30 agosto 2025

Aqui na Roça, o dia a dia. (IV)

 

"Mas porquê?"

 Episódio 4

 

Invisível e confortavelmente instalada, entre duas frondosas videiras a Ti Maria do Outeiro, seguia com emoção a cena que se desenrolava na outra margem do rio.   - Homens em ceroulas, gesticulando ordens e homens desnudados com a água pela cintura a puxarem cabos. Degustando um belo pêssego de roer, seguia com atenção o pessoal dentro de água, tanto mais que o seu companheiro era um deles e já havia meses e meses que não o via desnudado. Sem  dar conta, atirou um pêssego indo cair  no meio do poço. Sentindo-se observados e com o pontão no sítio, os homens abandonam de imediato a zona, indo ao encontro do Aveleira que os aguardava para lá da curva do rio, a jusante.

Mãos experientes e sintonizadas, retiram do saco de serapilheira duas redes impecavelmente ordenadas e limpas. -Vá Albertino, pega aí na ponta e vai prender além na parede do lodeiro e que fique bem preso, como tu sabes, - Certo Aveleira! -Eu acompanho e desenrolo até prender na outra margem.  Colocada a primeira, deram início a segunda a montante.

-Olha lá bem o pessoal, aponta o Albertino! -Só agora e nessa figura! -Tu e Tu em ceroulas, mas vocês vem cá fazer o quê? -Vá toca a despir e a pegar naqueles paus e esburacar as paredes para os peixes saírem. - Mas não se despiram e não foram para a àgua. Já com os lábios meio roxos e arrepiados do frio, os homens dos cabos do pontão lá entraram na água. Batendo e esburacando o leito do rio, encaminhando assim os peixes para a armadilha fatal.  - Aqui reside a questão. "Mas porque" ?  Se não entravam na água, porque se despiam, ficando em ceroulas. (1)

Ao cair da noite, uma suave brisa envolveu o centro da aldeia, acompanhada de  um forte cheiro a peixe frito em azeite. Nas cozinhas, à luz da candeia de petróleo se degustava peixe frito com broa de milho, tinto da adega e uma saborosa sopa de feijão com hortaliça, sempre presente na velha panela de ferro, à fogueira e ou no fogão a lenha.

Na manhã seguinte, os nossos homens voltaram às suas atividades, enquadradas no quotidiano da aldeia.

Dois foram ajudar a capar o "Rabietas", o porco do Zé Graveto. Outros dois foram desempegar (2) o moinho da quinta, o qual se encontrava  inoperacional derivado à cheia. outro foi à Martinha buscar um saco de sal para conservar as azeitonas e por fim o nosso amigo Albertino, foi aquecer o forno e cozer a broa.

E nós ficamos por aqui.

Um bom fim de semana para todos.

(1) Já em adulto questionei um interveniente, sobre a questão de não se despir e a resposta, " Alguém tinha de coordenar"

(2)  Desempegar era o termo usado para pôr o moinho a funcionar, depois de uma cheia.

Fotos:

Foto 10 - Vista parcial do Colmeal, abrangendo o centro da aldeia. Tirada do bairro da Eira.

Foto 11 - Por estas cascalheiras se desenrolaram os factos,

Foto 12 - Neste local, os intervenientes deram aval à sua arte de pesca.  Na data, a água neste local era muito profunda, chegando mesmo a não haver pé.

P.S. As fotos 1 a 9, fazem parte dos episódios anteriores.

Colmeal, 29 de Agosto de 2025

Domingos Nunes

 

23 agosto 2025

Aqui na Roça, o dia a dia. (III)

 

" Mas porquê?"

  Episódio  3


Velhos e cansados, visivelmente fora de prazo. Posicionam-se orgulhosamente alinhados, recuperando forças para o regresso aos carreiros da serra. -Mas que sapataria!  Hoje veio muita gente à missa? E lá estavam, mesmo junto à palha à espera do dono. Na altura era usual, os aldeões de Soito, Aldeia Velha e Carvalhal do Sapo, mudarem de sapatos no palheiro onde o autor tinha algumas ovelhas e um porco. À época a vida era difícil e não havia orçamento para a compra de sapatos todos os anos. Sendo a missa dominical, também um ponto de encontro, era em termos de auto estima pessoal o aldeão ter uns sapatos em condições. "Mas porque"? Mudarem de sapatos antes de irem para a igreja.

