29 maio 2014

GÓIS - EM REDOR DE 12 PESSOAS



O livro que ora editamos apresenta um tema de grande pertinência e relevância no ano em que se comemoram os 900 anos da criação administrativa do nosso território – o ano de 1114 assinala assim uma importante página da história local.
A presente obra, que, em boa hora, João Nogueira Ramos apresenta, com a chancela do Município de Góis, contempla uma preciosa selecção de nomes que protagonizaram a história local ao longo de nove séculos, sendo por isso um valioso contributo para aprofundar o nosso conhecimento sobre Góis, traduzindo uma manifestação da vontade do Município em honrar a sua história, para que não esqueça, para que se grave na memória.”

Assim se lhe refere Maria de Lurdes de Oliveira Castanheira, Presidente da Câmara Municipal de Góis, nas PALAVRAS PRÉVIAS que escreveu para este livro.

De acordo com o autor “Em 2014, Góis festeja o seu 900º aniversário. Concentra agora nove séculos de história, desde que as suas terras começaram a organizar-se administrativamente após a reconquista aos muçulmanos, e que se tem conhecimento do seu nome de baptismo.”

João Nogueira Ramos esclarece que “Para a feitura deste livro seleccionámos 12 pessoas entre outras que prestigiaram o concelho, escolhidas sem outro critério que não fosse também a contribuição que deram para a sua identidade ou para a sua projecção no exterior. Não são os 12 magníficos, mas seguramente são 12 deles, oriundos de todas as paróquias e de diferentes estratos sociais.”

Depois de uma curta referência ao período anterior a 1114 e à ocupação humana do concelho, pelo menos, desde o segundo milénio antes de Cristo e à arte rupestre que se encontra documentada em dois complexos – Pedra Letreira e Pedra Riscada, o autor apresenta-nos os seus 12 “escolhidos” agrupados do seguinte modo: DA LIDERANÇA DOS GOES E DOS SILVEIRAS – Séculos XII a XVI, onde com os Goes, donatários nos quatro primeiros séculos, estabelecem-se forais, cria-se um morgadio e consolida-se o espaço. E a população organiza-se em município. No tempo dos Silveiras, de nobreza titulada, no século XVI, erguem-se construções que fazem da vila de Góis uma jóia do quinhentismo beirão. São eles ANAIA VESTRARES, a quem são doadas as terras, que as repovoa e dá início á linhagem Goes; VASCO PERES FARINHA, fortalecendo o senhorio com um morgadio, que permaneceria até ao liberalismo; GONÇALO VASQUES DE GOES, que outorga o primeiro foral; MÉCIA VASQUES DE GOES, figura central do último conflito intrafamiliar pela posse de Góis e LUÍS DA SILVEIRA, o obreiro do património arquitectónico da vila.

O capítulo seguinte DA ASCENSÃO DA NOVA OLIGARQUIA – séculos XVII a XIX, respeita à época do declínio dos senhores donatários e da ascensão de uma nova oligarquia de capitalismo agrário. Instalam-se casas senhoriais, de grandes áreas agrícolas, que passam a ser os centros da vida social do concelho e configuram-se os seus novos limites, com a inclusão da freguesia de Alvares. São recordados ANTÓNIO RODRIGUES BARRETO, capitão-mor, origem dos morgadios da Quinta da Capela e da Casa da Lavra; BENTO LOPES DE CARVALHO, o prelado de Vila Nova do Ceira e JOÃO SIMÕES CORTEZ, a ponte de Alvares ao primitivo Góis.

No capítulo DOS TEMPOS MODERNOS – séculos XIX e XX, da época do romantismo aos tempos actuais, em redor do sentimento, da energia criativa, da fé e do regionalismo, vamos encontrar os nomes de ANTÓNIO FRANCISCO BARATA, escritor e poeta, que de modesta família soube elevar-se na sociedade; FRANCISCO INÁCIO DIAS NOGUEIRA, empresário audacioso e político empolgante; ANDRÉ DE ALMEIDA FREIRE, o arauto da fé cristã, o solidário, o serrano, símbolo de Cadafaz e Colmeal e CARLOS MANUEL LEITÃO BAETA NEVES, o professor e cientista, que soube mergulhar no mundo rural, batendo-se pelo regionalismo.

A CAMINHO DO MILÉNIO é um curto capítulo a encerrar este livro. Muito interessante e com uma excelente apresentação gráfica, foi apresentado no passado dia 24 de Maio na Casa da Cultura de Góis. Uma obra que aconselhamos vivamente.

Tal como João Nogueira Ramos, que felicitamos por mais esta excelente obra, se manifestou “grato a Lisete de Matos, socióloga de formação académica e de passado autárquico e regionalista, oriunda e residente no alto das nossas serras, a sua “terra de encantos e de espantos, onde se patenteia o engenho e as estratégias de sobrevivência das pessoas”, que, desde o início, me acompanhou neste trabalho”, também nós estamos gratos a Lisete de Matos por simpaticamente nos ter feito chegar este exemplar.  
Neste espaço voltaremos a GÓIS EM REDOR DE 12 PESSOAS.

A. Domingos Santos

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