Casas feitas em pedra e cobertas de loisa, que já tiveram vida, movimento e calor.
Agora sem sorrisos e traquinices de crianças.
E sem os mais velhos, que entretanto já partiram.
Em Ádela. Testemunhos de um passado recente.
Fotos de A. Domingos Santos
2 comentários:
Adoro ver estas casas de pedra à vista. Tento imaginar a vida dentro delas e a vida de sacrifício que passavam os que nelas viviam. O cântaro com a água, a candeia a tremelicar na sua luz, o tabique forrado a jornais, os animais no andar térreo, o lume a crepitar no chão de pedra, a ferrada a ser preparada, o levantar antes do cantar do galo, a corda e a roçadoira para ir ao mato e sobretudo imagino as pessoas simples mas boas que lá moraram.
Estas casas ou o que delas resta inspiram-me muito respeito.
Em local idêntico, sou uma dessas crianças que ainda na memória tem as traquinices que a despreocupação da infância permite fazer, na liberdade do desconhecido do que o futuro trará.Futuro que já é passado. passado que voltará a ser futuro. Marcado nas pedra, nas àrvores, nas rochas, no rio. Toda a paisagem que a memória compõe e que a realidade distorce.
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