A
União Progressiva da Freguesia do Colmeal de acordo com a programação das suas
actividades para o corrente ano visitou com seis dezenas de associados e amigos
da colectividade o Nordeste Transmontano entre os dias 12 e 15 de Setembro.
Em
Trás-os-Montes, numa região que encerra uma beleza particular e a torna única,
com as suas magníficas paisagens onde a Natureza é rainha, os seus monumentos e
as cidades cheias de história, passámos quatro magníficos dias.
Mas
viajar não é só história, é também descobrir outras realidades, cheiros e
sabores, é conhecer novas gentes, novas tradições…
Tentaremos
dar-lhe a conhecer, resumidamente, o que foram estes dias e hoje vamos falar-lhes
do terceiro.
Domingo, que estava
dedicado à visita da cidade de Bragança, trouxe-nos uma temperatura agradável e
a continuação de bom tempo.
Localizada a pouco mais
de vinte quilómetros da fronteira, a cidade procura aliar tradição e
modernidade. O centro histórico foi objecto de requalificação e passou a
existir um passeio pedonal ao longo das margens do rio Fervença, que a atravessa.
Começámos pelo Castelo
onde na sua torre de menagem e ocupando os quatro pisos se encontra instalado o
Museu Militar de Bragança, que tem por missão promover a valorização, o
enriquecimento e a exposição do património histórico-militar.
Os participantes foram
percorrendo os panos altos de muralha e alguns dos sete torreões que ladeiam a
torre de menagem sendo que a subida ao torreão mais alto não constituiu
obstáculo para ninguém porque dali a paisagem era deslumbrante, não só da
cidade como dos arredores. E não se podia perder esta oportunidade.
Visitámos a Igreja da Sé,
um edifício datado do século XVI, construído em terrenos que pertenciam ao
Mosteiro Beneditino de Castro de Avelãs e destinado a convento de freiras
Claras, que acabaria por ser entregue aos padres da Companhia de Jesus, em
1562, onde, em instalações anexas, fundaram um colégio.
Hoje, encontra-se
recuperado para instalação do Centro Cultural Municipal, Biblioteca Municipal,
Conservatório de Música e Espaço Memória da Cidade. Com a expulsão da Ordem
(1759), aqui se estabeleceu (1766) o Seminário Diocesano que, nos fins de
oitocentos, realizou importantes obras de ampliação.
A entrada principal
localizada lateralmente, faz-se por um portal em que os valores renascentistas
são interpretados livremente. Na construção que ampliou o templo, abre-se uma
entrada secundária (um simples arco de volta perfeita); das janelas, a mais
elaborada data de 1749.
O Pelourinho, símbolo
do poder concelhio ergue-se no largo de S. Tiago, onde existiu uma igreja com
este nome. Implantava-se junto à "Domus Municipalis", edifício com
que estaria em consonância e poderia ter sido nestas "andanças" que
foi encastrado numa porca. O monumento é, assim, constituído por dois elementos
bem separados no tempo: o pelourinho propriamente dito (coluna de fuste liso e
coroamento), e uma figura zoomórfica proto-histórica, um berrão (popularmente
designado por "porca da vila"). Deste casamento resultou um conjunto
anacrónico, mas original.
A edificação da Igreja
de Santa Maria poderá remontar aos primórdios do burgo. As alterações mais significativas
ocorreram ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII. Erigido no terceiro quartel
de quinhentos, o corpo do monumento apresenta um interior dividido em três
naves por colunas poligonais; a capela-mor deve datar de 1580 e a capela dos
Figueiredos de 1585. A preciosa e expressiva imagem de Sta. Maria Madalena no altar-mor
é uma obra seiscentista das oficinas de Valhadolid. De apreciar o papel de
relevo das colunas pseudo-salomónicas e os enrolamentos dos frontões.
Igreja de São Vicente.
Já em meados do séc. XIII é referida a freguesia de S. Vicente. Pelas
características da cabeceira, tem-se enquadrado o primitivo templo no estilo
românico, mas há estudiosos que o incluem no conjunto de obras góticas.
Remodelações e
ampliações posteriores - séculos XVI a XVIII - justificam-se pela degradação a
que chegara, face à sua localização numa praça de usos múltiplos. Destacam-se
no exterior o portal maneirista e, no interior, a capela do Santo Cristo.
No período barroco a talha
dourada (primeira metade do século XVIII) invade a capela-mor numa manifestação
artística que visava fazer do templo uma Domus Aurea.
Exteriormente, destaque
para o chafariz com armas reais (datado de 1746 e o único existente, ao tempo,
no perímetro da cidade); o Passo (oitocentista), que atesta a importância da
Semana Santa em Bragança; o Painel de azulejos comemorativo da proclamação, em
1808, do General Sepúlveda contra a invasão francesa.
Face ao desenvolvimento
do texto e ao elevado número de fotografias inseridas vemo-nos na obrigação de
dividir o terceiro dia em duas partes. Não deixe de continuar a acompanhar esta
nossa viagem. Vai ver que vale a pena.
UPFC
Fotos
de A. Domingos Santos e Casimiro Félix
Foto
sala de armas Museu Militar – Revista do Exército nº 631 – Outº 2013
Apoio
Turismo de Bragança
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