16 junho 2010

A Andaluzia espera os Colmealenses

GRANADA, uma das grandes e espectaculares cidades que iremos visitar, é a antiga capital do granadino califado nazerí e ergue-se pelo meio de sete colinas, entre os dois rios Darro e Genil, ficando resguardada pela imensa Serra Nevada. Granada é a quinta-essência da arte árabe na Península Ibérica. Última capital de Al Andalus, o rei nazerí Boabdil entregou-a aos Reis Católicos no dia 2 de Janeiro de 1492. A longa permanência dos árabes na cidade, que a dotaram de todos os monumentos imagináveis, converteu Granada num verdadeiro museu histórico e artístico ao ar livre. “Dá-lhe esmola mulher, que não há na vida nada como a pena de ser cego em Granada” reza uma placa situada na Torre da Pólvora, na Alcáçova. São versos de Francisco de Icaza que bem reflectem a beleza da cidade.
O Palácio de Alhambra é de visita obrigatória. É considerado muito justamente uma das autênticas “sete maravilhas do mundo antigo”. Ergue-se sobre uma frondosa colina, entre numerosos mananciais e bosques centenários. Obra apoteótica da arte muçulmana (Calat al-Hamra significa “castelo vermelho”) em Espanha iniciou-se no ano de 1238. A Alcáçova é a parte mais antiga do Palácio de Alhambra. A sua privilegiada situação, dominando os vales dos rios Darro e do Genil, permite supor que no interior dos seus muros havia existido uma cidade diferente da de Granada, que dormita a seus pés. Originalmente foi fortaleza militar, erigida pelo primeiro rei da dinastia nazerí, Muhammad ben Al-hamr I. Dispõe de amplas muralhas e erguidos torreões. Tinha comunicação directa com o bairro Albayzín através da Porta das Armas e a Ponte de Cádi, que cruza o rio Darro. A Torre da Vela domina a cidade, com vistas de Granada e da sua veiga.
O Palácio dos Leões é a mais grandiosa e excitante proposta da arte nazerí. A soberba e frágil arquitectura do conjunto harmoniza-se perfeitamente com o jogo que juntos fazem a luz, a água, as cores e a esplêndida vegetação, dando ao visitante a impressão de que se aproveita até ao infinito as possibilidades decorativas. O Pátio dos Leões é um pátio rectangular, rodeado de uma estreita galeria que é sustentada por colunas de mármore duplas, entre arcos de gesso e entalhaduras, que suportam a parte superior graças aos pilares de ladrilhos instalados sobre as colunas. Dois pequenos pavilhões, com cúpula de madeira, avançam para o centro do pátio, onde se situa a fonte, com 12 leões de pedra branca. A Sala dos Abencerragens tem 16 janelas, uma espectacular cúpula, famosos azulejos e uma belíssima decoração de gesso policromática a adornar as paredes.
Palácio de Carlos V – O imperador, impressionado pela beleza do Palácio de Alhambra, mandou construir, em 1526, o seu próprio palácio, de diversos estilos, entre eles alguns austeros detalhes herrerianos. O pórtico principal, diante da Alcáçova, tem duplas colunas estriadas e pedestais, com belos baixos-relevos: os do centro simbolizam a Paz, as colunas de Hércules e os símbolos imperiais; nos laterais pode apreciar-se cenas de batalhas, possivelmente, a da Batalha de Pavia. No pórtico lateral aparecem as figuras aladas que representam a Fama e a Vitória. No interior do palácio estão os museus de Belas-Artes e de Arte Hispânica e Muçulmana.
