fevereiro de 1960.
[v] A formulação de objetivos mais global que encontrámos
é a da manchete “Mais um Ano”, O Colmeal,
nº 24, de 1962. Sob o lema servir, referem-se a pátria e a freguesia, os
paroquianos ausentes e os presentes e, quanto ao conteúdo, as notícias, o apoio
anímico e o caminho do céu, levando a todos a mensagem salvífica de Deus.
[vi] Carta, 25
de janeiro de 1882. Mas o L’Osservatore Romano, um dos
mais antigos jornais do mundo, é de 1861 e, já agora, a Rádio Vaticano, de
1929.
[vii] Entre elas, o Novidades, fundado em 1885.
[viii] Inter-Mirífica, 4 de dezembro de 1966, na sequência do qual a Igreja instituirá o Dia Mundial das Comunicações Sociais (domingo antes do Pentecostes).
[ix] D. José Policarpo, “A religião”, Portugal Hoje, INA, Lisboa, 1995, p.81.
[x] Na década de setenta, deu-se um
crescimento de 38,5%, mercê do regresso às aldeias de migrantes internos e de
alguns emigrantes.
[xi] Lisete Paula de Almeida de Matos, Gente da Serra: Modos de Vida entre a Cidade
e a Aldeia. Lisboa, FCSH/Universidade Nova, 2000.