É verdade! Poucos dias nos separam dos Açores. Só o tempo de fazer a mala.
Falámos já das três primeiras ilhas que iremos visitar e hoje vamos “descobrir” a nossa quarta e última destes oito dias maravilhosos – São Miguel.
São Miguel, a maior ilha dos Açores, é formada por dois maciços vulcânicos que se encontram separados por uma cordilheira de baixa altitude. O povoamento iniciou-se em 1444 por iniciativa do Infante D. Henrique. O solo fértil e uma excelente posição geográfica entre a Europa, a África e a América foram determinantes para o seu rápido desenvolvimento. Durante séculos sofreu ataques e ocupações de corsários ingleses, franceses, argelinos e também de tropas espanholas.
Chegou ao século passado como um dos centros de decisão política e administrativa da Região Autónoma e com uma economia em franco progresso. Com seis concelhos – Lagoa, Nordeste, Ponta Delgada, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo – em todos eles encontramos pontos de muito interesse, onde se destacam as suas lagoas, formadas em antigas crateras, sendo as mais importantes as de Sete Cidades, Fogo e Furnas, que serão visitadas durante o nosso sexto dia.
Logo após o pequeno-almoço sairemos de Ponta Delgada com destino à Lagoa do Fogo, tomando para isso a estrada da costa sul que segue até ao Pico da Barrosa. No centro da ilha, numa zona considerada reserva natural, temos a Lagoa do Fogo, que se encontra rodeada por densa vegetação e ocupa uma enorme cratera de um vulcão extinto. Na subida iremos fazendo algumas paragens nos miradouros para apreciar a beleza da lagoa, com as suas águas cristalinas a reflectirem a paisagem envolvente.
Continuaremos, mas desta vez descendo pela costa norte até à Ribeira Grande para podermos contemplar a arquitectura barroca dos séculos XVII e XVIII, que tanto caracteriza esta cidade. Na Ribeira Grande, destacam-se as caldeiras de águas quentes e lamas sulfurosas. Faremos pequenas paragens nos locais de maior interesse turístico, como o miradouro de Santa Iria, as plantações de chá na Gorreana, únicas na União Europeia e o miradouro do Pico do Ferro de onde podemos observar uma paisagem deslumbrante da maior e mais antiga cratera vulcânica da ilha dentro da qual está situada a Lagoa das Furnas e as termas.
O famoso “cozido das Furnas” será a ementa do nosso almoço. Depois, faremos um passeio pelo belo e extraordinário Parque Terra Nostra. No chamado Vale das Furnas, um dos pontos turísticos de maior interesse, deparamo-nos com uma lagoa de rara beleza, rodeada de caldeiras de onde brotam géisers de água a ferver. Aqui encontramos um ambiente único de enorme contraste entre a vegetação e as mais de vinte fontes termais.
Retomaremos o passeio pela estrada que contorna a Lagoa das Furnas, passando por Vila Franca do Campo, a primeira capital da ilha e da cerâmica artesanal. O Ilhéu de Vila Franca do Campo, mesmo fronteiro à povoação, é um dos maiores atractivos da costa sul. Forma uma piscina natural e é considerado reserva natural. Ainda na costa sul uma última paragem, no miradouro sobre a Caloura, atravessando a vila da Lagoa. No jantar deste dia teremos a animação de um grupo etnográfico e depois poderemos dançar e divertirmo-nos ao som de uma banda até à última badalada da meia-noite.
Com a mala já meia feita para o regresso iniciamos o nosso penúltimo dia que será passado nas Sete Cidades. Logo após o pequeno-almoço e pela estrada sudoeste, seguiremos ao longo da costa, com as pastagens verdejantes a acompanhar-nos.
No miradouro da Vista do Rei, uma pequena paragem para podermos apreciar uma paisagem de cortar a respiração sobre as Lagoas Verde e Azul, no fundo de uma enorme cratera vulcânica. A Lagoa das Sete Cidades é uma caldeira de 12 km de perímetro onde no seu interior se encontram duas lagoas geminadas: a Lagoa Verde e a Lagoa Azul. Local ímpar em que a calma das suas águas e a cor das hortênsias contrasta com a envolvente das encostas escarpadas da cratera.
Prosseguimos a viagem através das estradas da localidade, de onde é possível ver as longas extensões de ambas as costas norte e sul da ilha, bem como da zona central, denominada de Zona dos Picos, devido aos inúmeros cones vulcânicos.
Após o almoço típico num restaurante local faremos uma visita às plantações de ananás nas estufas de Santa Rita, onde poderemos conhecer o modo peculiar como este fruto é cultivado nos Açores. Provar o licor de ananás será “obrigatório”. Não deixe de o fazer. Depois regressaremos a Ponta Delgada para o jantar.
E o nosso último dia nos Açores chegará com muita pena para todos nós. Faremos um passeio em comboio turístico, também conhecido como “lagarta”, por Ponta Delgada, pelos locais e monumentos de maior interesse.
Cidade moderna e dinâmica construída virada para o mar, com os seus numerosos edifícios senhoriais e ricas igrejas, que nos recordam o importante relevo que a cidade teve em tempos passados, quando Portugal era um império e os Açores uma escala importante entre o Novo e o Velho Mundo.
Ponta Delgada orgulha-se do seu património, onde encontramos monumentos como a bela Igreja Matriz (séc. XV), o gracioso edifício da Sede da Alfândega, os Conventos da Conceição (actual sede do governo regional dos Açores), de Santo André, do Carmo e de Nossa Senhora da Esperança (construção iniciada na primeira metade do séc. XVI, onde na sua capela se encontra a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres), o antigo Colégio dos Jesuítas, o Forte de São Brás (também conhecido por Castelo de São Brás), a formosa Igreja de São Mateus ou as emblemáticas Portas da Cidade, consideradas como o seu Ex-líbris. Trata-se de um conjunto de três arcos, construídos já no final do séc. XVIII, para demarcar a entrada da cidade e que posteriormente foram recolocados na Praça de Gonçalo Velho Cabral.
Depois, só nos resta aproveitar o pouco tempo que ainda temos, para umas compras de última hora ou para um derradeiro passeio pela extensa marginal.
1 comentário:
Olá é a 1ª vez que vi o teu blogue e reflecti imenso!Espectacular Trabalho!
Até à próxima
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