-Ó Jorge, enche o copo!  -Com calma Gaspar, já viste a figura que fizeste ontem! -Epá, dei sete voltas à Capela a ver se o apanhava. Foi ele de certeza que veio a atirar a galinha morta aqui para o barroco. -Olha vem além o Aveleira com um saco de serapilheira. - Boa, estávamos mesmo à espera dele! -Então, vão fazer o que? -Vamos colocar o pontão no sítio e de seguida vamos à baije. Em frente ao lodeiro que era do Manel da Candosa, andam lá uns grandes machos, (1) e como a água vai meia barrenta, vamos fazer uma boa pescaria. -E o guarda rios? -O Almeida foi para Coimbra pelo que é a nossa grande oportunidade.

20 para as 4, as portas da igreja se abriram  e os crentes no seu fato domingueiro se encaminham para as suas casas. Os nossos homens que não foram à missa, não... esses tinham duas missões a cumprir pelo que rumam ao ponto de encontro, o qual como é óbvio,  não podia deixar de ser a taberna do Ti Jorge. -Uma rodada para 6, paga aqui o Manel! Rodada, mais rodada e ouve-se uma voz de comando. O Aveleira pega no seu saco e exclama. -Vamos ao trabalho! Caminho da Cova abaixo e o grupo se divide . O Aveleira capitânia o grupo do saco e o Zé Mau,  o grupo do pontão. A passo de militar e com o saco na mão, o Aveleira empreende a estrada do Coiço do Rio, seguido de perto pelo seu ajudante. Os outros seguem em frente e só param no pontão. -Vamos a isto, tudo a despir! E se despiram, mostrando a sua lingerie da época. De cor branca original, moldada pelo uso, em tons de amarelo. Voam cordas e ganchos e o nosso pontão de mansinho se rende ao esforço dos homens e lá vai ordeiramente para o seu sítio.

Segue no próximo episódio.

(1) Machos era o nome dado aos barbos de grande porte. Um peixe muito presente no nosso rio à época, hoje existem em pouca quantidade.

Fotos:

Foto 7 - Vista parcial da Igreja do Colmeal.

Foto 8 - Antiga capela de S. Nicolau. Na atualidade funciona como Centro de Cultura e Convívio da UPFC - União progressiva da Freguesia do Colmeal. 

Foto 9 - Palheiro em ruínas. Testemunha silenciosa dos sapatos que por aqui se guardavam.

P.S. As fotos 1 a 6 fazem parte dos episódios anteriores.

Domingos Nunes

Colmeal, 22 de Agosto de 2025

16 agosto 2025

COMUNICADO

 


No contexto dos incêndios que lavram na nossa serra, em particular a frente de Arganil, próxima da União de Freguesias de Cadafaz e Colmeal, informamos a população e visitantes que o Centro de Convívio da aldeia do Colmeal será o ponto de encontro e de apoio, e o local mais seguro para todos, caso a situação se complique e os meios de prevenção e combate sejam activados.

A União Progressiva da Freguesia do Colmeal apela a todos que mantenham a calma e que sigam todas as instruções das autoridades competentes.

UPFC


Aqui na Roça, o dia a dia. (II)

 

Mas porquê?.

 

Episódio 2

 

No dia seguinte, a Eira amanhece clara e silenciosa. Trovoada nem sinais, mas ficou um frio de rachar, tendo mesmo o autor se negado a tirar as ovelhas antes de ir para a escola. Mas depois de um escaldão nas orelhas, lá veio a vontade de cumprir o dever.

Estrada do Porto azinheira abaixo, encontro o Melro (1), a vender sardinhas à Ti Emília. Vá Ti Emília! Compre uma dúzia e eu dou-lhe uma para o gato. - Vou ali apanhar umas folhas de couve para as levar. -Venho já!. -Abra bem a folha! 1,2,13 uma dúzia de 13. -Estão tão amarelas! -Mas são as melhores que  já vendi. Frite envoltas em farinha. -Olhe, como é que está o tempo lá  na Serra? Muito frio Ti Emília! De manhã quando me levantei tive de vestir umas ceroulas, estamos a caminho do inverno. -Então ó seu coscuvilheiro, sempre a espiar! -Era para ver o peixe! Não há muito para ver.  Nesta canastra tenho sardinhas e na outra, tenho carapaus. -E também dá um para o Gato? -Sim!  Para o Gato, "mas porquê?". Na minha ideia o gato só comia ratos e tinha de os apanhar se queria.

