13 dezembro 2012

Longe/perto das nossas raízes

 








A Comissão de Juventude da União Progressiva da Freguesia do Colmeal foi convidada a participar numa recente iniciativa do Conselho Regional da Casa do Concelho de Góis subordinada ao tema Juventude do Concelho de Góis e integrou um dos painéis do debate “O afastamento dos jovens do associativismo”.
Jorge Fonte, apresentou o trabalho que a seguir transcrevemos na íntegra. 

A maioria dos membros desta Comissão de Juventude moram aqui, em Lisboa, ou nos arredores, e, até este ano, apenas um residia no Colmeal. Tiago Domingos, meu primo, é um dos nossos milhares de jovens recém-emigrantes. A nossa Comissão de Juventude não tem hoje ninguém que more no Colmeal mas isso não é impedimento nenhum para a continuação deste nosso projecto que visa a promoção do regionalismo e que pretende que o Colmeal não fique esquecido.

Praticamente todos nós estamos a dar aqui os primeiros passos “oficiais” no regionalismo, apesar de termos pais, mães, tios e avós que pertencem ou já pertenceram à União e que já fizeram muito pela nossa aldeia. Crescemos a ouvir histórias de quando o Colmeal era uma aldeia com muito mais gente, com muito mais ideias mas também com mais necessidades, por causa dos tempos em que se viviam, dificuldades que se faziam sentir e que hoje já não se justificam. Hoje, a União do Colmeal serve outros propósitos, ao que nós, como Comissão de Juventude servimos de apoio. E esta Comissão de Juventude só existe com jovens que moram fora da aldeia porque, hoje, não os há no Colmeal.

Uma das nossas principais ideias iniciais foi dinamizar e criar momentos de convívio para a população com o apoio da União. Não nos focámos apenas no mês de Agosto, ou apenas no Verão, período em que há lá mais gente, mas começámos por organizar a festa de Verão em 2011, e este ano também fomos os responsáveis. Mas também fizemos outras coisas. Com a ajuda da União, organizámos um convívio de tunas académicas, que teve lugar aqui nesta Casa concelhia, e alguns meses depois levámos essas tunas ao Colmeal e a Góis onde tocaram para quem quisesse ouvir. Esta foi uma iniciativa que apenas foi possível graças à Mariana Brás, outro membro do nosso grupo e que actualmente está fora do país.

Todos nós temos as nossas vidas, estudamos e trabalhamos longe do Colmeal, mas também fazemos questão de nos manter a par do que se passa por lá, principalmente numa altura em que há tanto em jogo por causa das políticas de ordenamento que nos afectam a todos mas onde pouco podemos alterar.

Apesar de só lá passarmos fins-de-semana grandes, uma/duas semanas ou um mês inteiro no Verão, penso que falo por todos os membros desta Comissão de Juventude quando digo que ao longo dos anos criámos memórias, umas mais tristes outras mais alegres, que ainda hoje nos acompanham e que vamos guardar para sempre. A esperança é que o mesmo possa acontecer com gerações futuras, que infelizmente têm cada vez menos razões para continuar a morar nestas aldeias.

De resto tentamos estar presentes, quando nos é possível, ao ajudar na logística dos eventos da União, como já tem sido o caso das caminhadas, o almoço de aniversário com os sócios e amigos, nos convívios de canoagem e no piquenique da festa de Verão. Temos pouca obra. Nestes curtos dois anos já podíamos ter feito mais, mas também temos noção que este projecto faz parte de uma maratona e não de uma corrida de 100 metros, e é por isso que digo àqueles que nos conhecem para nos darem tempo.

A nossa Comissão de Juventude não foi a primeira criada, já antes outras existiram, desde os anos 70. Como sabem a Juventude dos anos 70 hoje já não é tão jovem como era antes, mas muitas das pessoas que fizeram parte continuaram ligadas ao regionalismo ao longo dos anos, passaram depois pela União e até há quem esteja na actual direcção. Por tudo isto acreditamos que não seremos a última Comissão de Juventude e apesar de todas as indefinições quanto ao futuro, não só da freguesia do Colmeal, como do rumo a tomar, garantimos que podem continuar a contar connosco pois iremos apoiar e tentaremos estar envolvidos ao máximo no regionalismo, mesmo que estejamos a 250km de distância.

Jorge Fonte

1 comentário:

Anónimo disse...

Força, Jorge e companhia!