12 setembro 2023

UMA MULHER DA UNIÃO



Embora nascida em Lisboa, a Maria Manuela Ferreira da Costa tinha alma serrana, ligada ao Monte Frio, berço do seu pai, António, e principalmente ao Colmeal, terra da sua mãe, Silvina. Foi na assembleia geral da U.P.F.C. realizada em 27 de dezembro de 1973, vai fazer cinquenta anos, que ela iniciava o seu longo percurso no regionalismo colmealense. E fê-lo aos vinte anos, ao juntar-se à Comissão de Juventude da União Progressiva da Freguesia do Colmeal (da qual faziam também parte António de Almeida Brás, António Faria, Fernando Pinto Caetano, Idalina Freire, Maria Cecília Oliveira Barata e Maria Lucília Pinto), criada no ano anterior e que integrara a primeira mulher nos corpos sociais da U.P.F.C., a sua amiga Maria Antonieta Fontes de Almeida.

Em janeiro e março de 1975, continua a integrar a Comissão de Juventude, quando outra sua amiga, Maria Cecília Oliveira Barata, se tornava a primeira mulher a fazer parte da Direção da U.P.F.C., como primeira-secretária.

No ano seguinte, a Manuela Costa assume o cargo de relatora do Conselho Fiscal, na assembleia geral da U.P.F.C .de 21.7.1976.

Em 1977, integra pela primeira vez a Direção da U.P.F.C., como vice-presidente, sendo presidente o seu amigo Fernando Marques Neves, na assembleia geral realizada a 2 de abril. Volta a ser eleita vice-presidente na assembleia geral da U.P.F.C. de 18.3.1978, renunciando ao cargo em 13.12.1978, mas regressa à vice-presidência da Direção a 28.3.1981, cargo onde permanece até 1983, sempre com Fernando Neves como presidente.

Em 1984, torna-se a primeira mulher a exercer o cargo de presidente da Direção da U.P.F.C. na assembleia geral realizada a 31 de março, sendo reeleita como presidente nas assembleias gerais de 30.3.1985 e de 5.4.1986. Após um breve interregno, regressa aos corpos sociais da coletividade, desta vez como primeira secretária da assembleia geral da U.P.F.C., em 25.6.1988, 8.4.1989 e 23.6.1990.

Na década de 90 do século passado, mantém-se na assembleia geral da coletividade como vice-presidente, sendo eleita em 8.4.1991, 9.5.1992, 20.3.1993, 26.3.1994 e 17.5.1997. Neste ano, volta a integrar a Direção da U.P.F.C. como primeira secretária, sendo eleita nas Assembleias Gerais de 4.10.1997 e 28.3.1999. Já no novo século, foi eleita vice-presidente da direção na assembleia geral da UPFC de 1.4.2001, sendo António Domingos Santos presidente.

Entretanto, foi lutando, ao seu jeito, veemente e atento, pela causa regionalista, tendo ainda no mês passado colaborado ativamente na festa do Colmeal em honra do Senhor da Amargura, organizada pela U.P.F.C, revelando sempre um amor genuíno ao Colmeal.

A brusquidão da sua partida deixou atordoados todos os que conheceram a sua extrovertida maneira de ser, espontânea, arrebatada. A Manuela Costa era uma mulher inconfundível, amante da vida e de causas. O regionalismo, o Colmeal, todos vamos sentir a sua falta.

Até sempre, Manela!












Cerimónias Fúnebres:

Dia 13 quarta feira velório a partir das 17h, Basílica da Estrela, Capela dos Claustros.

Dia 14 (quinta-feira) missa 13h30 de Corpo Presente, com saída 14h para o Cemitério dos Olivais onde será realizada a cremação.

UPFC


4 comentários:

Jorge Mendes disse...

Até sempre, Manela '-(

Armando Jacinto de Almeida disse...

Obrigado, Maria Manuela F. da Costa, pela sua extraordinária e sempre incansável colaboração, relacionada com o regionalismo da nossa Freguesia… do nosso Colmeal…
Com certeza, esse seu peculiar sorriso, ficará “esculpido” para sempre, nas mentes do nosso povo, do povo da nossa Freguesia e não só…
Que descanse em Paz.
A toda a família enlutada, deixo os meus Sinceros e Respeitosos Sentimentos.

Anónimo disse...

Também uma mulher de iniciativa, alegre, decidida, solidária …
Conheci a Manuela Costa num tempo distante quando, em família, fazia praia na Ponte e ela apareceu com uma brigada de jovens para limpar o espaço da vegetação e sobrantes que o obstruíam. Tendo decidido colaborar, especialmente o meu pai foi de grande ajuda, dada a experiência que tinha e a todos nós outros faltava. Enquanto atravessava o leito do rio puxando ramos e troncos para a margem direita, lembro-me de pensar: “que mulher destemida e de iniciativa, que sorte a dos colmealenses”.
Mais tarde, já no início dos anos noventa, vim a encontrá-la enquanto professora destacada no serviço onde eu trabalhava, em Lisboa. Costumávamos conversar no intervalo do almoço e era uma alegria quando ela entrava no meu gabinete, cheia de energia, propostas, graça, observação ... Também falávamos das terras que nos enraizavam, das conquistas e necessidades que persistiam, da família, de histórias passadas, de sonhos … Conhecendo a nossa relação de amizade e conterraneidade, não raro colegas me vinham falar dela com agrado. Foi nessa altura que fomos, eu e a Catarina, à Expo de Sevilha (1992), numa excursão por ela organizada e tudo correu bem. Uma vez mais, a iniciativa! Como quando lançou o projeto da reconstrução do moinho da Quinta, infelizmente mais tarde de novo perdido para a voracidade momentânea das águas do rio.
A Manuela Costa integrava presentemente a Assembleia de Freguesia da União de Freguesias do Cadafaz e Colmeal, contexto onde certamente a sua iniciativa e contributo social positivo se voltaram a manifestar.
Em momento tão doloroso, penso na Manuela e abraço a família com muito carinho e solidariedade.
Lisete de Matos
Açor, Colmeal

Anónimo disse...

Tragico fim para uma lutadora.
Nao merecia nada disto mas a vida prega-nos partidas quando menos esperamos.
Sentidos pesames a familia
Um grande abraço ao Gil.
Que descanse em paz.