No dia 18 de Fevereiro de 1960 era publicado o primeiro número de um boletim mensal da paróquia do Colmeal, baptizado com o nome da freguesia onde nasceu, a do Colmeal.
Na sua apresentação simples, de tamanho bastante prático, inferior a uma folha de papel A4, tinha como cabeçalho o seu título e ladeado à esquerda com um desenho de uma colmeia e 5 abelhas e à direita do dito título, envolvido de uma aura resplandecente de luz divina, um desenho da igreja do Colmeal com três fiéis a dirigirem-se para a porta. O cabeçalho, que ao longo das edições variava em tonalidades diferentes, (por vezes em vermelho, laranja, azul, verde, castanho, etc.), foi, a partir do número 166 (Outubro de 1980) e até ao fim da sua vida, impresso totalmente a negro como que (penso eu) a adivinhar o aproximar da hora do adeus. Por baixo do referido cabeçalho, uma tabela composta de duas colunas onde, no primeiro número estava escrito o nome do responsável e na outra, o ano do jornal, o número de edição, o local, o dia, o mês e o ano. Isto até à edição número 29 de Julho de 1962, edição esta, que deixou de ter mencionado o dia. No segundo número, a esta tabela, foi adicionada uma terceira disposta centralmente onde se podia ler o local onde era composta e feita a impressão. Na edição número 21 de Novembro de 1962, viriam a ser mencionados na primeira coluna dois nomes. Primeiro, o do fundador e por baixo o do actual director visto a inevitável sucessão de párocos. Em Fevereiro de 1970, e até ao fim da sua vida, ficou assinalado no referido espaço, apenas o nome do responsável e a informação de que o boletim era da propriedade da Igreja do Colmeal. Futuramente, já no ano de 1979 (na edição do mês de Março), foi acrescido um espaço no mesmo local mas numa segunda linha com o preço das assinaturas.
Nos primeiros anos de vida, “O COLMEAL” que anualmente custava a cada assinante 5$00, foi composto e impresso na Impressora Económica da Figueira da Foz. Em 1966 esse serviço ficou a cargo da Gráfica de Coimbra durante 13 anos, data em que começou a ser da responsabilidade da Tipografia da Comarca de Arganil.
Tudo começou no ano de 1960. Sua Exa. Rev.ª, o Senhor Arcebispo-Bispo de Coimbra (julgo ter sido Sr. D. Ernesto Sena de Oliveira) dignou-se autorizar a publicação do Boletim Paroquial, que abençoou e pediu que fosse sempre “em tudo, eco da Voz do Evangelho”. O seu fundador e primeiro responsável, foi o Padre Fernando Rodrigues Ribeiro, Pároco da Freguesia do Colmeal e dos Cepos. Na sua primeira edição, expressava a utilidade de tal jornal devido à existência de um significativo número de emigrantes nas cinco partes do mundo e principalmente na cidade de Lisboa, dizendo que seria afinal uma carta escrita para toda a família colmealense.
No seu vasto conteúdo, “O COLMEAL” teve durante muitos anos, além de toda a sua face virada para a religião, três secções que em meu entender, seriam as mais procuradas pelo olhar atento do leitor. Eram elas, A vida de O Colmeal, espaço reservado a comentários sobre os assinantes e da própria paróquia; o espaço Sempre Alegres que findou no número 126, de Agosto de 1974, tendo gracejado os seus leitores com anedotas e adivinhas, e a secção Marco do Correio que teve este nome até ao número 132 de Outubro e Dezembro de 1975, passando a chamar-se desde então de Correio do Leitor. Este espaço era praticamente uma carta aos colmealenses espalhados pelo mundo dando notícias dos acontecimentos que iam surgindo nas suas terras.
Para não deixar esquecido nenhum dos responsáveis pelo boletim, vou mencionar os nomes e respectivas datas dos Párocos da freguesia do Colmeal que ao longo de 22 anos contribuíram para a divulgação das notícias aos colmealenses:
1960 - Padre Fernando Rodrigues Ribeiro
1961 - Padre António Antunes de Brito
1963 - Padre António Mendes Antunes
1963 - Padre Mário Marques Mendes
1965 - Padre António Diniz
1968 - Padre Anselmo Ramos Dias Gaspar
1973 - Monsenhor António Duarte de Almeida
1973 - Padre Sertório Baptista Martins
1976 - Padre Manuel Pinto Caetano, este último que conduziu o boletim até à edição número 187 referente ao mês de Agosto de 1982, edição esta que seria a última, dando assim lugar à extinção de tão saboroso “correio”.
Como podemos verificar, “O COLMEAL” teve 22 anos de serviço muito importante. Não só para os colmealenses mas também para a comunidade serrana espalhada pelo mundo. Não podemos esquecer a sua existência. Para que seja relembrado, resolvi propor ao jornal “O Varzeense” a publicação de vários artigos, comentários e opiniões, tendo como base de informação todos os números daquele boletim. Irei referir alguns conteúdos da obra em síntese, transcreverei alguns, e comentarei outros que a meu ver assim mereçam. Espero com isto, poder reavivar a memória de muitos para as passagens interessantes que terão oportunidade de ler referentes a nascimentos, casamentos, obras, conflitos, fotos, etc. Se tal como eu, o amigo leitor tem como passatempo coleccionar jornais ou arquivar recortes, esteja atento às próximas edições. Certamente irei falar de si, da sua terra e/ou dos seus familiares. Agradeço ao jornal “O Varzeense” por também ele considerar merecedora tal publicação.
Colmealenses, por agora é tudo, até breve.
Henrique Miguel Mendes
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