Jardins do Generalife – Em árabe, Yen-nat-al-arif, significa “jardim do paraíso alto”. Este precioso jardim é o único que se conserva de todos os que rodeavam a Alhambra. É um lugar com um encanto especial, em que a água e a luz parecem brincar continuamente com os visitantes, onde “bicas lançam jactos de água para o céu como se fossem estrelas cadentes e que logo se deslizam aos borbotões parecidos a serpentes de água que correm rapidamente para o tanque como amedrontadas víboras”, segundo escreveu o poeta Ben Raia no século XIII. No Pátio do Cipreste da Sultana, há um velhíssimo cipreste (tem mais de 700 anos) e uma lápida de cerâmica recorda os lendários e supostos amores entre a esposa cristã do Rei Boabdil, Zoraya, e um Abencerragem. El Cármen de los Mártires – Saindo da Alhambra, colina abaixo, está El Cármen de los Mártires, antiga zona de masmorras que a lenda transformou em mito quando foi concedido o título de mártir a todos aqueles que aí estiveram encerrados. Os Reis Católicos levantaram uma capela, escadas, fontes, tanques e esculturas. El Campo del Príncipe – Está situado na antiga Judiaria, numa das laterais da Praça, onde se ergue, impressionante, o Cristo dos Favores, monumental cruz de pedra entre quatro faróis forjados, erigido no século XVII, sendo fonte de uma grande devoção e inspiração para os granadinos.
El Albayzín – Verdadeiro embrião da cidade. No que, hoje em dia, é o bairro de El Albayzín assentaram-se os iberos e os romanos. Declarado, em 1993, Património da Humanidade pela UNESCO, tem uma indelével marca árabe nas suas ruelas e praças, escalonadas pela colina situada diante do Palácio de Alhambra. Convento de Santa Isabel la Real – Foi fundado no ano de 1501 pela rainha Isabel, a Católica, sobre os restos de uma antiga mesquita. No seu pórtico gótico estão gravados os símbolos dos Reis Católicos: o jugo e as flechas. Monumento às Capitulações – Fica na Praça de Isabel, a Católica. É do século XIX, obra de Mariano Benlliure. No alto do pedestal estão as figuras de Cristóvão Colombo e da rainha no momento em que o grande navegador genovês lhe apresentava o seu projecto de viagem às Índias.
A Catedral, de planta gótica é composta por cinco naves. As obras de edificação iniciaram-se no ano de 1518 por Enrique de Egas e foram seguidas por Diego de Siloé, se bem que a fachada seja obra de Alonso Cano. É uma das mais importantes igrejas renascentistas de Espanha, destacando-se no seu interior a Capela Maior, iluminada por vitrais flamengos do século XVI, obra de Diego de Siloé.
A Capela Real, contígua à catedral, foi construída por Enrique de Egas por ordem dos Reis Católicos, para acolher os restos mortais dos monarcas. De estilo gótico, possui alguns detalhes renascentistas. O sepulcro dos Reis Católicos, em mármore da Carrara, é obra de Doménico Fancelli. A Alcaiceria começa na Praça Alonso Cano e é, actualmente, uma zona comercial e turística. As suas ruelas e lojas conservam ainda os ares muçulmanos do bairro que havia sido anteriormente e cuja atmosfera todavia continua a flutuar nesse precioso zoco (mercado) que não perdeu absolutamente nada do seu encanto histórico. Não perca esta viagem de quatro dias. Vão ser memoráveis. Esperamos por si. UPFC Apontamento coligido com base no Guia Turístico Ilustrado, DN, 2001 Fotos Turismo Espanhol e Internet

4 comentários:

João Alves disse...

As fotografias aqui inseridas trouxeram-me à memória uma visita que fiz, já lá vão uns anos, a esta maravilhosa região e a uma cidade que é simplesmente maravilhosa.
Vou contactar-vos na expectativa de poder viajar convosco e recordar todos estes belos recantos.
Espero que ainda tenham pelo menos dois lugares disponíveis.
Nunca é demais repetir os encantos de uma região tão bonita.
Boa escolha que vocês fizeram para este passeio.

Lina disse...

O Alhambra é simplesmente SOBERBO!
A nossa pequenez é tremenda quando visitamos este palácio.
É uma visita a não perder.

Anónimo disse...

Mais uma viagem, é o que a união sabe fazer é apenas isso!!!! tsss

Anónimo disse...

E há quem nem isso saiba fazer ou não queira. Há pessoas que teimam em manter essa postura - só criticam pelo simples prazer de dizer mal e nada fazem. Mas também
só vai quem quer!!!!! tssss