20 fevereiro 2016

PADRE ANDRÉ recordado in ARGANILIA 2015


Saiu recentemente o nº 28 de ARGANILIA, a revista cultural da Beira Serra, um projecto idealizado pelo Prof. João Alves das Neves que dedicou quase toda a sua vida à cultura, nomeadamente à lusofonia, com particular destaque para as relações Luso-Brasileiras, cultura e identidade da Beira Serra e a Fernando Pessoa, tendo fundado o Centro de Estudos com o nome do escritor, a que também presidiu. Entre os muitos livros de sua autoria, cerca de trinta, realçamos "Dicionários de Autores da Beira-Serra", a que neste espaço nos referimos em 29 de Novembro de 2008.

Nuno Mata que após o desaparecimento físico do Prof. João Alves das Neves em 12 de Janeiro de 2012 assumiu a continuidade da revista, tem conseguido ao longo dos últimos números que dirigiu, a imprescindível e fundamental colaboração de pessoas da Beira Serra, a ela ligadas ou mesmo sem qualquer ligação, mas que viram na revista a possibilidade de deixar aos vindouros as suas pesquisas, opiniões e trabalhos culturais e intelectuais.


Este número de 2015 da revista tem como tema de capa o Reverendo Padre Januário Lourenço (Vila Cova de Alva, Barril de Alva e Anceriz) e, nomeadamente, a sua contribuição cultural para a Beira Serra através do jornal que editou, Ecos do Alva.
Das várias contribuições dadas a este número de Arganilia salientamos a da Dr.ª Lisete de Matos, natural do Açor onde vive, nossa associada e colaboradora regular neste espaço de divulgação da União Progressiva da Freguesia do Colmeal.


Lisete de Matos deleita-nos com a sua escrita em mais de um terço da revista, revista que mudou muito, se comparada com os seus números de há anos.
“André de Almeida Freire, do Homem e do Sacerdote”, é o título deste seu trabalho, que, segundo a autora, “constitui uma primeira aproximação ao registo da memória do padre André de Almeida Freire, uma personalidade incontornável da vida da serra, entre 1930 e 1960 do século passado”.
Figura hoje simultaneamente real e mítica, revisitando-a, revisitamos também a população, os modos de vida e a história de uma época que veio a revelar-se decisiva para a configuração social do presente e, provavelmente, também do futuro”

No livro de João Barreto Nogueira Ramos “GÓIS EM REDOR DE 12 PESSOAS [1114-2014] ”, Lisete de Matos fora em Abril de 2014 responsável por um dos capítulos que titulou de “André de Almeida Freire (1901-1962) O Peregrino da Serra” e que aqui demos notícia no mês seguinte.
Este seu recente trabalho agora publicado na revista Arganilia levou a autora “ a aprofundar a vertente biográfica, em detrimento da histórico-social, que predominava” tendo para isso recolhido informação e depoimentos que enriquecem a versão inicial.
Como se pode ler na página 72 “O trabalho é constituído por três partes indissociáveis: uma primeira relativa ao território onde o padre André nasceu e exerceu o sacerdócio; uma segunda de índole biográfica e factual; e uma terceira, essencial, de caracterização pessoal e sociopastoral, com base em testemunhos atuais e retirados da imprensa regional da época.”

Bem-haja Dr.ª Lisete de Matos por este trabalho que lemos de um fôlego, pelo enorme interesse que desperta, sobre “O Padre André, espadaúdo, simples, alegre… que aos seus filhos serranos, mirrados de trabalho, distribuía conforto e esperança” como se lhe referiu Urbano Duarte, cónego e amigo, no Correio de Coimbra.

A revista pode ser adquirida no Clube de Vídeo em Coja, ou, por correio electrónico para euskadi@gmail.com ou revistaarganilia@gmail.com (€13,80 com os portes de correio já incluídos).


A. Domingos Santos

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