Comissão de Melhoramentos de Ádela
“Formou-se pouco tempo após a União Progressiva, muito antes de se ter iniciado a ruptura da representatividade colectiva da freguesia, que veio a suceder no início dos anos 50. Tal facto deve-se, certamente, à sua situação geográfica. “Sentem-se mais ligados ao concelho de Arganil, dada a proximidade da povoação dos Cepos. Os seus moradores não mantêm frequentes relações com a povoação do Colmeal. Não vão à missa dominical à sede de freguesia, têm com ela insignificantes relações económicas e são quase inexistentes as suas relações sociais. Por estas razões, procuraram associar-se os seus moradores, porque sentiam que só deste modo, era possível melhorar a sua situação material”.
A Comissão de Melhoramentos de Ádela dava os seus primeiros passos a 23 de Setembro de 1936, em reunião havida na Rua da Barroca, 97 – 2º, em Lisboa, com a presença de vinte e cinco conterrâneos, considerados os seus fundadores. “A acta dessa reunião é um documento valioso em que vale a pena meditar. Nela estão descritos os objectivos a atingir e as carências da aldeia distante…”.
Seriam então eleitos, José Domingos Diogo, Carlos de Almeida e José Jacinto de Almeida, para presidentes, respectivamente, da Assembleia-Geral, da Direcção e do Conselho Fiscal.
O primeiro melhoramento foi a compra de uma maca para a condução dos enfermos, o que seria feito à custa de muitos sacrifícios. Fora também deliberado pedir a assistência técnica para o projecto de abastecimento de água, obra que viria a ser inaugurada em 1948. Mais tarde, em 1960, acrescentavam-se mais dois fontanários.
Tendo suspendido a actividade durante alguns anos, a colectividade veio a reorganizar-se, definitivamente, a partir de uma comissão nomeada em Janeiro de 1944 e da aprovação dos estatutos, na Assembleia-Geral de 14 de Junho, que indicavam os fins a prosseguir: “ a) Associar os adelenses e promover o desenvolvimento da povoação de Ádela no âmbito social, económico e cultural; b) Participar empenhadamente nas actividades políticas de desenvolvimento regional, em cooperação com associações congéneres”.
Entre as personalidades que muito ajudaram e prestigiaram a Comissão de Melhoramentos, é justo destacar José Domingos Diogo, fundador e primeiro Presidente da Direcção, António Domingos dos Santos e, mais recentemente, Manuel Simões Nunes.
Para além das obras já referidas, assinale-se também como significativas, entre outras: a primeira estrada que permitiu levar à povoação as primeiras viaturas, aquela que liga a Selada das Eiras, nos princípios dos anos 60; a instalação do primeiro telefone, mantido durante muito tempo a suas expensas; o calcetamento das ruas; vários pontões sobre as ribeiras e o alcatroamento da estrada de Selada das Eiras.
Têm cerca de 230 sócios efectivos e encaram com bastante optimismo a acção da sua Comissão. “Ádela muito deve à sua Comissão de Melhoramentos, na qual os adelenses têm muito orgulho”, sendo referido também o apoio que a autarquia lhe tem dado, numa colaboração frutuosa para ambas.
O principal projecto a curto prazo é a Casa de Convívio, um desejo há muito acalentado pelos adelenses, e que, certamente, vai dar outras perspectivas à vida da povoação. Já possuem terreno e projecto e, em breve, a Casa será uma realidade.
E desejam alindar o seu Largo, prestando homenagem aos seus 25 fundadores.”
in ”memórias e esperanças”, de João Nogueira Ramos, Edição da Casa do Concelho de Góis, 2004
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