Deixámos
o hotel situado no bonito centro histórico de Burgos e partimos a caminho de
Valladolid, capital da Comunidade Autónoma de Castilla e León, que cativa
qualquer visitante pela sua beleza arquitectónica. Já foi capital da Espanha
Imperial no reinado dos Reis Católicos, Fernando e Isabel, que ali casaram em
1469 e também um importante centro cultural com a universidade mais dinâmica do
país no século XV.
Valladolid, que foi
fundada pelo conde Ansúrez no ano 1104 é hoje uma cidade moderna e industrial
preservando, no entanto, alguma da melhor arquitectura e arte renascentista de
Espanha. São inúmeros os atractivos com que nos deparamos. O Museu Nacional de
Escultura, alojado no antigo Colégio de San Gregório, com uma fachada
profusamente esculpida, contém uma importante colecção de figuras religiosas
polícromas de madeira (Séc. XIII a XVIII). Na Plaza de San Pablo encontramos uma
igreja consagrada a este santo. Outras igrejas com muito interesse são as de
Santa Maria la Antígua (Séc. XIV), uma jóia arquitectónica que mistura estilos
românico e gótico e a Catedral, que nos apresenta um variado conjunto de
estilos com destaque para as esplêndidas capelas góticas.
A Universidade de
Valladolid, que data do século XV, exibe uma exuberante fachada barroca do séc.
XVIII. A primeira obra renascentista na cidade, o Colégio de Santa Cruz, data
de 1491 e tem cerca de 13 mil volumes do século XII ao XVIII para além de mais
de quinhentos manuscritos da mesma época. De realçar também o Convento de Santa
Ana com as suas pinturas de valor histórico e cultural, entre as quais três do
pintor Goya. O Museu Casa de Colón (Casa de Colombo) que alberga documentos da
época e onde Cristóvão Colombo viveu e morreu, foi construído com base no
palácio que Don Diego Colón mandou construir em Santo Domingo como residência
familiar.
Muito interessante e
que pudemos visitar em pequenos grupos foi a Casa Museu de Cervantes, onde o
escritor viveu de 1603 a 1606 antes de regressar a Madrid. Uma das suas obras mais conhecidas e traduzida em
dezenas de línguas é o “Dom Quixote de la
Mancha”. A decoração dos aposentos apresenta-se de maneira similar à época
do escritor, baseando-se no inventário dos dotes de sua esposa e da sua filha.
Também dispõe de autógrafos e livros originais ou lidos pelo seu ilustre
inquilino. Igualmente faz parte do conjunto da Casa Museu de Cervantes o Museu
da Real Academia de Bellas Artes, com pinturas e esculturas dos séculos XIX e
XX.
Em Salamanca, onde
almoçámos, fizemos uma visita pelo seu centro histórico que está considerado Património
da Humanidade desde 1988 e que nos apresenta um dos mais ricos conjuntos de
monumentos da Idade Média, do Renascimento e das épocas clássica e barroca. A
sua Universidade foi fundada no ano 1218 e apresenta uma extraordinária
fachada, mais recente, do século XVI.
Nesta cidade
antiquíssima fundada pelos Iberos destacam-se as duas Catedrais. A nova,
construída junto à antiga, é de estilo gótico e nela se destaca a sua
monumental fachada com três preciosos portais. A velha é do séc. XII, de estilo
românico e gótico primitivo, serviu de fortaleza em variadas ocasiões e nela é
digno de destaque o retábulo do altar-mor.
A Casa das Conchas,
mandada construir por Rodrigo Arias, cavaleiro da Ordem de Santiago, poderá ser
o monumento mais representativo da arquitectura civil do fim do séc. XV. O seu
nome provém das insígnias que levavam os peregrinos, lavradas em pedra, que
decoram as suas paredes exteriores.
Os Palácios da Salina,
de Anaya, de Monterrey, assim como o Convento de las Dueñas e a Torre do Cravo
são outros dos edifícios mais bonitos da cidade.
A sua Plaza Mayor é
talvez a praça mais bela de toda a Espanha. Terminada em 1788, serviu de modelo
para muitas outras, da que a de Madrid é um claro exemplo. Aí encontramos o
edifício da Câmara Municipal, de influência barroca, e o Pavilhão Real, de onde
a família régia presidia aos acontecimentos que se celebravam na praça. A sua
pedra dourada confere-lhe uma tonalidade muito própria ao entardecer.
Depois, e com muita
tristeza para todos, aproximava-se o inevitável final destes maravilhosos cinco
dias, que no entanto irão perdurar nas nossas memórias
A satisfação era
unânime à chegada a Lisboa. E não podemos esquecer que tivemos o tempo como
grande aliado durante todo o percurso.
Para si, que viajou
connosco, o nosso muito obrigado. Até uma próxima!
Fotos
de A. Domingos Santos e Francisco Silva
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