Fomos hoje surpreendidos pela notícia publicada em O Varzeense, de 28Fev2022. Agradavelmente surpreendidos, mas não totalmente.
E dizemos não totalmente, porque havíamos tido o privilégio de ter já recebido na nossa caixa de correio (caixa de correio à moda antiga) um exemplar de ENTRE SOL E NUVENS numa gentileza da autora.
Josefina Almeida continua
a surpreender-nos. Em vez de um livro, brinda-nos logo com dois de uma
assentada.
Escrevemos
para comunicar. Mas também para registar e guardar memória, para partilhar e
transmitir valores, informação e conhecimento, para refletir e aprender, para
nos mantermos intelectualmente ativos. Escrevemos por necessidade e por prazer
e sensibilidade estética, para expressar e suscitar sentimentos, sensações e
emoções.
É
o que faz Josefina Almeida do alto e da lonjura da sua sabedoria, revelando-se
jovem força da natureza e mulher de força, por vontade e construção próprias.
“Apesar de ser outono/, O coração é primaveril”, diz.
Assim se lhe refere Lisete
Matos, sua irmã, na introdução que faz a
Também de uma assentada lemos os seus poemas, autênticos tesouros dos seus sentires e sentidos, nas palavras de sua irmã.
Tomamos a liberdade de
transcrever o poema da página 75, que nos recorda a “nossa” raposa Kika, já
referida neste espaço e que era tão querida para todos, que como nós,
acompanhámos a sua evolução.
MÃE CUIDADORA
Anoiteceu.
A correr lá
vem,
Aquela mãe,
Que sendo
raposa,
Alimenta e
ama,
Os filhos
também.
A pouco e
pouco,
Carregando na
boca
Tudo o que
pode,
Até parece
louca!
Caminho aquém,
Caminho além,
Vai dando
alimento
Aos filhos que
tem.
E numa
chegada,
Quase
constante,
Pede comida,
Sai
agradecida,
Ligeira e
ofegante.
Numa corrida
Vai ao covil,
Que fica
distante.
E vai e volta
Sempre
aparece,
Mãe cuidadora,
Quanto padece!
Permita-me
que termine este breve apontamento socorrendo-me dos dois primeiros versos do
seu poema SERIA BOM, da
página 109
Vamos sonhar um novo
mundo,
Onde nenhum menino
tenha fome,
OBRIGADO
JOSEFINA ALMEIDA!
António D. Santos
Lisboa, 04mar2022
Fotos de António Santos e Lisete Matos
1 comentário:
Uma bênção, uma irmã assim!
Uma esperança e uma segurança, nos dias de incerteza que vivemos.
Um exemplo de coragem e determinação, no Dia da Mulher e todos os dias!
Obrigada.
Lisete de Matos
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