20 agosto 2011

Fim de Semana Memorável – 2ª parte








Terra de enormes tradições marítimas, junto à orla oceânica, que viveu da pesca, do sal e da agricultura, Ílhavo, a três km de Aveiro, apresenta vestígios arqueológicos que tornam plausível a hipótese de ter ali existido um povoado romanizado, embora exista quem acredite que a sua origem é muito mais remota. A referência documental mais antiga remonta ao séc. XI. O seu primeiro foral, que eleva a povoação a vila, data de 1296. Elevada a cidade em 1990, Ílhavo é hoje uma localidade com vários motivos de interesse, resultantes do seu constante desenvolvimento socioeconómico.

O nome da marca de porcelanas Vista Alegre, embaixadora de Portugal nos quatro cantos do mundo, está para sempre ligado ao concelho de Ílhavo. Antigo morgadio, a Quinta da Vista Alegre, depois de disputas entre herdeiros e usufrutuários, tornou-se propriedade do Reino, vindo a ser adquirida em hasta pública nas primeiras décadas do séc. XIX pelo negociante José Ferreira Pinto Basto, que ali fundou a Fábrica de Porcelanas da Vista Alegre. Hoje, ali podem ser visitadas a Capela de Nossa Senhora da Penha de França e o próprio Museu da Vista Alegre. É impressionante o terreiro sombreado de plátanos, para onde se abre a fachada da fábrica.











Após a visita ao Luso e Buçaco, que já referimos, rumámos para Coimbra, a cidade dos Doutores, onde nos esperava um espectacular cruzeiro no Mondego, no Basófias.
Como seria esta cidade sem rio? Coimbra não era, com certeza. Porque não haveria hortas, nem campos. Nem a cobiça dos homens que duramente a conquistaram e povoaram. Não haveria o Conde Sisnando. A Rainha Santa não teria feito da cidade mansão celeste no seu Convento de Santa Clara, Inês de Castro não teria pousado na Quinta que é chamada das suas Lágrimas e a mais linda história de amor contada em português não existiria. Não haveria o amor dos estudantes, António Nobre ficaria sem a Torre de Anto. O Choupal e o Penedo da Saudade não conheceriam o sabor de um beijo às escondidas. E Coimbra teria que existir para que os doutores continuem a cantá-la nos seus fados.









Depois fomos até ao Lago Verde, um agradável e excelente restaurante à beira da barragem do Cabril, uma das maiores e mais altas construções do país. Fica situada num vale coberto de eucaliptos e pinheiros bravos, por onde corre o rio Zêzere. Goza de ampla vista sobre a paisagem verdejante em volta e conta com uma piscina fluvial onde é possível nadar em segurança. Localizada no concelho da Sertã, esta massa de água alonga-se pelo leito do Zêzere no seu maior comprimento, por cerca de 60 km, quando atinge o nível máximo de armazenamento. Construída em 1954 com o objectivo primário da produção de energia eléctrica, foi alargando a sua utilidade, oferecendo hoje outras finalidades, como o abastecimento de água ou actividades recreativas, como sejam a pesca desportiva, e a navegação de recreio.








Pedrógão Pequeno é uma pequena vila do concelho da Sertã, localizada junto às margens do Zêzere, com fácil acessibilidade e rodeada de belezas naturais. Antes do regresso a Lisboa estivemos junto da Ermida de Nossa Senhora da Confiança, que terá sido construída sobre os restos de um castro pré-lusitano e que fica num monte sobranceiro à vila, de onde se tem uma soberba vista sobre uma vastíssima área que abarca todas as serranias da Lousã, Sicó e por vezes a Serra da Estrela. Aos seus pés espraia-se a imponente albufeira da barragem do Cabril

Fotos de Francisco Silva e A. Domingos Santos

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