No após férias e tendo ainda bem presente o envolvente das Festas do Colmeal, mais uma vez saliento a simpatia e carinho com que os Colmealenses recebem quem os visita.
E porque foi num passado mês de Agosto (decorria a década de 80) que pela primeira vez visitamos o Colmeal, não posso deixar passar a altura de recordar o nosso anfitrião da ocasião, o “Tio” Alfredo Brás.
Cordial e amigo, observador e bom conversador, lembro-me da forma como nos fez conhecer o Colmeal. «Terra pequena e esquecida, nalguns aspectos algo feia, era o espelho muitas vezes sofrido dos antepassados que não deixando “avenidas e arranha-céus” , legaram um património de luta, esforço e sacrifício que representa, além do espírito de sobrevivência, o orgulho de ser Colmealense».
E com isto, mostrava:
- as pequenas ou minúsculas fazendas que permitiam, com muito trabalho, abastecer as famílias de alguns e parcos produtos que a terra, muitas vezes avara, lhes proporcionava;
- as margens muradas do rio Ceira; (quanto suor)
- a Cortada e as razões de tal trabalho; (um monumento à perseverança)
- o Ribeiro (penso que é assim que se chama), com o aproveitamento das águas da ribeira, os poços e o sistema de distribuição de água, que ainda hoje funciona; (um dos locais mais belos do Colmeal)
E era com entusiasmo que chamava a nossa atenção para o que rodeava o Colmeal: magnificas paisagens, montanhas que parecem “parir” as aldeias (Carvalhal, Aldeia Velha e Soito) e sempre o Ceira.
Nasceu assim o nosso “namoro” com o Colmeal e o "Tio" Alfredo foi o culpado...
Sei que o Alfredo Brás passou pelos Órgãos Sociais da UPFC, sei que amava a sua terra (nela descansa em paz) e sei que gostava de partilhar com todos esta recordação. E neste mês de Agosto de vivências e de encontros, senti a saudade... Até sempre "Tio" Alfredo e, obrigado.
Magalhães Pinto
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