02 outubro 2014

COLMEAL EM TRÁS-OS-MONTES (3 – 1ª parte)


A União Progressiva da Freguesia do Colmeal de acordo com a programação das suas actividades para o corrente ano visitou com seis dezenas de associados e amigos da colectividade o Nordeste Transmontano entre os dias 12 e 15 de Setembro.

Em Trás-os-Montes, numa região que encerra uma beleza particular e a torna única, com as suas magníficas paisagens onde a Natureza é rainha, os seus monumentos e as cidades cheias de história, passámos quatro magníficos dias.

Mas viajar não é só história, é também descobrir outras realidades, cheiros e sabores, é conhecer novas gentes, novas tradições…

Tentaremos dar-lhe a conhecer, resumidamente, o que foram estes dias e hoje vamos falar-lhes do terceiro.

Domingo, que estava dedicado à visita da cidade de Bragança, trouxe-nos uma temperatura agradável e a continuação de bom tempo.
Localizada a pouco mais de vinte quilómetros da fronteira, a cidade procura aliar tradição e modernidade. O centro histórico foi objecto de requalificação e passou a existir um passeio pedonal ao longo das margens do rio Fervença, que a atravessa.


























Começámos pelo Castelo onde na sua torre de menagem e ocupando os quatro pisos se encontra instalado o Museu Militar de Bragança, que tem por missão promover a valorização, o enriquecimento e a exposição do património histórico-militar.
Os participantes foram percorrendo os panos altos de muralha e alguns dos sete torreões que ladeiam a torre de menagem sendo que a subida ao torreão mais alto não constituiu obstáculo para ninguém porque dali a paisagem era deslumbrante, não só da cidade como dos arredores. E não se podia perder esta oportunidade.











Visitámos a Igreja da Sé, um edifício datado do século XVI, construído em terrenos que pertenciam ao Mosteiro Beneditino de Castro de Avelãs e destinado a convento de freiras Claras, que acabaria por ser entregue aos padres da Companhia de Jesus, em 1562, onde, em instalações anexas, fundaram um colégio.
Hoje, encontra-se recuperado para instalação do Centro Cultural Municipal, Biblioteca Municipal, Conservatório de Música e Espaço Memória da Cidade. Com a expulsão da Ordem (1759), aqui se estabeleceu (1766) o Seminário Diocesano que, nos fins de oitocentos, realizou importantes obras de ampliação.
A entrada principal localizada lateralmente, faz-se por um portal em que os valores renascentistas são interpretados livremente. Na construção que ampliou o templo, abre-se uma entrada secundária (um simples arco de volta perfeita); das janelas, a mais elaborada data de 1749.




O Pelourinho, símbolo do poder concelhio ergue-se no largo de S. Tiago, onde existiu uma igreja com este nome. Implantava-se junto à "Domus Municipalis", edifício com que estaria em consonância e poderia ter sido nestas "andanças" que foi encastrado numa porca. O monumento é, assim, constituído por dois elementos bem separados no tempo: o pelourinho propriamente dito (coluna de fuste liso e coroamento), e uma figura zoomórfica proto-histórica, um berrão (popularmente designado por "porca da vila"). Deste casamento resultou um conjunto anacrónico, mas original.




A edificação da Igreja de Santa Maria poderá remontar aos primórdios do burgo. As alterações mais significativas ocorreram ao longo dos séculos XVI, XVII e XVIII. Erigido no terceiro quartel de quinhentos, o corpo do monumento apresenta um interior dividido em três naves por colunas poligonais; a capela-mor deve datar de 1580 e a capela dos Figueiredos de 1585. A preciosa e expressiva imagem de Sta. Maria Madalena no altar-mor é uma obra seiscentista das oficinas de Valhadolid. De apreciar o papel de relevo das colunas pseudo-salomónicas e os enrolamentos dos frontões.







Igreja de São Vicente. Já em meados do séc. XIII é referida a freguesia de S. Vicente. Pelas características da cabeceira, tem-se enquadrado o primitivo templo no estilo românico, mas há estudiosos que o incluem no conjunto de obras góticas.
Remodelações e ampliações posteriores - séculos XVI a XVIII - justificam-se pela degradação a que chegara, face à sua localização numa praça de usos múltiplos. Destacam-se no exterior o portal maneirista e, no interior, a capela do Santo Cristo.
No período barroco a talha dourada (primeira metade do século XVIII) invade a capela-mor numa manifestação artística que visava fazer do templo uma Domus Aurea.
Exteriormente, destaque para o chafariz com armas reais (datado de 1746 e o único existente, ao tempo, no perímetro da cidade); o Passo (oitocentista), que atesta a importância da Semana Santa em Bragança; o Painel de azulejos comemorativo da proclamação, em 1808, do General Sepúlveda contra a invasão francesa.

Face ao desenvolvimento do texto e ao elevado número de fotografias inseridas vemo-nos na obrigação de dividir o terceiro dia em duas partes. Não deixe de continuar a acompanhar esta nossa viagem. Vai ver que vale a pena.

UPFC
Fotos de A. Domingos Santos e Casimiro Félix
Foto sala de armas Museu Militar – Revista do Exército nº 631 – Outº 2013
Apoio Turismo de Bragança 

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