24 maio 2011

COLMEAL a poucos dias dos Açores

É verdade! Poucos dias nos separam dos Açores. Só o tempo de fazer a mala. Falámos já das três primeiras ilhas que iremos visitar e hoje vamos “descobrir” a nossa quarta e última destes oito dias maravilhosos – São Miguel. São Miguel, a maior ilha dos Açores, é formada por dois maciços vulcânicos que se encontram separados por uma cordilheira de baixa altitude. O povoamento iniciou-se em 1444 por iniciativa do Infante D. Henrique. O solo fértil e uma excelente posição geográfica entre a Europa, a África e a América foram determinantes para o seu rápido desenvolvimento. Durante séculos sofreu ataques e ocupações de corsários ingleses, franceses, argelinos e também de tropas espanholas. Chegou ao século passado como um dos centros de decisão política e administrativa da Região Autónoma e com uma economia em franco progresso. Com seis concelhos – Lagoa, Nordeste, Ponta Delgada, Povoação, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo – em todos eles encontramos pontos de muito interesse, onde se destacam as suas lagoas, formadas em antigas crateras, sendo as mais importantes as de Sete Cidades, Fogo e Furnas, que serão visitadas durante o nosso sexto dia.
Logo após o pequeno-almoço sairemos de Ponta Delgada com destino à Lagoa do Fogo, tomando para isso a estrada da costa sul que segue até ao Pico da Barrosa. No centro da ilha, numa zona considerada reserva natural, temos a Lagoa do Fogo, que se encontra rodeada por densa vegetação e ocupa uma enorme cratera de um vulcão extinto. Na subida iremos fazendo algumas paragens nos miradouros para apreciar a beleza da lagoa, com as suas águas cristalinas a reflectirem a paisagem envolvente.
Continuaremos, mas desta vez descendo pela costa norte até à Ribeira Grande para podermos contemplar a arquitectura barroca dos séculos XVII e XVIII, que tanto caracteriza esta cidade. Na Ribeira Grande, destacam-se as caldeiras de águas quentes e lamas sulfurosas. Faremos pequenas paragens nos locais de maior interesse turístico, como o miradouro de Santa Iria, as plantações de chá na Gorreana, únicas na União Europeia e o miradouro do Pico do Ferro de onde podemos observar uma paisagem deslumbrante da maior e mais antiga cratera vulcânica da ilha dentro da qual está situada a Lagoa das Furnas e as termas.
O famoso “cozido das Furnas” será a ementa do nosso almoço. Depois, faremos um passeio pelo belo e extraordinário Parque Terra Nostra. No chamado Vale das Furnas, um dos pontos turísticos de maior interesse, deparamo-nos com uma lagoa de rara beleza, rodeada de caldeiras de onde brotam géisers de água a ferver. Aqui encontramos um ambiente único de enorme contraste entre a vegetação e as mais de vinte fontes termais.
Retomaremos o passeio pela estrada que contorna a Lagoa das Furnas, passando por Vila Franca do Campo, a primeira capital da ilha e da cerâmica artesanal. O Ilhéu de Vila Franca do Campo, mesmo fronteiro à povoação, é um dos maiores atractivos da costa sul. Forma uma piscina natural e é considerado reserva natural. Ainda na costa sul uma última paragem, no miradouro sobre a Caloura, atravessando a vila da Lagoa. No jantar deste dia teremos a animação de um grupo etnográfico e depois poderemos dançar e divertirmo-nos ao som de uma banda até à última badalada da meia-noite.
Com a mala já meia feita para o regresso iniciamos o nosso penúltimo dia que será passado nas Sete Cidades. Logo após o pequeno-almoço e pela estrada sudoeste, seguiremos ao longo da costa, com as pastagens verdejantes a acompanhar-nos.
No miradouro da Vista do Rei, uma pequena paragem para podermos apreciar uma paisagem de cortar a respiração sobre as Lagoas Verde e Azul, no fundo de uma enorme cratera vulcânica. A Lagoa das Sete Cidades é uma caldeira de 12 km de perímetro onde no seu interior se encontram duas lagoas geminadas: a Lagoa Verde e a Lagoa Azul. Local ímpar em que a calma das suas águas e a cor das hortênsias contrasta com a envolvente das encostas escarpadas da cratera. Prosseguimos a viagem através das estradas da localidade, de onde é possível ver as longas extensões de ambas as costas norte e sul da ilha, bem como da zona central, denominada de Zona dos Picos, devido aos inúmeros cones vulcânicos. Após o almoço típico num restaurante local faremos uma visita às plantações de ananás nas estufas de Santa Rita, onde poderemos conhecer o modo peculiar como este fruto é cultivado nos Açores. Provar o licor de ananás será “obrigatório”. Não deixe de o fazer. Depois regressaremos a Ponta Delgada para o jantar.
E o nosso último dia nos Açores chegará com muita pena para todos nós. Faremos um passeio em comboio turístico, também conhecido como “lagarta”, por Ponta Delgada, pelos locais e monumentos de maior interesse.
Cidade moderna e dinâmica construída virada para o mar, com os seus numerosos edifícios senhoriais e ricas igrejas, que nos recordam o importante relevo que a cidade teve em tempos passados, quando Portugal era um império e os Açores uma escala importante entre o Novo e o Velho Mundo. Ponta Delgada orgulha-se do seu património, onde encontramos monumentos como a bela Igreja Matriz (séc. XV), o gracioso edifício da Sede da Alfândega, os Conventos da Conceição (actual sede do governo regional dos Açores), de Santo André, do Carmo e de Nossa Senhora da Esperança (construção iniciada na primeira metade do séc. XVI, onde na sua capela se encontra a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres), o antigo Colégio dos Jesuítas, o Forte de São Brás (também conhecido por Castelo de São Brás), a formosa Igreja de São Mateus ou as emblemáticas Portas da Cidade, consideradas como o seu Ex-líbris. Trata-se de um conjunto de três arcos, construídos já no final do séc. XVIII, para demarcar a entrada da cidade e que posteriormente foram recolocados na Praça de Gonçalo Velho Cabral. Depois, só nos resta aproveitar o pouco tempo que ainda temos, para umas compras de última hora ou para um derradeiro passeio pela extensa marginal.
Estamos convictos que na hora do regresso, talvez um pouco cansados, mas felizes e contentes (tal como nas histórias de princesas e fadas boas), viremos a tentar decifrar a dúvida que já nos está a assaltar “Onde será a próxima?”.
Fotos de Francisco Silva e A. Domingos Santos (Maio de 2008)

1 comentário:

Anónimo disse...

Olá é a 1ª vez que vi o teu blogue e reflecti imenso!Espectacular Trabalho!
Até à próxima