07 maio 2009

VALE DO CEIRA – AQUI COLMEAL

Um símbolo do regionalismo adelense
A actividade desenvolvida por uma agremiação é, bem o sabemos, um trabalho de grupo, de uma direcção. Mas, também não tenhamos dúvidas, entre esse grupo terá sempre de haver alguém a marcar o ritmo, a dirigir os trabalhos, as acções. E, por esses factores, embora não sendo essas as intenções, torna-se na figura mais notada em relação aos seus pares. Neste caso e sem melindrar ninguém, essa notoriedade foi, naturalmente maior para uns e menor para outros dirigentes e, também, naturalmente aqui se concede prioridade àqueles que, mercê de uma certa devoção à causa regionalista, à solução dos problemas existentes na terra que lhes serviu de berço, alcançaram maior destaque. Depois deste intróito, dedicado a um «velho» regionalista, reconhecemos que alinhavar uma crónica sobre um conterrâneo, antigo dirigente da agremiação que, dentro da sua maneira de ver e estar na vida, simultaneamente é amante do sossego e do anonimato, não é tarefa fácil. Porém, esse conterrâneo, com quem logicamente e em questões comunitárias as nossas opiniões nem sempre coincidiram (e esta é uma delas), não podemos continuar a respeitar a sua modéstia, isto sem lhe faltarmos ao respeito. Era suficiente dizer-se que há uns bons 40 anos serve a sua colectividade, a sua povoação, a nossa freguesia. Como dirigente, foi homem para todo o serviço, um autêntico serviçal, tantas vezes e infelizmente mal agradecido, pelos conterrâneos. Os elementos biográficos, extra dirigente, não são muitos. Porém, rebuscando velhos papéis, informações recolhidas ao longo dos anos, ora aqui ora além, sabemos que após cumprido o serviço militar rumou para a capital em fins de 1939, entrando ao serviço das Companhias Reunidas de Gás e Electricidade (hoje EDP), da qual foi reformado por limite de idade. Em Setembro de 1941, quando da Segunda Guerra Mundial, foi mobilizado para Cabo Verde (Sal) e aí serviu a Pátria até 1943. Há quatro décadas captado para o Regionalismo, o vem servindo nos mais variados cargos e missões, incluindo o de cobrador da Comissão de Melhoramentos de Ádela, simpática povoação da freguesia do Colmeal, termo do concelho de Góis. Vamos entrar no nono parágrafo, escrevemos já algumas dezenas de palavras e bem contra nossa vontade não podemos deixar nas entrelinhas o seu nome: MANUEL SIMÕES NUNES, que, com cerca de 70 anos, ainda muito tem a oferecer à sua colectividade e terra. Manuel Simões, «velho» camarada das lides regionalistas, continua a dizer-se que as homenagens são sempre contra alguém. Ora bem, não estamos contra ninguém, muito menos a homenagear a sua pessoa. Pretendemos, disso não haja a menor dúvida, realçar, louvar esse seu amor passado e presente a essa mística tipicamente serrana chamada REGIONALISMO. Que continue por muitos e bons anos, são os nossos votos.
FERNANDO COSTA
In “O Varzeense”, Abril de 1987 Do espólio de Fernando Costa

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