Com este título lemos recentemente na imprensa regional – Jornal de Arganil, um artigo de opinião rubricado por Francisco Silva.
Tendo por base duas entrevistas dadas pelo senhor Presidente da Câmara de Góis, vem Francisco Silva manifestar a sua preocupação, que consideramos legítima, pois não encontra nelas referências a quaisquer projectos que possam estar a ser trabalhados para esta freguesia.
Com educação e bom senso, como pede o senhor Presidente e como parece ser a postura deste cidadão, apenas vem trazer ao leitor/assinante o modo como leu e interpretou as duas entrevistas a que alude e naturalmente dizer do seu desencantamento.
“Intervenientes e críticos”, solicita o senhor Presidente. A crítica construtiva é sempre (deveria ser) bem recebida e a introdução de algum humor não poderá ou não deverá ser mal entendido. Muitas vezes há demasiados críticos (alguns deles estão “profissionalizados”) e muito poucos intervenientes.
Nenhuma comissão de melhoramentos ignorará o apelo feito, honrando o papel que desempenharam no passado, e que agora está a ser recordado na passagem dos oitenta anos do regionalismo.
As comissões de melhoramentos estão sempre interessadas no desenvolvimento das suas aldeias, em colaborar, e em ajudar, mas dão-se conta de que por vezes não as querem ouvir ou que se tornam incómodas.
Comentários e interrogações sobre determinadas aplicações e projectos de utilidade menos evidente ouvem-se às vezes e nos locais menos indicados. Mas quem se digna participar e ir a reuniões públicas na Câmara ou na Junta?
Aquilo que para muitos, bem informados ou não, deveria ter andamento, não anda. Informação e presença de responsáveis nas nossas aldeias é fundamental, é imprescindível.
O desânimo nas pessoas de idade ouve-se naquelas palavras nossas conhecidas “… já não vale a pena…”. Aqueles que ao longo das décadas saíram das suas terras à procura de melhores proventos já não estarão em condições de voltar para investir. Quando regressam procuram desfrutar do sossego das suas aldeias e esperar, sem qualquer política de aproveitamento e entretenimento de tempos livres, que um dia a linha de partida se confunda com a de chegada.
Sabemos que o senhor Presidente da Câmara Municipal de Góis tem um carinho muito especial pelos idosos. Uma área de trabalho que poderá ser melhor explorada com o envolvimento da Câmara, Junta de Freguesia e comissões de melhoramentos.
Nos grandes centros e em determinadas freguesias, nota-se uma actividade constante com os idosos e envolvendo uma grande participação.
Não se tratará de reinventar a roda, mas fazer algo de parecido.
A União Progressiva da Freguesia do Colmeal tem vindo de há tempos a esta parte a direccionar a sua actividade para as áreas social e cultural, de lazer e entretenimento e vem apostando na divulgação do concelho com resultados que poderemos considerar francamente positivos. Com todas as mudanças que se vão vivendo na sociedade e também no regionalismo, será esta uma pequena parte da nossa contribuição para que o concelho de Góis se mantenha vivo. E por favor, não minimizem o trabalho das comissões de melhoramentos.
A. Domingos Santos
17Fev2008
1 comentário:
Apoio: não minimizem o trabalho das comissões de melhoramentos. Mas onde há uma dessas?
E melhoramentos de quê? De festas?
Já agora não será isso um bom paradoxo? Para que o concelho de Góis se mantenha vivo vamos apostar nos que, como eu, está na última fase da vida? Depois de muitos anos de difícil labuta estaremos nós preparados para fazer algo parecido como inventar a roda?
E apostar noutro público alvo?
Ferro Sá
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