Das três possibilidades “sobre a mesa”, foi a “Solução1” que mereceu a assinatura do secretário de Estado do Ambiente. Com efeito, apesar de apresentar «condicionantes» e exigir «medidas de minimização», o governante emitiu a Declaração de Impacte Ambiental favorável. Em causa está o traçado da Estrada Nacional 342 (EN 342), que vai garantir a ligação Lousã – Góis – Arganil, neste último concelho.
A decisão do secretário de Estado aponta para o traçado que se desenvolve mais a Norte, atravessando a freguesia de Pombeiro da Beira, com um nó de ligação em Casal de Frade, cruzando a EN 342-4 Arganil /Sarzedo, nas Carvalhas de São Pedro, onde será construído um nó de ligação. O projecto envolve ainda a construção de duas novas travessias sobre o rio Alva e ainda dois nós, a localizar antes do nó de Coja, nas zonas de Fontão e Machorro.
Numa nota de imprensa ontem emitida, a Câmara Municipal de Arganil manifesta «o seu regozijo pela decisão do Governo», considerando que a emissão da Declaração de Impacte Ambiental constitui «um passo decisivo para a construção de uma via estratégica para o desenvolvimento de toda a região».
Aliás, a solução vem de alguma forma ao encontro da proposta defendida pela autarquia, que apontava, como traçado “ideal”, para um conjugação entre a “solução1 e a solução 2. Ou seja, após a saída da vila de Góis, entre o quilómetro 16 e o quilómetro 25,5, a autarquia via com “bons olhos” a “solução1”, uma vez que «permite “desencravar” uma das freguesias mais populosas do concelho, Pombeiro da Beira, aproximando-a da sede do concelho», além de que o traçado «se desenvolve num terreno menos acentuado em termos de relevo».
Já no que concerne à travessia de Arganil, que a edilidade entende assumir «alguma complexidade», a hipótese defendida dada a conhecer à tutela, passava pela “Solução2”, entre os quilómetros 25,225 e 28, com «os nós junto ao posto da GNR e Zona de Vale de Zebras, atravessando a EN 342-4 (Arganil-Sarzedo) junto ao cruzamento para a Alagoa, seguindo depois em direcção a Coja», com um traçado integralmente construído no concelho de Arganil. Desta forma seria possível, no entender da autarquia, «aproximar Coja de Arganil».
A Câmara de Arganil salvaguardou sempre que a sua posição não era vinculativa e que a decisão era da competência do secretário de Estado do Ambiente. Independentemente disso, também fez questão de sublinhar que «a nova EN342 é demasiado importante para o nosso desenvolvimento, sendo por isso desejável que avance rapidamente, independentemente do traçado que vier a ser escolhido».
Câmara vai acompanhar processo
A escolha não constitui, de resto, qualquer surpresa, uma vez que durante o processo de discussão pública da Avaliação de Impacte Ambiental sempre foi considerada a hipótese com menor impacte. Isso mesmo foi referido num fórum dinamizado por um grupo de arganilenses, realizado na semana passada, onde o assunto foi “escalpelizado” ao pormenor. Todavia, a conclusão final apontava num único sentido: «seja qual foi o traçado escolhido pela tutela, o importante é que a nova EN 342 avance».
Em causa está, de resto, uma via considerada estruturante para o interior da região, garantindo uma ligação célere entre os concelhos da Lousã, Góis e Arganil, garantindo a ligação ao IC6. Trata-se de uma via que faz parte da Concessão do Pinhal Interior, adjudicada na semana passada, em Ansião, pelo primeiro-ministro.
De acordo com a nota de Imprensa da Câmara de Arganil, o estudo prévio daquele traçado avança agora para projecto de execução, «processo que a Câmara Municipal acompanhará com a maior atenção, assumindo o compromisso de partilhar com os munícipes toda a informação disponível, de modo a optimizar o traçado escolhido».
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Manuela Ventura
in Diário de Coimbra de 16/1/2010
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