Para contentamento dos aldeões a trovoada passou e felizmente não se verificaram danos de monta. O rio apanhou uma pequena cheia e a água cristalina, passou a barrenta. O nosso velho pontão de madeira lá baloiçava na crista da corrente e nos privou dos acessos ao Coiço do Chão, Cubeta, Fogesta. Atravessar o rio a pé era  perigoso, derivado à força da corrente e havia sempre o perigo de um grande banho forçado e a perda dos sacos de feijão, que na altura era o forte do Coiço do Chão.

-Ó Ti Maria dos Anjos! -Temos de falar com os homens a ver se no domingo depois da missa lá vão colocar o pontão no sítio. Estou muito preocupada. -Porquê Ti Leocádia? -Então não sabe o burburinho que ontem houve na taberna do Ti Jorge? (2) -Segundo o mê Tonho,  as coisas estavam feias. O Gaspar e o Manel , (da Cruz da Rua), desentenderam-se e nem sabemos bem porquê. O Gaspar correu atrás do Manel para o apanhar e lhe dar um corretivo, mas parece que não o apanhou. Andaram a correr um atrás do outro à volta da capela de S. Nicolau. A sorte do Manel, foi que a mulher abriu a porta  de casa no momento certo e ele nem olhou para trás. Más notícias, Ti Leocádia!. -Se os homens estão zangados, vai ser difícil levantar o pontão no domingo. 

"Mas porquê"? A correr um atrás do outro à volta da capela.

Continua no próximo episódio.

Um bom fim de semana para todos.

Domingos Nunes

Colmeal, 15 de Agosto de 2025.

 

 (1) O Melro. -O nosso sardinheiro de  seu nome Manuel Francisco, residia na Aldeia Velha e na altura percorria os  carreiros da serra com a sua mula a  vender sardinhas salgadas, nas aldeias da freguesia e limítrofes. Recordo com saudade, era um bom homem.

(2) O Ti Jorge. -Residia no lugar do Rossaio e tinha uma superfície  comercial no Colmeal, onde vendia de tudo. Um génio de comerciante e relações públicas. Aprendi muito com ele e senti muito a sua falta.  

Fotos:

Foto 4 - O pontão na atualidade.

Foto 5 - A argola onde se prendia a corrente que segurava o pontão, em caso de cheia.

Foto 6 - A porta da superfície comercial do Ti Jorge. Antigamente o edifício era todo de xisto, sem qualquer vestígio de cimento.  Havia ainda dois bancos de madeira, um de cada lado da porta, onde se saboreava os tintos.

P.S. As fotos 1 a 3, estão inseridas no primeiro episódio.


13 agosto 2025

94.º Aniversário da U.P.F.C. – Almoço Comemorativo

 


É com enorme alegria que a União Progressiva da Freguesia do Colmeal convida todos os sócios, familiares e amigos a juntarem-se para celebrar o nosso 94.º aniversário, no dia 20 de setembro, pelas 12h30, na Casa da Cultura de Góis.

Queremos partilhar este momento especial com todos os que fazem parte da história e da vida da U.P.F.C., num almoço de convívio que promete boa comida, reencontros e muitas memórias felizes.


🍽 Menu – servido pelo restaurante A Saborosa

Entradas: Pastéis de bacalhau, croquetes de carne, rissóis de peixe, bolinhas de carne, rissóis de camarão, chamuças, favas à portuguesa, salada de polvo, salada de orelha.

Pratos: Sopa de peixe ou canja de galinha; lombo de porco recheado com linguiça, acompanhado de arroz de legumes e feijão-verde salteado.

Sobremesas: Salada de fruta, tigelada.

Bebidas: Vinho tinto e branco, águas, sumos, cerveja e café.

> Caso tenha alguma restrição alimentar, agradecemos que nos informe antecipadamente.


💰 Preços:

Sócios: 22 €

Não sócios: 25 €

Crianças (6 a 10 anos): 12 €

Crianças até 5 anos: grátis

Antes do encerramento, vamos cantar os parabéns e brindar à U.P.F.C., para que todos regressem a casa com um sorriso no rosto.


📅 Confirmação de presença

Pedimos que confirme a sua participação até 12 de setembro, através dos seguintes contactos:

📧 E-mail: upfcolmeal@gmail.com

📞 No Colmeal: Tiago Domingos – 965 344 190 | Catarina Domingos – 933 344 904 | Álvaro Domingos – 967 549 505

📞 Em Lisboa: Sofia Ramos – 966 472 434 | Jorge Fonte – 933 408 428


🙏 Homenagem aos sócios falecidos

No dia 21 de setembro, será celebrada Missa por alma dos sócios já falecidos, às 15h00, na Igreja do Colmeal.


