Cantos e recantos que já tiveram vida. Por aqui ficou muito suor no amanho destas "fazendas". Um bocado de cada um, sempre tratado com muito carinho. Os nabos, as couves, os feijões e também as batatas. Paredes que ainda se mantêm direitas agora sem ouvirem a voz conhecida de quem por ali andava, ao sol, à chuva, ao calor. Aguadeiro que tirava água do poço para refrescar os "miminhos" que tantos cuidados davam. Carvalheiros que agora descansam, encostados, já sem préstimo, mas que ajudaram muitos feijoeiros a amarinhar por si na sua fase de crescimento.
Encosta nua, despida, onde se vêem os efeitos de um fogo, provavelmente de causas não naturais. Um ribeirito escondido sob os fetos, um pontão improvisado mas que se mantém passados todos estes anos e por onde passaram muitos carregos à cabeça das mulheres e às costas dos homens. Molhos de mato e cestas de estrume, quantas não terão ultrapassado este obstáculo? Um poço a descoberto, sem segurança, como sempre esteve. Talvez uma protecção possa prevenir qualquer distracção. Uma "queda de água" qual pequena catarata, escondida de quem por ali passa. Água, um bem tão precioso e que tantos desperdiçam, não a utilizando convenientemente, talvez desconhecendo que um dia ela poderá acabar.
Fotos de A. Magalhães Pinto
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