Eu ainda sou do tempo em que nos bairros mais antigos e também mais pobres da cidade de Lisboa não havia água canalizada em muitas das habitações. Os nossos conterrâneos que habitaram nos bairros da Mouraria, Castelo, Alfama ou Madragoa, por exemplo, ainda se lembrarão desses tempos e da profissão ou do negócio que era o da distribuição de água.
Os aguadeiros, homens, mulheres e também crianças de pé descalço, como se recorda na fotografia, enchiam o pequeno pipo, o cântaro ou até o balde no chafariz público, para depois irem vender a casa deste e daquele.
Com o barril ao ombro em cima do pano que seria dobrado para fazer de almofada ou na rodilha à cabeça, assim se transportava a água para venda ao domicílio.
O pregão que ecoava pelas ruas da velha Lisboa, está hoje silenciado para sempre. Apenas alguns dos chafarizes, mas muito poucos, ainda resistem.
A. Domingos Santos
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