A exposição “Olhares Cruzados”, de Josefina de Almeida
Foi inaugurada em 24 de Julho, na Casa Municipal da Cultura, em Arganil, e estará patente ao público até ao próximo dia 22 do corrente.
Integrando pintura e bordado matiz sobre linho, a exposição é um deslumbramento de harmonia e sensibilidade, patentes nos olhares que amorosa e delicadamente se cruzam com os outros, com a alegria e com a tristeza, com a natureza e com o património acção do homem.
A exposição tem sido muito visitada e apreciada. Uns dizem que a autora revela evolução traduzida na segurança e no estilo da pincelada, na selecção das cores e na apoteose das emoções que expressa e suscita; outros, designadamente os que usam o livro de comentários, deixam palavras de estímulo e agrado, destacando o esplendor conferido à natureza, a sensibilidade e o talento demonstrados. Ah!, e a Sofia Nunes, de oito anos, diz que o quadro de que mais gostou foi o da raposa no campo! Parabéns aos pais pelo desenvolvimento simultâneo do sentido estético e da capacidade de comunicação e intervenção!
A pintora comercializou até ao momento sete obras, um feito digno de registo, nestes tempos de materialismo que a crise económica agrava.
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A Festa do Açor, em honra de Nossa Senhora da Saúde
Teve lugar de 1 a 3 de Agosto. De formato profano-religioso semelhante ao que impera um pouco por toda a parte, a Festa do Açor continua a surpreender. Desde logo pela presença maciça dos residentes e alguns amigos na missa celebrada pelo reitor de Arganil, cónego Manuel Martins, cuja disponibilidade para vir se agradece, bem como a do Padre Carlos Cardoso para se fazer substituir. Depois, e muito especialmente, pelo elevado número de participantes que a vertente lúdica atrai e diverte, jogando horas a fio ou dançando pela madrugada dentro.
O que justificará tanta afluência, para além da reconhecida capacidade de mobilização da Comissão de Festas, e do acréscimo sazonal da população flutuante? É verdade que a Festa do Santo padroeiro se tornou praticamente única, depois que desapareceram, com o desaparecimento da actividade agrícola, as festas que dela ou da missa dominical constituíam prolongamento. Mas não surgiram, entretanto, muitas outras oportunidades de divertimento? Apesar da mudança e das rupturas com o passado, continuará a caber à Festa alguma função integradora e de preservação da identidade? Como virá essa função a ser exercida nas localidades onde a Festa se encontra em vias de extinção, por falta de quem a organize com a complexidade que adquiriu?
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A FACIG, Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Góis
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Teve lugar de 6 a 10 de Agosto.
À semelhança de anos anteriores, o “stand” da Freguesia do Colmeal foi preenchido por produtores locais, que aproveitaram para expor e comercializar os seus artigos. Era um “stand” muito interessante, por reflectir vida e dinâmicas actuais, que podem contribuir para a sustentabilidade económica no futuro. Queijo, mel, bijutaria, tapeçaria e peças de roupa, bordados, rendas e outros lavores, azevinhos, ervas aromáticas e livros são apenas alguns dos produtos que se encontravam disponíveis. E que paulatinamente se foram vendendo, embora menos do que seria desejável.
Pena que tantos visitantes passassem pelos “stands” – por todos os “stands” - sem sequer para eles olhar, assim se empoeirando inutilmente, quando poderiam passear pela outra margem do rio! Desrespeito pelos outros? Na FACIG como num qualquer centro comercial urbano, o espaço público transformado em mero prolongamento do espaço doméstico e familiar onde nos refugiamos? A solidão e a impessoalidade procuradas na multidão?
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A apresentação do livro “Dez Reis de Gente”, de Adriano Pacheco
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Teve lugar no dia 9, em Cepos. Foi uma sessão muito concorrida, à qual presidiram o Eng.º Ricardo Pereira Alves, Presidente da Câmara Municipal de Arganil e Etelvina de Almeida, Presidente da Junta de Freguesia de Cepos.
O “Dez Reis de Gente” poderá ser cada um ou uma dos que partiram para a cidade à procura de melhores condições de vida. É um livro que vale a pena ler, entre outras razões, por ilustrar, sob a forma de narrativa, o processo migratório dos que escolheram Lisboa como destino privilegiado, partindo inicialmente para regressar, mas que “à praia deserta não voltaram”, porque “outros cheiros outros aromas encontraram”. Como diz o apresentador, Eng.º João Coelho, no prefácio à obra, “Dez Reis de Gente é um livro de memórias, de afectos e de solidariedades … é um livro para ler e reler”.
Adriano Pacheco terá começado a escrever quando já tinha mais de cinquenta anos. Publicou, entretanto, dez livros, tendo pronto o décimo primeiro. Está de parabéns por isso! Por ter sabido e querido apropriar o poder da escrita para falar de realidades e grupos sociais que tendem a permanecer silenciosos e silenciados.
A apresentação do livro ocorreu no restaurante da Chã da Cabeça, onde se encontrava uma exposição de pintura e artesanato diverso que muito apreciámos.
Açor (Colmeal), 18 de Agosto de 2008
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Lisete de Matos
1 comentário:
Obrigado Dr.ª Lisete pelo seu belo apontamento e por nos mostrar o Stand da Freguesia do Colmeal na última FACIG.
Recebemos hoje o Quinzenário do Concelho de Góis e também ele se esquece da freguesia do Colmeal.
Procurámos nas páginas centrais, dedicadas ao evento e só lográmos encontrar os stands das outras quatro freguesias.
Obrigado por nos mostrar o stand da nossa freguesia do Colmeal.
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