17 novembro 2013

Comandos voltaram à Serra do Açor e ao Colmeal (2)



E como havíamos programado o clarim tocou cedo fazendo levantar todo o grupo para o “ataque” ao pequeno-almoço. Os ares puros da serra “impunham” a boa disposição, indispensável para atingir com êxito os objectivos do segundo dia desta operação.

Arganil que tem como padroeiro S. Gens é uma vila simpática e acolhedora situada na região do Pinhal Interior Norte e que integra 18 freguesias. Há quem defenda que Arganil foi fundada pelos romanos, outros citam os lusitanos.
No começo da monarquia a localidade já existia, pois que “no ano de 1160 da era de César foi ela doada à Sé de Coimbra pela rainha D. Tereza, mãe de D. Afonso Henriques existindo já no seu termo o convento de S. Pedro de Folques”.





Chegados a Góis, uma vila com mais de oito séculos de existência, iniciamos a nossa visita guiada acompanhados por um dos técnicos do Turismo. Nos Paços do Concelho, uma antiga casa nobre designada como Casa da Quinta, edificada durante o séc. XVII e uma das mais importantes da vila ao tempo, foi-nos dado apreciar na sua sala de sessões o lindo tecto em painéis.
A Fonte do Pombal e a Cisterna com bonitos azulejos hispano-árabes do século XVI mereceram especial atenção e foram motivo para várias fotografias. Seguiu-se a visita à Igreja Matriz que tem a particularidade de a sua torre sineira se encontrar afastada e recuada relativamente à frontaria. No interior da Igreja sobressaem uma das melhores obras de escultura tumular renascentista, o túmulo de D. Luís da Silveira, que foi 1º Conde de Sortelha e Senhor de Góis e a capela-mor com as suas laterais.











Do exterior contempla-se uma panorâmica da vila com destaque para a Capela do Castelo e o Parque de Campismo. Percorremos a rua onde uma placa nos indica a casa que viu nascer António Francisco Barata, “figura das letras nacionais” como se lhe refere o Município de Góis numa homenagem prestada em 2011 e seguimos em direcção à ponte sobre o rio Ceira, edificada em 1533 a pedido de D. Luís da Silveira. Da ponte apreciámos a praia fluvial da Peneda, um “paraíso de água e sol no rio Ceira com relvados e ilha de areia no meio do rio” e que este ano vai ostentar pela primeira vez o galardão de qualidade da Associação Bandeira Azul da Europa.
Devagar e sem pressas fomos ao longo do rio e pelo agradável Parque do Cerejal tomar de novo assento no autocarro que nos levaria à próxima paragem.

Deixamos Góis e pela estrada que em anos não muito longínquos já lhe conhecíamos as curvas todas, fomos contemplando a paisagem ondulante das serranias distantes agora com ventoinhas gigantes como que a refrescar-nos na nossa passagem. Catraia do Rolão e a velha casa hoje em ruínas, da Senhora Martinha, ponto de chegada e partida, quando a “caminheta” por ali parava.



Fomos descendo cautelosamente pela estrada estreita que tanto tempo levou a tirar as nossas aldeias do isolamento. O Soito esperava-nos para mais uma visita. Uma aldeia em franca recuperação e que se visita sempre com muito agrado. O Espaço Museológico foi novamente o polo de atracção e aí pudemos recordar outros tempos e apreciar os utensílios que então se usavam e que muitos de nós ainda utilizamos.

O que se vai passar a seguir fica para um próximo apontamento.

Fotos de A. Domingos Santos

1 comentário:

Anónimo disse...

Acho muito interessante e de louvar o trabalho que vocês têm feito pela divulgação da região e das nossas aldeias, cada vez mais desertificadas. Quem sabe se entre os visitantes não estarão futuros residentes?