20 maio 2015

BELEZAS E RIQUEZAS DA SERRA. HORA DO BANHO


São melros, mas mais parecem pessoas, em matéria de asseio. Tomam banho todos os dias ou várias vezes ao dia! Digo eu, que só os distingo uns dos outros, quando apresentam alguma marca deixada pelo ataque traiçoeiro e, felizmente, insucedido de um gato. 

Chegam e dão por ali umas voltas, a esticar as pernas e a ganhar coragem para enfrentar a água fresca. Fresca, porque preferem a manhã, mas também pode ser tépida, quando o banho ocorre mais tarde, provavelmente depois de terem andado a esgaravatar na terra.

Calmamente, instalam-se no bordo da banheira, e ficam a observar a água apetecível e o ambiente circundante, não vá algum indiscreto surpreende-los em atividade tão íntima. Como as pessoas, mas sem a descontração dos banhos conjuntos! Pelo menos que eu tenha visto! 



De repente, ganham coragem e metem-se na água. Experimentam a temperatura, mergulham, agitam-se, salpicam as costas, descansam …






Outra vez: mergulham, agitam-se, salpicam as costas … Delicioso! Ó maravilha das maravilhas! 





Por fim, sacodem-se, descansam de novo, e ei-los que abalam, a brilhar de asseio e a cheirar a limpinho. Neste tempo, imagino que vão à procura de cerejas com pintor ou de material para o ninho que a mélroa ainda está a construir. 




Para além de os melros, tenho visto pardais e piscos a tomarem banho, procedendo de modo idêntico. Apenas, porque são mais pequenos ou descarados, os pardais tomam banho juntos, divertindo-se como crianças à beira mar. 

Sem mais, belezas e riquezas da serra!


Lisete de Matos

Açor, Colmeal, 15 de Maio de 2015

1 comentário:

António Santos disse...

A sensibilidade da autora está sempre presente nos trabalhos que envia para este espaço, que é e se pretende seja de partilha.
O seu olhar e a sua câmara captam momentos e pormenores lindíssimos da Natureza que nos rodeia e que por vezes tão mal tratamos.
A facilidade e a graciosidade com que escreve cativa-nos e prende-nos.
Bem-haja pelo seu olhar atento e pelos seus textos.