A Direção despede-se com amizade e com o desejo de reencontrar todos para celebrar mais um marco na história da nossa União. 

Sofia Ramos

UPFC


09 agosto 2025

Aqui na Roça, o dia a dia.

Introdução

"Mas porquê?" -  Relata questões que vão surgindo durante as várias etapas da vida. Geralmente a etapa seguinte clarifica dúvidas  da anterior, mas há outras não esclarecidas e  nos acompanham ao longo da vida. É objectivo do autor revelar uma dúvida guardada na memória visual e ainda não esclarecida à data.

Mas porquê?

 

Capítulo 1

 

Naquela manhã de Outubro de 1966, no  bairro da Eira, a manhã era quente e triste. O  ar  carregado de energia,  atrai nuvens negras e ameaçadoras vindas do lado dos Cepos e para surpresa geral, do lado do Carvalhal do Sapo, a situação se repete.

Vamos ter trovoada a sério! Exclama alguém na sua janela. - É verdade Ti Costa, este mês  vai muito quente, tem dado jeito para a secagem do milho e do feijão, mas estou muito preocupada com a situação, porque ainda me falta fazer o recolhimento dos meus lodeiros da Ribeira e ainda não me esqueci do ano passado. A trovoada inundou todo o terreno, salvei o milho, porque o mê Manel  se meteu na água até às vergonhas, apanhando as espigas de milho e mandando para a margem, onde eu as recolhia, para dentro dos sacos todos encharcados. - Até logo!  Vou até ao Coiço do Chão, não vá o rio subir e por lá ficar todo o feijão a grelar. - Vá com Deus, Ti Maria!

A Eira caminhava para a hora de ponta.  Os gritos da pequenada local , ficam abafados em face da imensa algazarra que se aproxima vinda pela estrada do Porto Azinheira. Lá vem os garotos do Soito para a escola. - Só fazem asneiras!  Anda lá um que se o apanho a jeito vai levar um grande puxão de orelhas. -Sabe Ti Maria! Ontem, depois de sair da escola, foi à minha  capoeira e soltou as galinhas. A minha sorte foi a raposa não ter dado com elas e não ter passado por aqui a Guarda. De uma multa não me livrava, ainda na semana passada a Ti Deolinda, foi multada. -Teve sorte Ti Leocádia! - Olhe lá vem a Sra. Professora! -Que acha dela? -Parece ser muito boa pessoa, para a semana a ver se lá mando o mê Tonho com uns ovos. -  Coitada tão novinha e aqui tão isolada. -Um dia irá para uma grande cidade, Ti Leocádia! - Sabe que a profissão de professora é muito importante e reconhecida, assim como ser marido da Sra. professora. Há muitos que a única profissão que tem é ser marido da Sra. Professora, de resto não fazem mais nada. Não fale assim Ti Maria que é pecado.

Surge um relâmpago e de seguida um grande trovão, sinal de que a trovoada estava perto. Começam a cair  de imediato umas gotas grossas e gélidas, dando por findas todas as questões  e previsões entabuladas na via pública. 

Arrumo cuidadosamente as minhas velhas pilhas, meus únicos brinquedos de eleição, na ausência de outros e regresso a casa para pegar na minha ardósia e empreender o caminho para a escola. No caminho a mente atormenta, interroga.  -Mas porquê?   - Quando for grande quero ser marido da Sra. Professora.

Segue no próximo episódio.

Um bom fim de semana para todos.

 

Domingos Nunes

 

Colmeal, 08 de Agosto de 2025.

 

Fotos:


Foto n-º 1 - Via principal da Eira

Foto n-º 2 - Via de acesso à Igreja matriz e cemitério, assim como ao Edifício da União das Freguesias de Cadafaz e Colmeal.

Foto n-º 3 - Edifício da união de freguesias. Este edifício foi construído posteriormente, no local onde funcionava a antiga escola.

 


05 agosto 2025

Aqui na Roça, o dia a dia


Caros amigos! 

Fui questionado por vários simpatizantes e entusiastas da Roça, sobre a ausência destas simpáticas  e alegres brincadeiras campesinas.

