06 junho 2018

COLMEAL 2018. SOLENIDADES RELIGIOSAS


Ocorreram recentemente as solenidades da procissão das velas e da festa do Corpo de Deus. A procissão das velas homenageia Maria, mãe de Jesus, que é um caminho para o seu filho, como referiu o sacerdote, a festa do Corpo de Deus celebra o mistério do corpo e sangue de Jesus consubstanciados no sacramento da Eucaristia. Por isso é uma das celebrações mais importantes do catolicismo.

1. PROCISSÃO DAS VELAS
A procissão das velas teve lugar no dia 27, à noite, como habitualmente, a culminar o mês de oração e devoção a Maria. Presidiu à procissão o pároco rev. Pedro Simões, cuja presença agradecemos. Participou um número razoável de paroquianos, que fizeram o percurso tradicional de ida e volta até ao largo, rezando o terço e entoando cânticos, enquanto as velas bruxuleavam dançando, sob a brisa fresca que fazia sentir-se.



Agradeço a Conceição Neves e António Marques a cedência das fotografias desta procissão.
2. CORPO DE DEUS
A festa do Corpo de Deus, que voltou a ser feriado nacional, ocorreu quinta-feira, dia 30. Presidiu à cerimónia o padre rev. Carlos Cardoso, que assim regressou à sua antiga paróquia, com visível satisfação. Afirmou ter-nos presentes em espírito e nas suas orações, o que agradecemos.

Como escrevia em 2015 (upfc-colmeal-gois.blogspot.com, 16 jun.; O Varzeense, 30 jun.), no dia do Corpo de Deus, para testemunhar publicamente a veneração para com o Corpo de Cristo presente na hóstia consagrada, depois da missa, realizam-se procissões, que lembram a caminhada do povo de Deus em busca da Terra Prometida.
No Colmeal, para efeitos da passagem da procissão, o adro encontrava-se enfeitado por um cordão variegado de flores, soberbo de singeleza e encanto. Sobre a base de fetos e outras verduras, pontificavam pétalas de rosa multicolores, rosmaninho arroxeado, “estoirafóis” (dedaleira) vermelho-pintalgado e pampilho amarelo. Um convívio muito inspirador de nobreza e popularidade! E de antiguidade, se incluirmos o azereiro florido que cresce no local! Combinadas, as fragrâncias suave das rosas e do rosmaninho, intensa do azereiro e exótica do incenso formavam no ar uma tocante sinfonia de aromas que envolvia a dos sons.






A decoração, uma vez mais da autoria de Irene Neves, contou este ano com a ajuda de Belmira Fontes, para ir buscar flores a quilómetros de distância. Pelas razões que todos conhecemos, algumas não tiveram oportunidade de desabrochar. Quantas horas de trabalho, quanto carinho! A apreciação e o respeito de todos pela beleza da obra pareceram-me evidentes. Com exceção para o celebrante, que transportava o Santíssimo seu destinatário, todos evitavam pisá-la! Parabéns e a minha gratidão, se não a do conjunto dos fiéis.











Insisto em dizer que os colmealenses não param de nos surpreender, a começar pelas senhoras que animam as celebrações, cantando alegremente, a subir ou a descer, com o maior fôlego e determinação.
As mulheres representavam a maioria dos participantes, mas apenas o turíbulo foi transportado por uma, precisamente pela Irene. De resto, foram os homens que assumiram os papéis inerentes à procissão, ao contrário do que aconteceu e é costume na procissão das velas, conforme assinalado em anos anteriores. Não vou repetir aquele ditado aplicável, mas dá que pensar! Recorde-se que, em tempos idos, nesta como em outras procissões, os ditos papéis competiam aos notáveis locais.
Igualmente a refletir a realidade demográfica e social do interior e não apenas da União de Freguesias de Cadafaz e Colmeal, as janelas não se alegraram enfeitadas por colchas para a passagem da procissão. Considerando os fortes laços que prendem os colmealenses às suas terras e origens, seguramente que estarão abertas quando da festa do Senhor da Amargura.

Lisete de Matos

Açor, Colmeal, 3 de junho de 2018.

1 comentário:

Anónimo disse...

Parabéns pelas reportagens e obrigado pela partilha. É sempre bom sentir o Colmeal vivo.

Rui Ferreira