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O Portugal dos Pequenitos comemora este ano 70 anos. Inaugurado a 8 de Junho de 1940, este parque lúdico pedagógico é uma referência na cidade, no país e no mundo, fazendo parte das “memórias afetivas” de muitas e muitas gerações. Ao longo deste ano, novos desafios se abrem a este parque, que surge agora com uma imagem mais moderna e que pretende atrair cada vez mais famílias.
Os 70 anos do Portugal dos Pequenitos vão ser assinalados ao longo de todo o ano. Apresentado na terça feira, na renovada Sala dos Capelos (réplica da Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra), o programa festivo marca também uma “espécie de viragem” no parque que surge agora com uma imagem mais moderna.
Com um “capital afetivo único”, o Portugal dos Pequenitos continua a ser “uma referência da meninice de muitos portugueses”. São essas vivências e essas memórias que a Fundação Bissaya Barreto (FBB) pretende reavivar agora, com as comemorações dos 70 anos da criação deste espaço, idealizado especialmente para as crianças mas que tem atraído pessoas de todas as idades, de todas as áreas do país e de vários do Mundo.
Inaugurado a 8 de Junho de 1940, o Portugal dos Pequenitos prepara-se agora para novos desafios. “É preciso modernizar e tocar as crianças e famílias de hoje, sem romper com o passado, com as memórias, histórias e afetos”, sublinhou Ivo Pimentel, assessor do Parque, durante a apresentação do programa de promoção e animação dos 70 anos do Portugal dos Pequenitos.
Assim, continua, “numa altura em que as crianças e jovens se estão a habituar a novas atrações e tecnologias é importante criar outros motivos para que as pessoas queiram vir ao Portugal dos Pequenitos”.
Trazer as famílias ao parque durante todo o ano, principalmente aos fins de semana, é o grande desejo de Lúcia Monteiro, responsável pelo Portugal dos Pequenitos. Espera que o programa de animação torne este espaço ainda mais dinâmico, atrativo e moderno.
Ao longo do ano, os visitantes terão possibilidade de conhecer, individualmente ou em visitas guiadas, o parque, percorrendo todo o vasto património que aí se encontra, desde as réplicas das casas tradicionais portuguesas aos monumentos que marcam a história do país e do Mundo. Podem conhecer também os museus do Traje e da Marinha; assistir a peças de teatro, a reconstituição de histórias e a momentos musicais; participar em vários ateliês e mostras etnográficas; entre outros eventos.
Na primeira semana de cada mês, o Portugal dos Pequenitos vai abrir as portas à solidariedade, convidando as instituições a virem ao parque divulgar os seus trabalhos.
A partir de agora, para além de um logótipo mais moderno, este parque lúdico pedagógico tem uma nova atração, com a abertura ao público, de forma permanente, da Sala dos Capelos, uma réplica perfeita da Sala dos Capelos da Universidade de Coimbra.
Os responsáveis pelo parque estão a apostar na promoção do parque junto do público em geral e também junto das escolas, um público que já é muito habitual nos meses de verão. Para além de toda a programação habitual, de 1 a 10 de Julho, vai decorrer “A Festa dos Pequenitos” e, na época do Natal, de Dezembro até aos Reis, “O Natal dos Pequenitos”.
70 anos a atrair miúdos e graúdos
Prosseguir o lema do professor Bissaia é o grande desejo da FBB. “Quisemos pôr as nossas crianças em contacto com o Portugal inteiro, num Mundo de realidades onde tudo é verdadeiro; quisemos que elas aprendessem a conhecer e a amar a nossa Terra; quisemos pôr-lhes diante, motivos nossos, que eduquem a sua sensibilidade, apurem o seu gosto, fortifiquem a sua inteligência”, escreveu um dia Bissaya Barreto, sobre este parque, onde é possível encontrar réplicas em miniatura do que temos no país e no Mundo.
O Portugal dos Pequenitos, parque lúdico, pedagógico e turístico, para além de ser um espaço de aproximação de culturas e de cruzamento de povos é também uma mostra qualificada da arte escultórica e arquitetónica que, pela miniatura e minúcia, continuam a encantar pessoas de todas as idades.
Idealizado por Bissaya Barreto e projetado pelo arquiteto Cassiano Branco, trata-se de um retrato vivo da portugalidade e da presença portuguesa no mundo, assumindo-se ainda, 70 anos depois, como um referencial histórico e pedagógico de muitas gerações.
Construído por etapas, a primeira fase foi dedicada às casas regionais portuguesas, podendo agora apreciar-se, em miniaturas à escala, para os mais novos, as principais tipologias de casas tradicionais, de norte a sul do país, como o Solar do Minho, a Casa da Beira Litoral, a Casa de Évora, a Casa do Algarve, entre outras.
Na mesma época, foi construído também o Conjunto de Coimbra, onde se encontram representados os principais monumentos da cidade, como o Páteo das Escolas da Universidade e a Sala dos Capelos.
O Portugal Monumental foi construído já na década de 50, encontrando-se aí alguns dos mais característicos monumentos de norte a sul do país, como a Torre de Belém, o Mosteiro dos Jerónimos, o Castelo de Guimarães, o Mosteiro da Batalha, a Janela do Convento de Cristo em Tomar, a Torre dos Clérigos, a Casa dos Bicos, o Arco da Rua Augusta, o Teatro Nacional D. Maria, entre outros. Neste núcleo destacam-se ainda os museus do Traje, da Marinha e do Mobiliário.
No início dos anos 60 foi terminada a terceira fase da construção, com a representação gráfica e etnográfica dos países de Expressão Portuguesa.
Zilda Monteiro
O Despertar de 15/01/2010
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