31 maio 2011

COLMEAL - Comandos visitam o concelho







O dia acordou sem chuva. Pequeno-almoço tomado e umas últimas passadas para se recolherem as “bolas de carne” que o Carlos, também Comando, tinha preparadas no Café Argus.
Depois, foi a subida até ao Santuário da Senhora do Mont’Alto, que dista cerca de dois quilómetros do centro da vila, se situa a 500 metros de altitude e de onde as vistas são deveras deslumbrantes e de rara beleza.
Dali se contemplam o vale do rio Alva, os contrafortes da serra do Açor e todos aqueles campos que se espraiam até à estrada da Beira.
O Santuário, que data do século XVI, foi inicialmente mandado construir em 1521 por Francisco Pires, natural de Arganil e recebe todos os anos em 15 de Agosto, inúmeros forasteiros e visitantes, numa célebre Romaria.





O ponto seguinte para uma pequena paragem foi a bonita aldeia de Fajão, onde uma chuva copiosa nos aguardava.
Aldeia que já foi vila, encaixada na encosta, alcandorada sobre o rio Ceira e não muito distante da sua nascente, enquadra-se na perfeição entre os altos e gigantescos penedos, os “penedos de Fajão”, que nos fazem lembrar antigos castelos. De grandes tradições tem na sua essência o xisto com que são construídas a maior parte das suas habitações.
Passado o adro da igreja e com a chuva sempre por companhia fomos visitar o Museu Monsenhor Nunes Pereira, que dispõe de núcleos de pintura, escultura, etnografia e documentação. Reconstitui também alguns espaços físicos como a cozinha e o quarto.





Pela estrada panorâmica das eólicas seguimos até ao Rolão onde as ruínas daquela velha casa da “Senhora Martinha” nos permitem ainda recordar tempos idos e todas as peripécias que envolviam uma viagem à terra.
Fomos então surpreendidos por uma “emboscada” preparada pelo Artur e pelo José Álvaro, mas que felizmente não causou quaisquer danos na comitiva.
Enquanto se deslizava suavemente pela estreita via íamos dando a conhecer as dificuldades por que passaram os dirigentes regionalistas nos anos quarenta/cinquenta com o processo para a abertura e construção desta estrada que iria tirar do isolamento as aldeias da nossa freguesia.





Um desvio para a simpática aldeia do Soito, aldeia que se encontra em permanente e franca recuperação. Dirigentes da Comissão de Melhoramentos aguardavam o grupo e a capela de São Pedro esperava-nos de portas abertas.
“É talvez um dos sítios mais míticos do Soito, sendo, ao longo da história, para além de um local de oração, o verdadeiro centro da aldeia. Segundo a tradição oral, terá cerca de seiscentos anos e à data da sua construção situava-se no cimo da aldeia, que entretanto se foi expandido pela encosta. Diz-se que é uma das mais antigas da Freguesia. Ainda segundo a mesma tradição oral, a imagem de São Pedro, feita em pedra, já existia antes da construção da capela, sendo nesses tempos guardada na casa dos habitantes da aldeia.” (in Soito – Aldeia Preservada)
Na ponte do Soito, a primeira obra realizada pela União Progressiva na freguesia do Colmeal, a passagem do enorme autocarro não foi muito fácil mas valeu mais uma vez a perícia do condutor, demonstrada já em anteriores situações.
O “Ex-líbris” da freguesia maravilhou todo o grupo na passagem sobre o rio Ceira, uma autêntica piscina de águas límpidas e tentadoras, qual paraíso tropical, com as suas árvores frondosas fazendo como que uma garbosa guarda de honra enquanto ele vai deslizando tranquilamente e em silêncio.







O Colmeal já era em 1560 uma pequena povoação da margem direita do Ceira tendo por esse tempo, a 16 de Novembro, merecido a “promoção” a freguesia.
Carlos da Conceição de Jesus, presidente da Junta de Freguesia, fez questão de receber os visitantes no salão do edifício a quem dirigiu palavras de muita simpatia. Também António Santos, presidente da União Progressiva e António Neves, Tenente-coronel Comando manifestaram a sua satisfação por esta iniciativa que teve enorme adesão e que trouxe ao Colmeal grupo tão numeroso.
Comandos e Junta de Freguesia trocaram ainda lembranças alusivas a esta visita antes de todos se dirigirem para o piso térreo onde foi servido o almoço, que pela instabilidade climatérica teve que ser deslocado do Parque de Merendas das Seladas.
A boa disposição esteve sempre presente e entre todos os que ali estavam, havia um Comando particularmente orgulhoso e feliz por ter trazido à sua terra, à terra que o viu nascer e onde deu os primeiros passos, um tão grande grupo de amigos e que, como ele costuma dizer, “são a sua outra família”. O Artur Domingos da Fonte. Um diploma foi no final entregue aos participantes certificando a sua passagem pela Serra do Açor.





O tempo corria velozmente e com um atraso muito considerável chegou-se à Cabreira para uma visita ao Lagar, onde o Senhor Luciano explicou o modo de funcionamento.
Seguiu-se a vila de Góis onde a hora tardia a que chegámos não nos permitiu mais do que uma breve e última contemplação da tranquilidade do Ceira.
A simpatia das gentes da serra que tão bem os soube receber, a beleza paisagista e a gastronomia cativaram estes “aventureiros” que ficaram completamente rendidos.
De todos ficou a promessa de voltar.

Fotos de A. Domingos Santos,
Francisco Silva e José Carlos

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