30 outubro 2012

Magusto no Colmeal





No próximo dia 4 de Novembro (domingo) pelas 3 da tarde vamos encontrar-nos no Largo D. Josefa das Neves Alves Caetano para o nosso habitual magusto. Castanhas, torresmos, jeropiga e boa disposição serão os ingredientes indispensáveis para que possamos ter uns momentos agradáveis de convívio. Desconhecemos quais as condições atmosféricas que nos esperam mas confiamos que o acordo secreto que temos com S. Pedro ainda esteja em vigor.

Venha estar connosco neste domingo. Será óptimo podermos contar consigo.

Fotos Arquivo União

02 outubro 2012

Encantos e recantos



Colmeal, uma freguesia de encantos e recantos, que se torna imperioso manter. Os nossos idosos, especialmente eles, precisam da sua Junta e do seu apoio. A proximidade é fundamental. Esperamos que haja bom senso em vez da régua e do esquadro.

Foto de A. Domingos Santos

FEIRA RURAL NO COLMEAL


No passado dia 8 de Setembro, teve lugar no Colmeal uma feira rural. A organização esteve a cargo do Rancho Folclórico Serra do Ceira, que contou com o apoio da Junta de Freguesia do Colmeal e da Câmara Municipal de Góis, e a participação especial dos seguintes agrupamentos: Grupo Etnográfico da Região da Lousã, (Lousã), Rancho Folclórico as Sachadeiras da Várzea (Vila Nova do Ceira).Rancho Folclórico Estrelinhas do Sul (Seixal).

Decorrida a sessão de boas-vindas, a feira desenrolou-se durante todo o dia com as vertentes económica, cultural e convivial a interagirem e a potenciarem-se mutuamente, ao mesmo tempo que dinamizavam o comércio local e proporcionavam encontro e convívio.



No que toca ao mercado, os muitos feirantes primaram pela diversidade, beleza e genuinidade dos produtos que trouxeram. Na realidade uma diversidade espantosa, que incluía, entre muitos outros, produtos endógenos ao natural e transformados (hortícolas, fruta, compotas, pão, bolos, mel, várias bebidas, queijo, criação, aves …), arte e artesanato em várias das suas expressões (escultura, pintura de diferentes géneros, bordado, croché, bijutaria, tapeçaria, corte e costura …), velharias … A propósito, vi pela primeira vez uma braseira metálica tipo gaiola, que foi para o Soito, imagino que para integrar o espólio do núcleo museológico local, onde poderá ser vista. Da braseira em barro (bruxa) ou da enxó (de tanoeiro?) de que eu ando à procura é que nem sinal, não obstante a boa vontade dos amigos que se disponibilizaram para me ajudar!




Em termos de trocas, com as dificuldades que a todos afetam, é natural que os produtos mais procurados tenham sido os comestíveis. Mas quase todos foram objeto de saída. Curiosamente, troquei um livro por um valor diminuto, mas uma capucha por um razoável, embora inferior ao custo de produção, o que não deixa de dar que pensar!



Independentemente do espetáculo, uma vez mais gostei de ver o bom relacionamento e o intercâmbio entre os elementos dos diferentes ranchos, todos parecendo vestir somente a camisola da animação e do folclore. Tal como voltei a reparar na alegria e no prazer com que tocam, cantam e dançam, dançando mesmo quando o alinhamento não o exigia.



Foram encenadas e representadas a desfolhada e a debulha do milho. Desfolhada que outros chamam de descamisada e que aqui se chamava escapelar, consistindo a desfolhada na operação de tirar a folha à própria planta do milho, para estimular a maturação e providenciar palha para o gado.

Depois de colhido e trazido em cestas pelas mulheres, sacos pelos homens e cestos pelas crianças (O trabalho do menino é pouco, mas quem não o aproveita é louco, dizia-se), as espigas de milho foram primeiro escapeladas, isto é, libertas dos folhos que as protegem. Os bafejados com o chi (espiga preta ou milho-rei) distribuíam beijos e já não os abraços algumas vezes excessivamente apertados de antigamente. Desta vez, com a simulação de brigas de ciúmes entre os rapazes, tão bem representadas que pareciam a sério!



