PASSADO – PRESENTE
Capítulo VIII
O ORAGO DA FREGUESIA (1) SAM SEBASTIÃO (2)
“O nosso Santo protector, nasceu em Narbone, cidade das Gálias e, ainda criança, foi viver para Milão, onde ficou órfão de pai. Sua boa mãe não descurou a educação do filho, que se dedicou inteiramente ao serviço de Deus.
Devido à pregação dos Apóstolos e seus sucessores o Evangelho espalhou-se rapidamente pelo mundo e os cruéis imperadores romanos iam movendo contra os cristãos as mais violentas perseguições.
O jovem Sebastião, impregnado do amor cristão, temendo que muitos irmãos abandonassem a fé, foi para Roma e, sem se manifestar, alistou-se como soldado do imperador, conseguindo deste a maior estima e consideração, a ponto de ser elevado a um dos mais altos cargos do exército. Entretanto dava aos jovens soldados e ao povo romano o mais belo exemplo de virtudes e transmitia o Evangelho do Senhor.
As perseguições intensificavam-se cada vez mais e os convertidos da Cruz suportavam infâmias e tormentos sem conta. Sebastião movido pelo zelo autenticamente cristão, velava pelos irmãos, confortando-os nos tormentos, exercendo a caridade, instruindo-os e mantendo-os na fé. Completou ainda os seus triunfos com inúmeros prodígios, curas milagrosas e conversões, mesmo entre os homens da corte imperial.
Muitos convertidos por Sebastião haviam já derramado o seu sangue. A mesma sorte lhe era reservada. Acusado de ser cristão, é chamado pelo imperador, perante o qual afirma a sua fé em Cristo, Deus e Homem verdadeiro que morreu para salvar o mundo. E com grande espanto de Diocleciano, depõe a seus pés as armas de soldado, como inúteis e vãs, dizendo que tem um Senhor mais poderoso que o imperador: - «É Jesus Cristo».
Enfurecido com a audácia de Sebastião, Diocleciano condena-o à morte, com estas palavras: «Seja amarrado nu a um pé de louro no bosque, e seja crivado de irresistíveis setas».
Não amedrontou o herói cristão esta sentença do cruel tirano; antes se alegrava e caminhava tranquilo para os algozes, certo da vitória que o esperava.
As setas envenenadas espetavam-se no corpo do jovem mas não o fizeram sucumbir. Os carrascos, julgando-o morto, entregaram-no aos seus amigos, que tinham combinado comprar o corpo do mártir a peso de ouro.
O seu martírio foi consumado mais tarde, sendo espancado com o cabo de lanças de soldados, quando no dia de uma festa do imperador, Sebastião o avisou de que tanta impiedade e tirania não escapariam à justiça Divina.
Sebastião morreu no dia 20 de Janeiro do ano 284 da era cristã.”
(1) Transcrição de «O Colmeal» nº 1.
(2) É impossível determinar as causas, razões ou motivos, porque, quando da construção da primitiva Capela de Sam Sebastião, foi este o nome adoptado: - segundo o que chegou a nossos dias «que era a única imagem que possuíam» ou «que foi Colmealense com este nome o grande obreiro da edificação e como preito de homenagem assim classificado». Verídico ou não, aqui fica.
in Boletim “O Colmeal” Nº 108, Dezembro de 1970
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