27 março 2008

COLMEAL - Mostra/Venda de artesanato e produtos locais













No passado sábado, dia 22 de Março os nossos artesãos e produtores responderam afirmativamente ao convite que lhes havíamos endereçado e apresentaram os seus produtos numa mostra/venda que foi muito animada e bastante concorrida.

Esta realização, que pretendemos venha a ser a primeira de muitas, extravasou os limites da freguesia do Colmeal e teve a presença de artesãos e produtores de freguesias limítrofes permitindo assim uma maior variedade na escolha e uma possibilidade maior na procura entre os visitantes.

Não houve da nossa parte pretensões em rivalizar com organizações semelhantes, mas apenas quisemos dar um primeiro passo e mostrar que é possível fazer algo, de tão simples, para promover o trabalho e divulgar os artigos que produzidos localmente, têm colocação garantida por serem do agrado geral.

A presença da população residente, dos que se deslocaram à freguesia do Colmeal para passar o fim-de-semana da Páscoa e de todos aqueles que vieram de aldeias vizinhas foi muito importante para a dinamização desta Mostra/Venda de artesanato e produtos locais e para o incentivo e encorajamento dos artesãos. Houve bastante procura e a maior parte dos participantes escoou os seus produtos.

Com o resultado desta primeira experiência certamente se sentirão motivados a produzir mais e a manterem a sua actividade na freguesia. Temos por obrigação promover os nossos produtos locais e regionais numa tentativa de ajudar a combater a desertificação da freguesia e do concelho.
Olhemos à nossa volta e vejamos em quantas aldeias, casais e lugares já não se encontra vivalma. Cumpre a todos nós ajudar à manutenção destas pessoas pois que de outro modo, poderão seguir o caminho de muitos outros na procura de uma nova vida num qualquer outro lugar.

Como é do conhecimento geral a actividade económica na freguesia está cada vez mais reduzida. Não só pela dificuldade em encontrar interessados em investir mas também e principalmente por causa da idade avançada da maioria da população residente.

No entanto, alguns “resistentes” ainda vão fazendo queijo, mel e seus derivados, como a aguardente e o vinagre de mel, tapeçaria, tecidos em lã, panos de cozinha com “picot”, sacos de retalhos de panos coloridos, pequenas casas de xisto, bancos em madeira ou as características tripeças.
Nesta mostra artesãos e produtores do Açor, Aldeia Velha, Sobral, Carrimá, Quinta das Águias, Cepos e naturalmente do Colmeal, apresentaram ainda para além do já descrito, tigelada, folares, bolos caseiros, filhós, azeite, ginja com elas, medronho e uma broa divinal que esgotou por três vezes obrigando o forno a trabalho suplementar.
Também havia produtos hortícolas, ainda em pequenos viveiros, prontos para serem transplantados.
Artesãos mais jovens apresentaram bijutarias diversas feitas com bom gosto e muita imaginação. Lindos quadros em bordado matiz sobre linho e outros em tela pintada com motivos variados são também a prova de que entre as pessoas simples das nossas terras há sensibilidade para estas manifestações de arte.

Uma acção concertada entre as várias comissões de melhoramentos da freguesia e a própria Junta é fundamental e imprescindível para que estas manifestações se realizem periodicamente com vista a dinamizar a produção e a incentivar os nossos artesãos.

Sensibilizar todos os nossos conterrâneos e associados das várias colectividades será muito importante para que adquiram produtos cuja proveniência é conhecida. Como dizíamos há dias, temos que ser nós, devemos ser todos nós e pelos meios que estão ao nosso alcance, a divulgar, a dar a conhecer o que de bom temos nas nossas terras, nas aldeias que nos viram nascer.

Nesta Mostra/Venda participaram Elisabete Ascenção, Sandra Henriques, Abel Marques, Amílcar de Almeida, Catarina Domingos, Manuel Neves, Justino Geraldes, Edith, Francisco Kollande, Christiane Kollande, Carlos Fontes Almeida, Lisete de Matos, Jaime Martins Almeida, Josefina de Almeida, Lurdes e Helena Correia (Cepos) e José Braz Victor.

Um obrigado muito sincero a todos os que nos permitiram concretizar esta iniciativa e tornaram possível o êxito alcançado.

UPFC

2 comentários:

Anónimo disse...

O sucesso desta primeira iniciativa é de facto um bom sinal, quer para as pessoas que na Freguesia e na zona ainda produzem produtos de muita qualidade, quer para todas as pessoas que se envolveram de forma directa ou indirecta nesta realização.
Estão de parabéns os artesãos e os produtores locais, a UPFC e todas as associações da Freguesia, que junto dos seus associados efectuaram a divulgação deste acontecimento.
Dado o número reduzido de habitantes, a realização destas mostras / pequenas feiras, cuja continuidade se deseja, deverá, dentro do possível, ser conjugada com os períodos de maior afluência às aldeias da população que reside noutros locais, a fim de assegurar a continuidade do seu sucesso.
Em meu entender o sucesso alcançado, que para além da notícia deste BLOG, me foi também confirmado por várias pessoas presentes e por alguns dos vendedores com quem falei, deve-se a dois factores relevantes: a qualidade dos produtos expostos e vendidos e também um novo olhar das pessoas que residem fora, em relação ao que se passa na sua terra, traduzida na valorização do trabalho dos residentes e numa grande onda de solidariedade para com eles.
Só assim poderemos dar um contributo diferente para o Colmeal e para toda a Freguesia e ajudando os outros, estamos também ajudar-nos a nós próprios, que amamos as nossas terras e que queremos que elas continuem vivas e activas.

António Duarte - CM Soito

Anónimo disse...

Parabéns pela iniciativa: ao mentor da ideia, a quem organizou o evento e aos que nela participarem, no papel de produtores ou consumidores, todos igualmente importantes, já que é o consumo que justifica a produção.

Apesar da indisponibilidade do sol para participar sorrindo, a mostra/venda traduziu-se num excelente espaço de animação e convívio, tão próprios do espírito pascal, que se pretende redentor e renovador: das almas e, simbolicamente, dos tecidos sociais e das relações que os unem, das populações, e das terras e regiões que o poder político insiste em condenar.

A mostra/venda configurou-se, ainda, como oportunidade globalizada de protagonismo de actividades, talentos, saberes e competências que relevam como recurso endógeno susceptível de ser potenciado ao serviço do desenvolvimento local sustentável, enquanto actividade alternativa ou simplesmente complementar da actividade principal. Decorrida esta oportunidade de divulgação, reconhecimento social e escoamento, como referem na notícia, os produtores-participantes certamente que se sentirão estimulados a continuar, enquanto outros desejarão aderir à dinâmica, partilhando os seus saberes e, desse modo, contribuindo para enriquecer o património colectivo em que poderemos alicerçar o futuro. Se engenhosa e criativamente podemos e sabemos criar gado e fazer queijo, tratar de abelhas e fazer mel, tratar de árvores e arbustos e fazer azeite, aguardente ou vinagre, confeccionar pratos tradicionais como a broa ou as filhós, pegar nas pedrinhas, nas contas, no fio, no tecido e nas linhas, na tela e nas tintas, para fazer obras de arte de escultura, bijutaria, tapeçaria, bordado, renda, pintura … Se podemos e sabemos fazer tantas outras coisas … para bom entendedor …! Inclusive porque a mostra foi muito eloquente quanto às características e às preferências dos consumidores.

Lisete de Matos