Depois de malhado a mangual, o milho foi acabado de escasular à mão, operação que alguns faziam recorrendo à velha técnica de soltar os grãos de um casulo, esfregando com outro já sem eles.



Por último, o milho foi erguido ao vento para o limpar e, seguidamente, medido a cesto de alqueire e ensacado, traduzindo-se a colheita em cerca de 5 alqueires. Variando entre 13 e 22 litros, em Góis o alqueire era de 14, em Arganil de 15 …



O milho deverá agora andar a secar estendido na eira e, mais dia, menos dia, teremos o prazer de o degustar transformado em broa pela Belmira que o cultivou. A perícia de alguns no desempenho das diferentes tarefas só pode advir da experiência real, o que não deixa de ser interessante, considerando a sua idade. Tudo tratado, enquanto os trabalhadores finalmente dançavam (o lazer e o divertimento associados ao trabalho), um cão aproveitava para descansar sobre os toldos deixados no chão!



Foi um acontecimento muito interessante, que mobilizou um grande número de pessoas, dando visibilidade à freguesia e às suas potencialidades. Estão de parabéns os organizadores Rancho Folclórico Serra do Ceira, as instituições apoiantes, os feirantes e os membros dos grupos etnográficos, os visitantes, que justificaram e honraram a iniciativa com os seus consumos e presença.

De visita ao evento, a senhora Presidente da Câmara, Drª Maria de Lurdes Castanheira, felicitou os organizadores e participantes, desejando a todos o maior sucesso.


A iniciativa foi objeto de parabéns e comentários positivos na sessão da Assembleia de Freguesia que teve lugar no passado dia 12 do corrente, tendo sido sugerida a sua realização pela menos de seis em seis meses. Seria uma forma de estímulo à produção e um contributo para a visibilidade e a sustentabilidade da freguesia.

Lisete de Matos

Açor, Colmeal, 14 de Setembro de 2012.

JORNAL DE ARGANIL – Suspensão das edições impressas


Foi com coração, devoção e muita nostalgia que um punhado de pessoas reergueu o Jornal de Arganil. Foi um início atribulado. Estávamos em data de comemoração de mais um aniversário e a determinação sobrepôs-se à razão. Havia um título prestigiado, querido, desejado que necessitava de renascer. Não há arrependimento, apesar de todas as incertezas que carregamos desde a primeira hora.

Desde o seu início fomos claros: Havia projecto, vontade e capacidade editorial, seria necessário apoio, e esse apoio teria de ser traduzido fundamentalmente na renovação das assinaturas. Um pouco de todos daria sustentabilidade ao jornal. Foi ao longo destes seis meses, semanalmente, renovado este nosso pedido. Menos de trinta por cento dos assinantes responderam à chamada. Nesta conjuntura, será de todo impossível levar por diante esta tarefa. Na edição impressa do dia 11 de Setembro, foi anunciado a possibilidade de suspender a publicação por tempo indeterminado, sublinhando as dificuldades e os pedidos de ajuda. Não nos conformamos com o encerramento do jornal. Continuamos à procura de respostas que tardam em aparecer. Sempre dissemos que o jornal é dos seus leitores. Chegou a hora de se assumirem. A Cooperativa foi até ao momento mola impulsionadora no ressurgimento do jornal. Necessitamos de consolidar o projecto e isso só será possível com o apoio de todos.

Neste momento difícil queremos reiterar o nosso apreço à Dr.ª Maria da Conceição Oliveira, pelas suas qualidades, saber e renovado espírito de sacrifício, com que acompanhou e acarinhou esta vivência e luta na manutenção de um jornal que durante mais de duas décadas dirigiu. Seriam poucos ou mesmo ninguém que se disporia a desempenhar tal papel. Esteve sempre disponível e voluntariosa a colaborar com a cooperativa. Bem-haja.

Vamos manter as edições suspensas durante o mês de Outubro a não ser que surjam alterações significativas. Até lá, temos de tomar decisões. Necessitamos de possuir um número mínimo de assinantes activos para manter o jornal impresso. Acreditamos na sua viabilidade, mas necessitamos de respostas. Há vontades ainda não expressas. Não poderemos esperar eternamente por elas. O tempo urge, juntos, não deixaremos “cair” este órgão de comunicação regional.

A Direcção
CEBS – Cooperativa Editorial da Beira Serra, CRL