“O livro que ora editamos apresenta um
tema de grande pertinência e relevância no ano em que se comemoram os 900 anos
da criação administrativa do nosso território – o ano de 1114 assinala assim
uma importante página da história local.
A presente obra, que,
em boa hora, João Nogueira Ramos apresenta, com a chancela do Município de
Góis, contempla uma preciosa selecção de nomes que protagonizaram a história
local ao longo de nove séculos, sendo por isso um valioso contributo para
aprofundar o nosso conhecimento sobre Góis, traduzindo uma manifestação da
vontade do Município em honrar a sua história, para que não esqueça, para que
se grave na memória.”
Assim se lhe refere Maria
de Lurdes de Oliveira Castanheira, Presidente da Câmara Municipal de Góis, nas PALAVRAS
PRÉVIAS que escreveu para
este livro.
De acordo com o autor
“Em 2014, Góis festeja o seu 900º aniversário. Concentra agora nove séculos de
história, desde que as suas terras começaram a organizar-se administrativamente
após a reconquista aos muçulmanos, e que se tem conhecimento do seu nome de
baptismo.”
João Nogueira Ramos
esclarece que “Para a feitura deste livro seleccionámos 12 pessoas entre outras
que prestigiaram o concelho, escolhidas sem outro critério que não fosse também
a contribuição que deram para a sua identidade ou para a sua projecção no
exterior. Não são os 12 magníficos, mas seguramente são 12 deles, oriundos de
todas as paróquias e de diferentes estratos sociais.”
Depois de uma curta
referência ao período anterior a 1114 e à ocupação humana do concelho, pelo
menos, desde o segundo milénio antes de Cristo e à arte rupestre que se
encontra documentada em dois complexos – Pedra Letreira e Pedra Riscada, o
autor apresenta-nos os seus 12 “escolhidos”
agrupados do seguinte modo: DA LIDERANÇA DOS GOES E DOS SILVEIRAS – Séculos XII a XVI, onde com os
Goes, donatários nos quatro primeiros séculos, estabelecem-se forais, cria-se
um morgadio e consolida-se o espaço. E a população organiza-se em município. No
tempo dos Silveiras, de nobreza titulada, no século XVI, erguem-se construções
que fazem da vila de Góis uma jóia do quinhentismo beirão. São eles ANAIA
VESTRARES, a quem são
doadas as terras, que as repovoa e dá início á linhagem Goes; VASCO
PERES FARINHA,
fortalecendo o senhorio com um morgadio, que permaneceria até ao liberalismo; GONÇALO
VASQUES DE GOES, que
outorga o primeiro foral; MÉCIA VASQUES DE GOES, figura central do último conflito
intrafamiliar pela posse de Góis e LUÍS DA SILVEIRA, o obreiro do património
arquitectónico da vila.
O capítulo seguinte DA
ASCENSÃO DA NOVA OLIGARQUIA
– séculos XVII a XIX, respeita à época do declínio dos senhores donatários e da
ascensão de uma nova oligarquia de capitalismo agrário. Instalam-se casas
senhoriais, de grandes áreas agrícolas, que passam a ser os centros da vida
social do concelho e configuram-se os seus novos limites, com a inclusão da
freguesia de Alvares. São recordados ANTÓNIO RODRIGUES BARRETO, capitão-mor, origem dos morgadios da
Quinta da Capela e da Casa da Lavra; BENTO LOPES DE CARVALHO, o prelado de Vila Nova do Ceira e JOÃO
SIMÕES CORTEZ, a ponte de
Alvares ao primitivo Góis.
No capítulo DOS
TEMPOS MODERNOS – séculos
XIX e XX, da época do romantismo aos tempos actuais, em redor do sentimento, da
energia criativa, da fé e do regionalismo, vamos encontrar os nomes de ANTÓNIO
FRANCISCO BARATA,
escritor e poeta, que de modesta família soube elevar-se na sociedade; FRANCISCO
INÁCIO DIAS NOGUEIRA,
empresário audacioso e político empolgante; ANDRÉ DE ALMEIDA FREIRE, o arauto da fé cristã, o solidário,
o serrano, símbolo de Cadafaz e Colmeal e CARLOS MANUEL LEITÃO BAETA
NEVES, o professor e
cientista, que soube mergulhar no mundo rural, batendo-se pelo regionalismo.
A
CAMINHO DO MILÉNIO é um
curto capítulo a encerrar este livro. Muito interessante e com uma excelente
apresentação gráfica, foi apresentado no passado dia 24 de Maio na Casa da
Cultura de Góis. Uma obra que aconselhamos vivamente.
Tal como João Nogueira
Ramos, que felicitamos por mais esta excelente obra, se manifestou “grato a
Lisete de Matos, socióloga de formação académica e de passado autárquico e
regionalista, oriunda e residente no alto das nossas serras, a sua “terra de
encantos e de espantos, onde se patenteia o engenho e as estratégias de
sobrevivência das pessoas”, que, desde o início, me acompanhou neste trabalho”,
também nós estamos gratos a Lisete de Matos por simpaticamente nos ter feito
chegar este exemplar.
Neste espaço voltaremos
a GÓIS
EM REDOR DE 12 PESSOAS.
A. Domingos Santos
Sem comentários:
Enviar um comentário