Ciclicamente, todas as instituições atravessam as suas crises. O Rancho Folclórico «Serra do Ceira» não fugiu a esse costume. No entanto, depois de um período menos auspicioso, em que os normais derrotistas lhe auguravam um «lindo funeral», o nosso mais representativo agrupamento folclórico reapareceu ao público no ano anterior, actuando no Colmeal, quando da visita de autarcas alemães ao concelho de Góis.
Apesar dessa reaparição e do agrupamento ter actuado em 8 de Dezembro de 1986, em Ribeira Cimeira, o «Serra do Ceira» desapareceu praticamente das páginas da Imprensa Regional. Culpa dos responsáveis que não transmitem a actividade do agrupamento, ou dos órgãos de comunicação social que se acomodam no habitual rame rame, aguardam chegada de possível notícia enviada por qualquer carola, não as buscando no local dos acontecimentos?
Na anterior edição de O Varzeense, a alusão à Assembleia-Geral e à eleição de novos corpos gerentes despertou a atenção e sabendo estar o agrupamento em fase de reactivação, ensaiando na vila de Góis, na Sede dos Bombeiros Voluntários, fomos assistir ao ensaio, recolher alguns apontamentos do que fomos ouvindo a dirigentes ou membros do rancho.
Pelo ambiente de camaradagem e entusiasmo, as perspectivas futuras parecem animadoras: a Câmara, de quem aguardam apoio económico, tem, para já e preciosamente, procedido ao transporte dos membros do agrupamento que, ao momento, são na ordem da meia centena (anteriormente eram uns 35).
Nas circunstâncias, pelo aumento de material humano, são necessários – disseram – doze novos fardamentos, cujo custo é elevadíssimo. Quem ajuda o «Serra do Ceira», neste momento de expansão? A todos os goienses aqui fica o apelo.
Também, em face de disposição da Federação de Folclore, soubemos que, no passado mês de Dezembro, elementos do «Serra do Ceira» contactaram conterrâneo no sentido de desenhar motivo que esteja de harmonia com as passadas tradições sociais, económicas e culturais dos povos da Serra e Vale do Ceira, em substituição dos «bonecos» bordados no estandarte.
Foram-nos facultados os três esboços propostos e indicado o escolhido, que inclusivamente, irá já servir de base ao símbolo do «7º FESTIVAL DE FOLCLORE BEIRÃO», a realizar em 23 de Agosto, em Góis.
Contactado o autor e não vendo este qualquer inconveniente na divulgação do desenho, ainda em acabamento, O Varzeense publica gravura. As cores que vão predominar – diz o autor – são o azul céu, amarelo e verde, além de branco.
In “O Varzeense”, Março de 1987
Do espólio de Fernando Costa
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