28 abril 2009

SERÕES E RECORDAÇÕES

Uma História sem histórias...ou...Com muitas Histórias... ORA AGORA, CONTAS TU ... ORA AGORA, CONTO EU Ora agora contas tu...contas tu mais eu ! E assim começavam alguns serões na nossa casa. Era, pela certa, no Outono ou no Inverno, porque nos lembramos de cada um de nós ter à sua frente uma tigela com castanhas cozidas - – “Que cheirinho aquele, o das castanhas cozidas, naquela altura ! Nunca mais o conseguimos sentir! Impossível ! Há momentos que não se repetem”- Os nossos Avós, os nossos Pais, às vezes outros Familiares encontravam-se sentados à volta da mesa da Sala de Jantar, e nós... claro – sentadinhas no chão, mas tão confortáveis, a escutar ávidamente as conversas dos adultos, o que naquela época (há mais de meio século) constituia, por si só, enorme privilégio. “Ora agora contas tu...ora agora conto eu” – dizia o nosso Avô. Parecia ser o sinal combinado para dar início a mais um serão, em que o mote principal era a narrativa de histórias e lendas contadas pelos nossos Avós. Parecia até um “desafio” secreto entre ambos. Cada um queria contar a história mais interessante, mais divertida, mais original. E nós não queríamos perder “pitada”. Hoje em dia, daríamos talvez o nome de “concurso”, “tertúlias”,etc. a estes momentos. Na época, eram tão sómente momentos onde reinava a Paz e Harmonia de um bom ambiente familiar. Mas havia divertimento também, mesmo grande divertimento, juramos. Perguntamos : “No século XXI , são raros momentos como estes?” : - Sem televisão ( sem Séries para ver – “1ª temporada”, “2ª temporada”...), sem DVD (com muitos filmes novos...), sem Computador (“não vi ainda os mails todos”, “falta-me fazer esta pesquisa e mais esta no Google”, “falta-me ver este blog e mais este, e mais este, sem faltar o Blog da UPFC, claro”), sem SMS a tocar.... (“um jantar fora”, “uma tertúlia”); - As Tertúlias continuam, e as histórias continuam também, claro. Mas...falta-lhes aquele Sabor... Apetece-nos aqui falar de alguns Jovens Colmealenses (hoje na “casa”dos 60 anos, mais ano menos ano !!!) - que passavam Serões no Colmeal, nas “Férias Grandes”, nos Verões dos belos anos 60 / 70, simplesmente a conversar – aí eram Tertúlias. Às vezes dançavam ao ar livre, no então chamado Largo da Fonte - com a Lua Cheia, nas noites quentes do mês de Agosto, observando lá do Alto, sorrindo com o seu olhar de Diversão e Protecção - ao som de um “gira-discos” portátil. Sem electricidade, sim,mas... à luz, bem fluorescente, de um candeeiro “Petromax” (recordam-se certamente!). Lembramos também as respectivas mães que, em simultâneo aproveitavam para se “encontrar” no dito “Largo da Fonte”, ou que simplesmente se distraíam, olhando das suas janelas e observando os seus filhos/as bailando (aos sons de “Bee Gees”, “Beatles”, “Tom Jones”,etc ), e à meia-noite, decidiam chamar as filhas/os de retorno a casa. Também lembramos Serões a jogar cartas – jogos de cartas simples, atenção – puro entretenimento.Outros Serões ainda - esses viriam a ficar famosos : “Os Serões de Teatro” ( já no princípio dos anos 70), que tinham lugar no Centro Paroquial. Todos terão presente: - os grandes talentos, então descobertos, - o alegre convívio entre o público, entre os “actores”, - o empenhamento da Juventude Colmealense, pela primeira vez, em Palco, - o trabalho árduo dos Encenadores, enfim de toda a equipa que pôs a funcionar, pela primeira vez, o “TEATRO NO COLMEAL”. Já algumas fotos foram publicadas no Blog da UPFC, desses Serões Maravilhosos que a todos deixaram Recordações para toda a vida.
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E...voltamos aos Serões dos nossos Avós...”as conversas são como as cerejas”. ( Hoje, o texto vai longo, uma história fica para mais tarde.) Aproveitamos para fazer aqui um “apelo”, se assim lhe quiserem chamar : - alguns Serões dos nossos Avós acabavam com histórias, narrativas, contos sobre o
JUÍZ DE FAJÃO
Não conseguimos recordar nem uma. Envolviam talvez querelas demasiado complicadas para a nossa idade, na altura. Mas, não esquecemos nunca que os nossos Avós mencionavam o referido Juíz, como uma Pessoa de Bem, óbviamente, possuidora de muito bom humor. Haverá alguém, oriundo de Fajão, que tenha conhecimento sobre os Julgamentos do dito Juíz? E... que nos queira contar? Temos intenção de visitar Fajão e pesquisar também.
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Abraços das Amigas Ana, Badana, Rabeca, Susana
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P.S. – Sabemos da próxima Viagem da União a Santiago de Compostela. Enviamos votos de uma Santa Viagem. Ninguém como os Peregrinos, para contar Histórias Maravilhosas...

