Na Praia, cidade capital, encontramos no bairro chamado Plateau, promontório à beira-mar, edifícios públicos e outras construções importantes, como o Palácio Presidencial, construído no fim do século XIX para ser a residência do governador português. Contam-se ainda a antiga Câmara Municipal, edifício com fachada clássica e uma torre central quadrada, a Igreja Nossa Senhora da Graça, também no estilo classicista, o Museu Etnográfico e o Monumento de Diogo Gomes, navegador português e descobridor da Ilha de Santiago em 1460. Destaque ainda para a Praça Alexandre Albuquerque, o Mercado Municipal e o Miradouro. Tempo ainda para visitar o típico Mercado de Sucupira.
A Cidade Velha (antiga
Ribeira Grande) que nos recebeu na manhã do 4º dia foi em 2009 classificada
pela UNESCO
como Património Mundial
da Humanidade.
Fundada ainda no Século
XV, a cidade de Ribeira Grande, a primeira de toda a África Ocidental,
tornou-se rapidamente numa metrópole comercial, baseada no grande negócio da
época, que era o tráfico de escravos. Aqui nos deparamos com memórias deixadas
pelos descobridores e povoadores, e com algumas relíquias, quase todas em
ruínas. Em 1769 a capital do arquipélago daqui foi transferida para a cidade da
Praia.
A Fortaleza de S.
Filipe, construída com pedra oriunda de Portugal, tem uma vista única, que em
dias de boa visibilidade permite avistar ao longe a ilha do Fogo.
O vale que desagua na
cidade é rico em vegetação, com destaque para os coqueiros e calabaceiras
imponentes.
O almoço em ambiente
agradável, com o mar quase a beijar-nos os pés, foi mais uma prova da riqueza
da gastronomia cabo-verdiana.
O Pelourinho, do séc.
XVI e no estilo manuelino, continua intacto a lembrar os tempos em que os
escravos ali eram publicamente punidos. A Igreja da Senhora do Rosário, que
data do mesmo século, com os seus túmulos e azulejos mantém-se ainda em bom
estado de conservação.
Pouco menos de uma hora
nos separava do aeroporto de Cesária Évora, em São Pedro, na ilha de São
Vicente. Descoberta pelo navegador português Diogo Gomes, em 1462, a ilha ficou
despovoada durante muitos anos, devido à falta de água. Só em 1838, quando se
estabeleceu um depósito de carvão para abastecimento de navios em rota pelo
Atlântico na baía do Porto Grande, que a população se começou a fixar, fundando
a cidade do Mindelo. Tornou-se um centro cultural importante e cosmopolita onde
a música, a literatura e o desporto eram cultivados. Com a substituição do
carvão pelo diesel, como combustível
para os navios, no início do séc. XX, o importante porto perdeu a sua
preponderância. Hoje, Mindelo é o principal centro urbano e a segunda maior
cidade do arquipélago, concentrando grande parte da população.
Ficamos instalados no Hotel
Oásis Porto Grande onde jantamos e nos deliciamos com a música cabo-verdiana,
antes de rumarmos aos nossos quartos.
Dia reservado para
visitar a ilha. Começou com uma romagem de saudade ao antigo quartel, hoje em
ruínas, situado no alto do Monte Sossego, onde o nosso presidente, com o seu
pelotão de PM, fez uma comissão de dois anos. Cinco décadas depois, com um
antigo camarada, hoje sócio da União, e a solidariedade de todo o Grupo, foi
prestada uma sentida homenagem aos ex-militares já desaparecidos.
Passamos depois por São
Pedro, perto do aeroporto. Uma aldeia piscatória com a sua praia enorme de água
azul-turquesa, onde o mar é mais vivo e os ares mais agitados.
Internacionalmente
reputada para a prática do windsurf. Paisagem envolvente, árida e majestosa,
com o farol de D. Amélia a recortar-se no horizonte.
O nevoeiro intenso que
cobria o Monte Verde, o ponto mais alto de São Vicente, com 774 m, privou-nos
de admirar uma panorâmica maravilhosa sobre toda a ilha.
Ficamos por aqui,
porque a seguir vamos à Baía das Gatas. Entretanto aprecie este poema de Manuel
Lopes (Mindelo 1907- Lisboa 2005), poeta, romancista, contista e conferencista,
nascido em São Vicente. Um dos seus livros “Os Flagelados do Vento Leste” pode
ser encontrado na Biblioteca da União, no Colmeal.
CAIS
Nunca parti deste cais
e tenho o mundo na mão!
Para mim nunca é demais
responder sim
cinquenta vezes a cada não.
Por cada barco que me negou
cinquenta partem por mim
e o mar é plano e o céu azul sempre
que vou!
Mundo pequeno para quem ficou...
A Direcção
Fotos de vários
participantes
2 comentários:
Bonito olhar, bonita terra! Obrigada.
"Mundo pequeno para quem ficou", pena que tantos tenham de continuar a partir! Como os Portugueses, aliás!
Lisete de Matos
Foi uma jornada formidável. Fomos a três ilhas de Cabo Verde. Visitamos as partes histórica e as mais modernas. Fomos acompanhados por guias que nos iam elucidando sobre o passado e o presente.Visitamos o Tarrafal, campo de má memória.Em todas as ilhas o grupo dei o seu espectáculo, dançando, comendo e bebendo.
Gostei de visitar o antigo quartel da PM, onde cumpri serviço militar com o António Santos, estava tudo em ruínas, mas mesmo assim foi bom.
Uma palavra para a organização bem como para a agência, foi serviço de 5 estrelas. Bem Haja.
Manuel Lemos
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