A União Progressiva da
Freguesia do Colmeal visitou o Nordeste Transmontano entre os dias 12 e 15 de
Setembro. Numa região que encerra uma beleza particular e a torna única, com as
suas magníficas paisagens onde a Natureza é rainha, os seus monumentos e as
cidades cheias de história, passámos quatro magníficos dias.
Mas
viajar não é só história, é também descobrir outras realidades, cheiros e
sabores, é conhecer novas gentes, novas tradições… Tentámos nos nossos relatos
anteriores e profusamente documentados com fotografias dar-lhes a conhecer,
resumidamente, o que foram estes dias. Hoje vamos falar-lhes do quarto e último.
Bragança acordou
embalada numa névoa matinal depois da estrondosa trovoada da noite anterior.
Partimos em direcção a Mirandela, também conhecida por Princesa do Tua, onde fizemos uma pequena paragem para tomar café e
nos permitiu apreciar um pouco do seu comércio tradicional, com destaque para
os enchidos e para a cestaria. É uma bonita cidade situada nas margens do rio
Tua e aqui podemos encontrar os melhores valores arquitectónicos do concelho,
como sejam o Palácio dos Távoras, imponente construção nobre reedificada no
século XVII ou o Palácio dos Condes de Vinhais. De referir ainda a cerca
amuralhada da qual resta apenas a Porta de Sto. António e a velha ponte medieval,
que continua a constituir uma incógnita quanto à data de construção. Em
Mirandela nasceu ainda o conceito de cidade jardim, o que é bem patente
nas suas bem cuidadas zonas ajardinadas onde o culto da flor invadiu
graciosamente todos os espaços.
Passámos depois pela
vila de Murça, conhecida especialmente pela lenda da “Porca de Murça” cuja
estátua ainda hoje se pode ver no centro da vila e que é o seu “ex-libris”. É
uma escultura celta que representa uma das suas divindades deste povo, o
javali/urso/porca. Estas esculturas existem aos milhares, mas a de Murça é a
que se encontra mais bem conservada.
Seguiu-se
uma visita ao núcleo museológico da Cooperativa dos Olivicultores de Murça onde
tivemos oportunidade de degustar o famoso azeite Porca de Murça.
De
uma cuidada e calculada mistura de azeitonas das variedades tradicionais
transmontanas, colhidas em diferentes estados de maturação nasce este azeite
único, totalmente natural e de extraordinária qualidade.
A principal
característica da região de Trás-os-Montes é o contraste entre a montanha árida
por onde os rios correm apressados e os vales férteis onde as águas correm com
serenidade. As diferenças bruscas de altitude dividem a região em duas zonas
distintas: a Terra Fria e a Terra Quente, onde a oliveira se expande até um
máximo de 700 metros e a partir do século XVI começou a ter importância
económica.
Desde então a
mancha olivícola tem crescido, fundamentalmente porque o azeite é o mealheiro
da economia rural assente no minifúndio, se bem que hoje, os novos olivais já
sejam o resultado de novas tecnologias e mecanizados.
Apreciando a paisagem
envolvente e com o rio por perto fomos aproximando-nos de Peso da Régua onde o almoço
nos aguardava.
Cidade moderna, que
apenas conheceu a sua condição de concelho após a época pombalina, no ano de
1836. Toda a importância que lhe é reconhecida se inicia com a criação da
Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro, pelo Marquês de Pombal em 1756. Tendo
mandado delimitar as vinhas do Vale do Douro com marcos de granito – Marcos de
Feitoria – determinando assim as áreas de produção dos melhores vinhos,
Portugal criava no Douro a primeira região demarcada e regulamentada do mundo.
A partir daí, e por via do comércio e sua centralização local, passou a ser o
centro da Região, o local onde todos chegavam e de onde tudo partia.
Na visita que a seguir
ao excelente almoço efectuámos ao Museu do Douro muito mais ficamos a saber e a
conhecer do seu património histórico, ouvindo as explicações detalhadas sobre
os vários núcleos, como o território, o rio, a vinha, o vinho, a fauna e flora,
os rabelos e as quintas seculares. E descobrimos que afinal havia outro… rio Ceira,
este afluente do Douro.
Depois de uma
fotografia de grupo para mais tarde recordar voltámos ao autocarro e começámos
o nosso incontornável regresso a Lisboa. Paisagens e localidades já nossas
conhecidas como Aveiro, a sua ria e os campos de cultivo, Coimbra e a “cabra” lá no alto, as celuloses e os
seus odores inconfundíveis, os ninhos de cegonhas com vista privilegiada lá do
alto dos postes, a lezíria e a grande cidade que nos aguardava já ao cair da
noite. A boa disposição esteve sempre presente.
Foram quatro dias de
excelência. Só possíveis graças à sua participação.
OBRIGADO por ter estado
connosco.
Foram quatro dias
UNIK…os.
UPFC
Fotos
de A. Domingos Santos
Apoio
Turismo de Bragança
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