29 maio 2008

AÇORES… aqui tão perto

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Noite escura em Lisboa. Apenas as luzes dos candeeiros e dos carros que rolam. Olhos (que aqui não se vêem) mostrando um pouco do sono que ficou por dormir. A pouco e pouco o dia clareando, foi empurrando a madrugada para outras paragens. O momento desejado há já alguns meses estava cada vez mais próximo. As pérolas do Atlântico estavam a pouco mais de duas horas.

O “contenente” havia de ir ficando para trás e os novos descobridores, quase seis séculos depois e agora, pelo ar, iam-se aproximando daquelas ilhas, quais grãos de areia perdidos na imensidão do oceano. Cada ilha com as suas cores, com as suas características próprias, com os seus sabores. Ilhas que viram partir, à procura de melhores oportunidades de vida, mais de um milhão dos seus filhos, muitos dos quais sabendo que não voltariam nunca. Tempos e vidas difíceis, tal como os nossos pais e avós sentiram quando deixaram as nossas aldeias, mas sem o mar a inviabilizar um regresso às origens.

Duas “navegadoras” arganilenses preparam-se para pisar terra. Tomaram conhecimento desta viagem, tal como outros participantes, através das notas que remetemos para a imprensa regional, o que vem confirmar como é importante o seu papel junto da comunidade serrana. Ter o Colmeal e a União Progressiva na comunicação social regional é levá-los aos quatro cantos do mundo.

O folclore açoriano é riquíssimo. Não só nos trajes, coloridos nas mulheres e sóbrio nos homens, mas também na dança e nos cantares típicos. Com origem em música popular do continente português, nomeadamente Beiras e Alentejo, alterou-se com as condições do meio e atingiu formas próprias. Alguns grupos folclóricos têm efectuado trabalho de pesquisa, conseguindo reproduzir com rigor os trajes, as músicas e as danças de antigamente.


Igrejas, conventos e ermidas. Castelos, palácios e museus. Fortes em bom estado, outrora guardiães de intrusos. Precioso conjunto de monumentos bem conservados e de visita obrigatória.

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A gastronomia açoriana é muito diversificada, de acordo com os produtos e os hábitos alimentares de cada ilha. Para além do cozido confeccionado no calor das caldeiras, muitas foram as especialidades que tivemos oportunidade de apreciar. Não poderemos esquecer o ananás ou os vários tipos de queijos, bem como a doçaria, o chá, os vinhos ou os licores.
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As igrejas existentes em todas as freguesias e construídas desde o início do povoamento têm no seu interior verdadeiras obras de arte. Ermidas e capelas encontram-se espalhadas pelas diversas ilhas.
Das muitas festas populares destacam-se as do Divino Espírito Santo (as de maior tradição nos Açores), as festas municipais e as festas ao santo padroeiro de cada localidade, com as suas procissões e arraiais.
O culto do Divino Espírito Santo levou à construção de “Impérios” (como este da fotografia) em todas as freguesias, sendo facilmente identificáveis.
Em São Miguel, a festa ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, é a maior manifestação da religiosidade não só do povo micaelense mas de todo o arquipélago.



Costuma-se dizer que quem vai aos Açores e não vai ao Peter’s… não foi aos Açores.
O quase centenário Peter Café Sport é mundialmente conhecido por ser um local de refúgio para os iatistas que cruzam o oceano e aqui fazem escala “obrigatória”. E quase todos deixam uma marca da sua passagem. Nós, mesmo não sendo navegadores, deixámos a marca da nossa passagem – um galhardete da União.
No Museu de Scrimshaw, situado no piso superior, existem magníficos trabalhos em osso de baleia e dente de cachalote. Outrora “passatempo” de marinheiros durante as longas viagens e esperas, hoje, é feito em terra por outro tipo de aventureiros – os artistas – que em matéria tão perfeita continuam a gravar as ilhas, as gentes e a saudade.

As fotografias tiradas durante o passeio (e são mais de uma dúzia…) irão sendo publicadas neste blogue. Entretanto, não esqueça… que ficamos a aguardar pelas suas.
Obrigado por ter viajado connosco.

UPFC

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