7 comentários:

Anónimo disse...

A propósito dos contos de Fajão existe um livro do Monsenhor Nunes Pereira, que pode ser adquirido no Museu local, onde estão compilados todos os contos conhecidos.

Anónimo disse...

Museu? Não tenho conhecimento do mesmo...

Anónimo disse...

Por detrás do restaurante e da antiga cadeia, hoje residencial, é capaz de dar com o Museu. Suba só um bocadinho.
Talvez o encontre fechado, mas poderá dar com quem tem a chave e o vá abrir. Espaço pequeno da casa onde viveu.

Anónimo disse...

Fiquei esclarecido.
Obrigado.

Pirilampo disse...

Já há algum tempo que estas amigas não nos contavam histórias.
Felizmente que ainda mexem e escrevem para nosso prazer. Porque quem lê também tem prazer. Não é só o prazer de escrever.
E quando vêm as próximas histórias?

António Santos disse...

Museu Monsenhor Nunes Pereira - Monsenhor Nunes Pereira, natural da Mata, foi o grande entusiasta da criação de um museu nesta aldeia (Fajão), que acolhesse com dignidade a história da freguesia, bem como do concelho. A ideia nasceu e de imediato se lançou "mãos à obra" na recuperação de uma casa que servisse para albergar dignamente as memórias da terra. Assim nasceu o Museu Monsenhor Nunes Pereira, inaugurado a 13 de Setembro de 1997 e ampliado em 16 de Abril de 2000.
Este espaço museológico veio despertar para a consciência do rico e vasto património local e da necessidade da sua preservação. Aqui está concentrado boa parte do espólio pessoal do Monsenhor onde, em gesto de justa homenagem, reuniu a oficina do seu pai António Nunes Pereira, grande escultor da região. Dos núcleos de arte destaque para o da pintura do qual faz parte um retrato de Monsenhor, de 1960, saído da mão do ilustre fajaense Guilherme Filipe.
Para além do edifício principal, que reúne toda a colecção, este Museu conta com um outro edifício, fronteiro, que alberga a Sala de Exposições Temporárias e a sala do Artesanato da Freguesia.

(informação retirada do sítio da Câmara Municipal da Pampilhosa da Serra)

Anónimo disse...

- As amigas Ana, Badana, Rabeca, Susana agradecem a Informação.
- O nosso interesse e curiosidade em visitar Fajão redobrou, e admitimos o nosso desconhecimento, até agora, pela existência de um Património Cultural tão valioso, devidamente preservado.
- Apenas mantivemos na nossa memória, o divertimento que os nossos Avós mostravam ao contarem, as façanhas do que eles sempre denominavam:

"O célebre JUÍZ DE FAJÃO"

Abraços para todos