29 outubro 2009

“Baguinho”, um artista e um poeta

. Fernando Costa leu na imprensa regional – Jornal de Arganil – a notícia sobre a justa homenagem que em Agosto foi prestada pela Câmara Municipal de Góis a três grandes vultos do regionalismo colmealense. Três homens que bem conhecia e muito admirava. E quis também homenageá-los à sua maneira, da maneira que sabe e de que gosta. Fernando Costa, que entre os amigos é mais conhecido por “Baguinho”, informou-nos de um quadro que tinha feito para oferecer à União.
Recebeu-nos no seu “local de trabalho” no passado dia 15 de Setembro. Um espaço que apesar de pequeno é acolhedor e suficientemente grande para albergar recordações que ele vai fixando. Mouraria e fado, obrigatoriamente representados em vários dos quadros. Amália, Fernando Maurício e aspectos antigos da Rua João do Outeiro, que “Baguinho” considera o «Berço da minha saudade». O velho Teatro Apolo, a Igreja do Socorro e a Praça da Figueira, marcos entretanto desaparecidos e que só os mais antigos ainda terão nas suas memórias.
Recordando com saudade e alguma emoção António Fontes, Martins Barata e o seu homónimo Fernando Costa, “Baguinho” entregou o quadro aos dirigentes da União Progressiva, Maria Lucília Silva e António Santos, que agradeceram sensibilizados. O quadro será brevemente colocado no EspaçoArte, no Colmeal.
Fernando Costa “Baguinho”, filho de Preciosa do Carmo e de José da Costa, é sócio da União Progressiva da Freguesia do Colmeal desde Setembro de 1957, tendo sido proposto pelo saudoso Alfredo Braz, que morava em frente à sua casa na Rua João do Outeiro. “Baguinho” confidenciou-nos que só sabe fazer o que faz, desde que há sessenta e seis anos começou a trabalhar na sua profissão de sapateiro, no número 22 da Rua João do Outeiro.
Vai intervalando com os seus versos sentidos, alguns dos quais se encontram publicados em livro. Grande entusiasta do Grupo Desportivo da Mouraria, onde se encontram expostos dezenas de quadros seus, não perde oportunidade, enquanto trabalha, de ouvir o fado, aquela melodia nostálgica que desde sempre se habituou a ouvir e a sentir. Ou não tivesse nascido e vivido na Mouraria. A. Domingos Santos
Fotos de Francisco Silva

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