Antes de mais, o meu muito obrigado a todos, por se manifestarem e apoiarem estas iniciativas.

Como alguns devem saber, sou um contabilista reformado. Reformado do emprego, mas não dos meus clientes, os quais me  acompanham ao longo dos anos e na confiança depositada, não me posso dissociar deles. A campanha do Irs acabou e o tempo livre convida a novas publicações.

Voltando à Roça, devo salientar que o ano não está a ser fácil. Não houve primavera e as nossas plantinhas se  queixam desta ausência, através de um menor desenvolvimento e fraca produção.

Como na Roça, manifestamos a nossa humildade, estamos contentes e satisfeitos com a mãe natureza, pelo que vos damos conhecimento através destas fotos do que na verdade temos.

Viver na terra onde se nasce, vive-se uma utopia mágica.  Na meninice tudo é novo e novidade. - Tudo é um exemplo a seguir. Vai-se a meninice, mas ficam as histórias. Mas porquê? E é isso!. - "Mas porquê".  Uma historia que tenho para partilhar convosco  e a publicar em breve.

Baseada no quotidiano da aldeia, vamos reviver o nosso velho pontão de madeira, uma galinha falecida pomo da discórdia a as sete voltas à capela de S. Nicolau.

Um bom e merecido fim de semana para todos.

Aos que estão de férias, votos de uns excelentes e divertidos dias de descanso.
















Domingos Nunes

01.08.2025



15 julho 2025

FESTAS COLMEAL '25

 




As Festas em honra do Senhor da Amargura voltam em grande ao nosso Colmeal no primeiro fim de semana de agosto com um cartaz de luxo, comes e bebes do melhor, e muita, muita animação!

Divulguem este belo cartaz, feito com muito carinho!

Fica de seguida o alinhamento para os três dias:

SÁBADO – 2
8h00 – Início das Festividades, com aparelhagem e iluminações Seiroco
11h00 – Abertura do ‘Mordafoka Bar’
18h00 – Procissão do Senhor da Amargura para a Igreja Matriz
19h00 – Abertura da Quermesse
21h30 – Baile abrilhantado pelo artista Carlos Nogueira e incrível banda ‘DOUTOR e os Aflitos’

DOMINGO - 3
9h00 – Chegada da Banda Filarmónica de Góis
10h30 – Missa em honra do Senhor da Amargura, seguida de procissão
15h00 – Abertura da Quermesse e do ‘Mordafoka Bar’
18h00 – Actuação do Rancho Folclórico Serra do Ceira
21h00 – Continuação da festa com karaoke e animação com DJ

SEGUNDA-FEIRA – 4
9h00 – Procissão do Senhor da Amargura para a capela das Seladas
12h00 – Convívio e churrasco no Largo D.ª Josefa Alves Caetano, com concurso de sobremesas
20h00 – Fim das Festividades

Vemo-nos no bailarico!

A Direção da UPFC


10 julho 2025

União Progressiva da Freguesia do Colmeal – Assembleia Geral em Lisboa

 






Quase 94 anos depois da primeira, ocorrida a 4 de outubro de 1931, reuniu a Assembleia Geral Ordinária da União Progressiva da Freguesia do Colmeal, na tarde do passado dia 28 de junho, na Casa do Concelho de Góis, na Rua de Santa Marta, em Lisboa.

O Presidente da Assembleia Geral, António Manuel Henriques Mendes Domingos, ladeado na mesa pela Vice-Presidente, Maria Deonilde Almeida Bernardo Mendes de Almeida, e pela Primeira Secretária, Maria Leonor Brás da Costa, deu início aos trabalhos, solicitando a leitura da ata relativa à última A.G., ocorrida a 27 de maio de 2023, para conhecimento dos presentes, tendo, de seguida, dado a palavra ao Presidente da Direção da U.P.F.C., Tiago José Cerejeira Domingos.

Após uma breve saudação aos cerca de três dezenas de associados que marcaram presença, o Presidente apresentou à Assembleia, que, recordou, é o “órgão onde reside toda a soberania da coletividade”, o Relatório e Contas da Gerência do biénio 2023/2024, começando por referir, sucintamente, as atividades levadas a cabo pela atual Direção, desde que tomou posse, em maio de 2023.

