Recebemos hoje, após pequena pausa para férias, o jornal de referência do nosso concelho, que ansiosamente aguardamos todas as quinzenas.
E como sempre “devoramo-lo”, lendo-o nas linhas e por vezes nas entrelinhas.
Já em número anterior nos tinha assaltado uma dúvida, mas julgámos ter entendido mal.
Nem sempre quem lê compreende perfeitamente quem escreve e, por vezes a dificuldade é acrescida, quando eventualmente quem escreve não consegue transmitir o que outro diz. Desconhecemos se será o caso.
Ficámos satisfeitos por saber do desenvolvimento que se está a operar numa das freguesias do concelho, do nosso concelho de Góis.
Já anteriormente havíamos lido e também com satisfação, que outra freguesia do concelho, do nosso concelho de Góis, vinha referenciada e havia merecido grande destaque pelas obras que estavam a decorrer e outras que se perspectivavam para um futuro que se desejava próximo.
Na freguesia onde está instalada a sede de concelho tudo se vai conseguindo.
Tememos que face ao reordenamento do território que se falava meses atrás ele já esteja a ser aplicado ao nosso concelho, pois que, pelo que vamos lendo as outras duas freguesias já não deverão existir.
Ou se existem devem estar melhor do que as outras três.
Claro que “frases tiradas do contexto da notícia ou da reportagem” podem ter sempre outra interpretação. Mas vejamos estes breves apontamentos do texto que o jornalista pode não ter percebido bem “… acrescentou ainda que outras freguesias que o preocupam são também Vila Nova do Ceira e Góis onde ainda há um bom número de jovens.”
Será que as outras duas que raramente são faladas, não são motivo de preocupação e tudo estará bem? Ou já só têm pessoas idosas e não há que perder tempo. Como se costuma dizer no Colmeal, o mais certo que nós temos… é ir para trás da igreja.
Provavelmente já nem terão forças para periodicamente irem cumprir o dever cívico.
Mas estamos confiantes, porque segundo se lê “não podemos olhar só para os votos”.
Vamos olhar para o quê? Vamos olhar para onde? Para ver … é preciso lá ir e olhar.
E visitas quadrienais são meramente insuficientes.
Certamente estaremos a ser injustos. O senhor jornalista que nos perdoe porque respeitamos o seu trabalho. Certamente trocámos as linhas.
Estaremos com atenção à chegada de próximos números. Talvez tenhamos a grata satisfação de ler alguma linha sobre o trabalho desenvolvido pela equipa constituída há mais de dois anos, para execução de melhoramentos de espaços públicos e áreas envolventes da aldeia do Colmeal. E de outros projectos que desconhecemos. E de outras coisas para resolver, como a falta de água que se verifica sistematicamente no mês de Agosto e que está a afastar as pessoas de visitarem a aldeia.
Estamos muito preocupados… porque o esquecimento é a última coisa que queremos para a freguesia do Colmeal e para os seus poucos e idosos residentes.
Eles existem. Ficaram ou voltaram às suas aldeias de origem. Merecem respeito. Precisam de carinho. Não podem ser excluídos, esquecidos ou marginalizados.
O que dizer de um pai que tem cinco filhas e só se preocupa com três?...
Vamos estar atentos a um dos próximos números.
Francisco Silva
Lisboa, 25 de Setembro de 2007
in O Varzeense, de 30/09/2007
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