Quando no passado mês
de Maio tivemos a oportunidade de visitar na vila da Lousã o Museu Etnográfico
Dr. Louzã Henriques, a “peça do mês” era a cangalha.
O folheto que aqui
reproduzimos e que nos dá uma explicação sobre o seu fabrico e utilização foi
elaborado pelo Núcleo de Investigação do Ecomuseu da Serra da Lousã com base na
publicação “Alfaia Agrícola Portuguesa, de Ernesto Veiga de Oliveira, Fernando
Galhano e Benjamim Pereira”.
Consideramos muito
interessante esta divulgação porque, como se costuma dizer, “o saber não ocupa lugar”.
“Cesto
em verga para carregar, sobre os burros, estrumes, ou produtos agrícolas.
Por
todo o Litoral Central, e por grande parte da região interior que lhe
corresponde, assim como pelo Leste transmontano, são muito vulgares as
cangalhas de verga – fundamentalmente dois cestos ligados por uma ponte mais ou
menos alta, desse mesmo material. Cangalhas semelhantes encontram-se igualmente
nos Açores.
Também
na corda litoral entre Aveiro e a Figueira da Foz, são usadas as cangalhas
feitas de tranças de bunho. O seu fabrico é muito simples: a trança é passada
por duas cravadas no chão em direcções convergentes (mais afastadas em baixo),
e depois entrelaçadas com braças; outras tranças reforçam a boca deste saco
trapezoidal. A cangalha é colocada transversalmente sobre o dorso do burro,
formando um saco de cada lado. Nas vizinhanças da Figueira da Foz vimos
cangalhas como o descrito, usadas apenas para o estrume.
Na
maior parte do País, as cangalhas são substituídas por dois cestos vulgares
amarrados com cordas, ou cestos que têm forma apropriada a esse fim. As
cangalhas também eram usadas para outros fins, como por exemplo para distribuir
o pão, adaptadas a bicicletas e motorizadas.”
UPFC
1 comentário:
Curioso! Nunca tinha reparado em como o objeto sugere a expressão popular "cair de cangalhas", que significa cair de pernas para o ar.
Lisete de Matos
Açor, Colmeal.
Enviar um comentário