Foram, assim, passados em revista, os acontecimentos mais marcantes da vida da coletividade no período da gerência em análise, entre os quais se contam: as edições de 2023 e 2024 do Passeio TT Rota das Colmeias; a colaboração com o GóisArte, em julho de 2023, com a pintura no muro do Estreitinho, feita por artistas convidados pelo Município de Góis; as Festas de verão, em honra do Senhor da Amargura, de agosto 2023 e de 2024;  os almoços comemorativos do aniversário da U.P.F.C., realizados em Góis, a 7 de outubro de 2023 e a 21 de setembro de 2024, o primeiro seguido, no dia 8 de outubro, da inauguração do baloiço panorâmico sobre o Colmeal, na Portela, em homenagem à nossa querida associada e primeira mulher a exercer o cargo de  Presidente da Direção da U.P.F.C. Manuela Costa, e o segundo marcado pela homenagem ao anterior Presidente da Direção, António Domingos Santos, e também ao associado Joaquim Luís Pinto; a celebração de missas anuais pelos sócios, vivos e falecidos, da U.P.F.C; as celebrações do magusto, em novembro, no Largo da Fonte; as festas do Natal da Criança e dos idosos da antiga freguesia do Colmeal, bem como a visita ao Lar da Cabreira; as atuações, no Centro de Convívio e Cultura, do Grupo de Música e Cantares da Várzea, em março de 2024, de Ramiro Simões, com “As músicas de Abril”, assinalando os 50 anos do 25 de abril de 1974, em novembro de 2024, e de Cristiano Cardoso Neves, em abril de 2025; e, por fim, as caminhadas pela Serra do Açor, em maio e agosto de 2023 e de 2024.

Reconhecendo que houve iniciativas que ficaram por realizar, como a excursão ao Gerês, que não se concretizou por falta de inscrições, e que algumas certamente poderiam ter corrido melhor, o Presidente destacou  o sucesso das atividades realizadas, bem como as lições tiradas pela nova Direção, sublinhando que tudo foi possível graças ao apoio incondicional dos sócios, quer pela sua presença constante, quer pela sua preocupação em alargar cada vez mais a família colmealense, e à colaboração prestimosa dos parceiros da U.P.F.C, como a Câmara Municipal de Góis, a União de Freguesias de Cadafaz e Colmeal, a Comunidade dos Baldios do Colmeal e o Góis Moto Clube, bem como de todas as associações regionalistas que fazem parceria com a U.P.F.C., não só as da antiga freguesia do Colmeal, mas também fora dela, a ainda ao jornal "O Varzeense", “A Comarca de Arganil” e ao Radio Clube de Arganil, aproveitando para agradecer a disponibilidade e espírito regionalista de todos.

Por fim, o Presidente afirmou que o objetivo da atual equipa diretiva, quando se formou, era dar continuidade ao excelente trabalho da anterior Direção e também imprimir um cunho pessoal, de modo a fazer ainda mais pelo progresso do Colmeal, pelo que se tentou dinamizar mais atividades na aldeia, fazendo com que os nossos sócios venham mais ao Colmeal. Depois de lembrar que, para além do blogue, as informações relativas à U.P.F.C. passaram, na presente gerência, a estar também presentes nas redes sociais – Facebook e Instagram –, o Presidente, antes de pedir que se observasse um minuto de silêncio em memória dos associados falecidos, afirmou que a Direção sentiu muita União à sua volta, que muito agradece, o que constitui um grande incentivo para continuar.

Após a discussão das Contas do exercício de 2023/2024, que confirmaram a boa situação financeira da coletividade, e da leitura do respetivo Parecer do Conselho Fiscal, procedeu-se à votação do Relatório e Contas da Direção dos anos de 2023 e 2024, que foram aprovados pela Assembleia, com uma abstenção.

De seguida, o Presidente da Assembleia Geral deu início ao segundo ponto da Ordem de Trabalhos – Eleição dos Corpos Gerentes da U.P.F.C. para os anos de 2025 e 2026 –, apresentando-se a sufrágio uma lista, na qual o Presidente da Direção em funções referiu pequenas alterações em relação à equipa anterior, salientando a criação de uma Comissão de Eventos, constituída por associados que colaboram regularmente com a Direção na organização e dinamização das atividades da coletividade.

