E
como havíamos programado o clarim tocou cedo fazendo levantar todo o grupo para
o “ataque” ao pequeno-almoço. Os ares puros da serra “impunham” a boa
disposição, indispensável para atingir com êxito os objectivos do segundo dia
desta operação.
Arganil que tem como
padroeiro S. Gens é uma vila simpática e acolhedora situada na região do Pinhal
Interior Norte e que integra 18 freguesias. Há quem defenda que Arganil foi
fundada pelos romanos, outros citam os lusitanos.
No começo da monarquia
a localidade já existia, pois que “no ano
de 1160 da era de César foi ela doada à Sé de Coimbra pela rainha D. Tereza,
mãe de D. Afonso Henriques existindo já no seu termo o convento de S. Pedro de
Folques”.
Chegados a Góis, uma
vila com mais de oito séculos de existência, iniciamos a nossa visita guiada
acompanhados por um dos técnicos do Turismo. Nos Paços do Concelho, uma antiga
casa nobre designada como Casa da Quinta, edificada durante o séc. XVII e uma
das mais importantes da vila ao tempo, foi-nos dado apreciar na sua sala de
sessões o lindo tecto em painéis.
A Fonte do Pombal e a
Cisterna com bonitos azulejos hispano-árabes do século XVI mereceram especial
atenção e foram motivo para várias fotografias. Seguiu-se a visita à Igreja
Matriz que tem a particularidade de a sua torre sineira se encontrar afastada e
recuada relativamente à frontaria. No interior da Igreja sobressaem uma das
melhores obras de escultura tumular renascentista, o túmulo de D. Luís da
Silveira, que foi 1º Conde de Sortelha e Senhor de Góis e a capela-mor com as
suas laterais.
Do exterior contempla-se
uma panorâmica da vila com destaque para a Capela do Castelo e o Parque de
Campismo. Percorremos a rua onde uma placa nos indica a casa que viu nascer António
Francisco Barata, “figura das letras
nacionais” como se lhe refere o Município de Góis numa homenagem prestada
em 2011 e seguimos em direcção à ponte sobre o rio Ceira, edificada em 1533 a
pedido de D. Luís da Silveira. Da ponte apreciámos a praia fluvial da Peneda,
um “paraíso de água e sol no rio Ceira
com relvados e ilha de areia no meio do rio” e que este ano vai ostentar
pela primeira vez o galardão de qualidade da Associação Bandeira Azul da
Europa.
Devagar e sem pressas
fomos ao longo do rio e pelo agradável Parque do Cerejal tomar de novo assento
no autocarro que nos levaria à próxima paragem.
Fomos descendo
cautelosamente pela estrada estreita que tanto tempo levou a tirar as nossas
aldeias do isolamento. O Soito esperava-nos para mais uma visita. Uma aldeia em
franca recuperação e que se visita sempre com muito agrado. O Espaço
Museológico foi novamente o polo de atracção e aí pudemos recordar outros
tempos e apreciar os utensílios que então se usavam e que muitos de nós ainda utilizamos.
O que se vai passar a
seguir fica para um próximo apontamento.
Fotos
de A. Domingos Santos
1 comentário:
Acho muito interessante e de louvar o trabalho que vocês têm feito pela divulgação da região e das nossas aldeias, cada vez mais desertificadas. Quem sabe se entre os visitantes não estarão futuros residentes?
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