Ocorreram recentemente as solenidades da procissão das velas e da festa do Corpo de Deus. A procissão das velas homenageia Maria, mãe de Jesus, que é um caminho para o seu filho, como referiu o sacerdote, a festa do Corpo de Deus celebra o mistério do corpo e sangue de Jesus consubstanciados no sacramento da Eucaristia. Por isso é uma das celebrações mais importantes do catolicismo.
1. PROCISSÃO
DAS VELAS
A procissão das velas teve lugar no dia 27, à
noite, como habitualmente, a culminar o mês de oração e devoção a Maria.
Presidiu à procissão o pároco rev. Pedro Simões, cuja presença agradecemos. Participou
um número razoável de paroquianos, que fizeram o percurso tradicional de ida e
volta até ao largo, rezando o terço e entoando cânticos, enquanto as velas
bruxuleavam dançando, sob a brisa fresca que fazia sentir-se.
Agradeço a Conceição Neves e António Marques a
cedência das fotografias desta procissão.
2. CORPO DE
DEUS
A festa do Corpo de Deus, que voltou a ser feriado
nacional, ocorreu quinta-feira, dia 30. Presidiu à cerimónia o padre rev. Carlos
Cardoso, que assim regressou à sua antiga paróquia, com visível satisfação. Afirmou
ter-nos presentes em espírito e nas suas orações, o que agradecemos.
Como escrevia em 2015 (upfc-colmeal-gois.blogspot.com, 16 jun.; O Varzeense, 30 jun.), no dia do Corpo de Deus, para
testemunhar publicamente a veneração para com o Corpo de Cristo presente na hóstia
consagrada, depois da missa, realizam-se procissões, que lembram a caminhada do
povo de Deus em busca da Terra Prometida.
No Colmeal, para efeitos da passagem da
procissão, o adro encontrava-se enfeitado por um cordão variegado de flores, soberbo
de singeleza e encanto. Sobre a base de fetos e outras verduras, pontificavam pétalas
de rosa multicolores, rosmaninho arroxeado, “estoirafóis” (dedaleira)
vermelho-pintalgado e pampilho amarelo. Um convívio muito inspirador de nobreza
e popularidade! E de antiguidade, se incluirmos o azereiro florido que cresce
no local! Combinadas, as fragrâncias suave das rosas e do rosmaninho, intensa
do azereiro e exótica do incenso formavam no ar uma tocante sinfonia de aromas
que envolvia a dos sons.
A decoração, uma vez mais da autoria de Irene
Neves, contou este ano com a ajuda de Belmira Fontes, para ir buscar flores a
quilómetros de distância. Pelas razões que todos conhecemos, algumas não
tiveram oportunidade de desabrochar. Quantas horas de trabalho, quanto carinho!
A apreciação e o respeito de todos pela beleza da obra pareceram-me evidentes.
Com exceção para o celebrante, que transportava o Santíssimo seu destinatário, todos
evitavam pisá-la! Parabéns e a minha gratidão, se não a do conjunto dos fiéis.
Insisto em dizer que os colmealenses não param
de nos surpreender, a começar pelas senhoras que animam as celebrações,
cantando alegremente, a subir ou a descer, com o maior fôlego e determinação.
As mulheres representavam a maioria dos
participantes, mas apenas o turíbulo foi transportado por uma, precisamente pela
Irene. De resto, foram os homens que assumiram os papéis inerentes à procissão,
ao contrário do que aconteceu e é costume na procissão das velas, conforme
assinalado em anos anteriores. Não vou repetir aquele ditado aplicável, mas dá
que pensar! Recorde-se que, em tempos idos, nesta como em outras procissões, os
ditos papéis competiam aos notáveis locais.
Igualmente a refletir a realidade demográfica e
social do interior e não apenas da União de Freguesias de Cadafaz e Colmeal, as
janelas não se alegraram enfeitadas por colchas para a passagem da procissão.
Considerando os fortes laços que prendem os colmealenses às suas terras e origens, seguramente que
estarão abertas quando da festa do Senhor da Amargura.
Lisete de Matos
Açor, Colmeal, 3 de
junho de 2018.
1 comentário:
Parabéns pelas reportagens e obrigado pela partilha. É sempre bom sentir o Colmeal vivo.
Rui Ferreira
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