Realizado o escrutínio, foi aprovada, por unanimidade e aclamação, a lista dos Corpos Gerentes da União Progressiva da Freguesia do Colmeal para 2025 e 2026, constituída pelos seguintes elementos:

Assembleia Geral: Presidente – António Manuel Henriques Mendes Domingos; Vice-Presidente – Maria Deonilde Almeida Bernardo Mendes de Almeida; 1° Secretário – Maria Leonor Brás da Costa; 2° Secretário – Francisco Pinto Ribeiro Brás de Almeida;  

Direção: Presidente – Tiago José Cerejeira Domingos; Vice-Presidente – Ana Sofia Ramos Teixeira; 1° Secretário – Rui Fernando Pinho Ferreira; 2° Secretário – Catarina Alexandra Cerejeira Domingos; Tesoureiro – Jorge Miguel Domingos da Fonte; 1° Vogal – Mariana Brás da Costa e Silva; 2° Vogal – Diana de Almeida Ramos;

Conselho Fiscal: Presidente – José Manuel da Costa Ramos; Relator – Álvaro de Jesus Martins; Vogal – Nuno Miguel Pinto Carreira da Silva;

Delegação no Colmeal: Presidente – José Álvaro Almeida Domingos; Secretário – Elisabete Maria Dias Castanheira; Tesoureiro – António Marques Almeida; Vogal – Anabela Cerejeira Almeida Domingos; Vogal – Carlos Miguel Dias Almeida;

Comissão de eventos: Duarte Gil Farinha Ferreira; Filipe Miguel Duarte de Almeida Iria; Gonçalo Gil Costa da Fonseca; Maria da Conceição Mendes das Neves; Mário Augusto Rodrigues Gaspar; Simão Rui Farinha Ferreira.

Já no último ponto da Ordem de Trabalhos, foram motivo de conversa entre os presentes alguns assuntos de caráter regionalista, entre os quais as novas formas de concretizar as preocupações que levaram à criação da U.P.F.C., que passam por dar continuidade ao trabalho já realizado, mas também por ousar novos modos de valorizar e divulgar o património natural, cultural e humano do Colmeal. Neste âmbito, o Presidente da Direção anunciou as Festas de verão, que terão lugar no primeiro fim de semana de agosto, e o almoço anual da U.P.F.C, que se realizará precisamente no dia do seu 94º aniversário, a 20 de setembro.

UPFC


08 julho 2025

Actividades UPFC 2025

 

Estimados associados e amigos da União Progressiva da Freguesia do Colmeal!

Estas são as actividades da UPFC neste ano de 2025, marquem nas vossas agendas!

 

2, 3, e 4 de Agosto: Festas de Verão em honra do Sr da Amargura.

20 de Setembro: Almoço do 94° Aniversário da União Progressiva da Freguesia do Colmeal.

1 de Novembro: Magusto 

20 e 21 de Dezembro: Festa de Natal da UPFC 

 

UPFC


01 julho 2025

Prova de Ultra-Trail "Oh meu Deus", passou no Colmeal

 


A prova de Ultra-Trail "Oh meu Deus" organizada por Horizontes Turismo Desportivo, passou no Colmeal!

Com inicio na Lousã e o final a ser em Seia, houve várias paragens durante a prova, para abastecimento de comida e bebida, e uma das paragens foi no nosso Centro de Cultura e Convívio do Colmeal!


83 participantes, e os seus seguidores, puderam conhecer as nossas paisagens e a nossa terra! Também ficaram a conhecer os bolos da nossa associada e Tesoureira da Delegação do Colmeal da UPFC, Anabela Domingos, "que delícia" diziam eles!



A União Progressiva da Freguesia do Colmeal agradece ao Município de Góis, que deu a conhecer a nossa forma de bem receber à organização, e também à Associação Horizontes Turismo Desportivo, responsável pela organização do Ultra-Trail "Oh meu Deus", pela oportunidade de o Colmeal poder viver este dia bem diferente, e por trazer pessoas a conhecer a nossa casa!

Um agradecimento também à nossa associada Célia Carvalho, que graças à sua experiência nestas andanças deu uma ajuda fantástica!

A Direção da UPFC 

03 junho 2025

Prova de Ultra-Trail "Oh meu Deus"





A prova de Ultra-Trail "Oh meu Deus" organizada por Horizontes Turismo Desportivo, vai passar no Colmeal!!!

Com inicio na Lousã, e o final a ser em Seia, a organização escolheu o Colmeal para ser um dos pontos de abastecimento da prova! 

Serão cerca de 90 participantes que irão passar no nosso Centro de Cultura e Convívio do Colmeal para serem abastecidos com água e comida. 

A prova passa no Colmeal pelas 19:30 de dia 6 de junho, sexta feira, e termina às 00:30 de dia 7, sábado.

É para nós um enorme gosto fazer parte desta prova internacional de Ultra-Trail, muito agradecemos ao Município de Góis, que gentilmente falou das nossas instalações e da nossa forma de receber á organização da prova.

O nosso obrigado à Horizontes Turismo Desportivo!

Venha ver os atletas!

 A Direção da UPFC!


01 junho 2025

Rota das Colmeias – 2025


Caminhar na natureza, especialmente junto à terra onde temos raízes, é uma experiência que ultrapassa o simples ato físico de andar. Para além do reencontro com os conterrâneos e do encontro com novos amigos, regressamos ao essencial, às origens, ao ritmo natural das coisas. Cada passo dado, em caminhos antigos ou trilhos familiares, desperta memórias, afetos e uma sensação profunda de pertença a algo que nos supera.

Certamente por isso, cerca de cinquenta “caminhantes” responderam ao convite da União Progressiva da Freguesia do Colmeal para, no dia 3 de maio, voltar a trilhar os “carreirinhos da serra”, como diz a moda cantada pelo rancho folclórico Serra do Ceira, desta vez em direção ao Açor.

O ponto de encontro foi o Centro de Cultura e Convívio, bem no centro do Colmeal, onde foi servido um singelo pequeno-almoço aos que se dispuseram a aventurar-se nesta caminhada, apesar de todas as previsões meteorológicas anunciarem chuva forte, com possibilidade de trovoada.









Com a t-shirt da “Rota das Colmeias” vestida e ouvidas as instruções dadas pelo incansável Presidente da Delegação Regional, José Álvaro, mentor da caminhada e responsável pelo excelente trabalho na limpeza de grande parte do percurso, a comitiva partiu rumo ao Largo da Fonte. Aí, a rampa para o Seladinho foi apenas uma pequena amostra das subidas “a sério” que nos esperavam, pelo Vale da Bica e Relva do Meio acima, passando pela Sentada da Panasqueira. O tempo agradável que então se fazia sentir permitia apreciar vastos horizontes, onde o verde se misturava com o azul do céu, as encostas se encontravam matizadas pelo rosa da urze e o amarelo das maias, e o Colmeal se vislumbrava, pequenino, lá no fundo.





Chegados ao Açor, onde antigas casas de xisto teimam em marcar presença, tal como as mais recentes “espantalhas” que dão cor à paisagem, os caminhantes foram muito bem acolhidos pelos habitantes desta pequena, mas hospitaleira aldeia, em particular pelos associados Amílcar, Lizete e Jorge Almeida, que providenciaram um “reforço alimentar e hídrico” repleto de iguarias, como o chouriço assado e as tradicionais filhoses, bem regadas (não só por água).














A caminhada foi, então, retomada, com a chuva a começar a marcar presença, em direção à Ribeira de Ádela, passando pelo Vale do Açor, Malhada do Açor, Vale da Loveira e Gaieiras, topónimos pouco conhecidos pelas novas gerações, mas que, tal como outros da antiga freguesia do Colmeal, não devem ser esquecidos, pois fazem parte do nosso património. Houve ocasião para reparar na paisagem, marcada por socalcos antigos e muros de pedra solta, onde ainda se sente o trabalho das gentes que moldaram as nossas serras com grande esforço e respeito pela natureza.











A chegada à Portela, após cerca de uma dúzia quilómetros por caminhos outrora trilhados frequentemente pelas gentes destas terras, ao contrário do que hoje acontece, marcou o fim desta caminhada, que permitiu não só apreciar a beleza das paisagens, mas também experimentar uma certa sensação de intemporalidade, pelo reencontro com um ritmo mais lento e humano e o ar puro, longe do ruído e da azáfama das cidades.

Terminada mais uma edição da “Rota das Colmeias”, foi tempo para, no aconchego do Centro e com a chuva a cair abundantemente lá fora, os caminhantes, e muitos mais que a eles se juntaram, se deliciarem com a Sopa da Pedra e a Grelhada Mista com arroz de feijão que o Zé Nunes e a Ana tinham preparado, bem como com as sobremesas que graciosamente tinham sido confecionadas pelos associados.
















Um dia destes voltaremos aos “carreirinhos da serra”, pois caminhar pelas terras do Colmeal, para nós, é mais do que um exercício físico: é uma forma de regeneração emocional e espiritual, numa comunhão com a natureza e com a história viva da nossa região.

 

A direção da UPFC