30 julho 2012

Cortes no financiamento das festas de verão reduzem atuações dos artistas



As organizações das festas que tradicionalmente se realizam em muitas localidades do país, em agosto, estão este ano a enfrentar cortes no financiamento, que as leva a reduzir o número de artistas a contratar e provoca a baixa dos cachets.


“Nota-se um grande decréscimo na procura de artistas e, por outro lado, a tendência é para quem contrata procurar contratos mais baratos”, disse à Lusa Luis Martins, sócio gerente da empresa Moinho da Música, no Cadaval.

A empresa produtora de espetáculos e representante exclusiva de artistas como Nel Monteiro, Emanuel, Micaela ou Zé do Pipo, regista “uma quebra na ordem dos 50 por cento” nas contratações, apesar de “nas festas e romarias se trabalhar bem com este tipo de artistas mais populares e que agradam sobretudo aos emigrantes”, acrescentou.

O problema, concluiu, é que “muitas autarquias reduziram para metade os orçamentos das festas e outras diminuíram a sua duração para metade dos dias”, fazendo com que a crise se reflita nas “empresas de produção, artistas, bailarinos, equipas de som, aluguer de palcos e empresas de catering”.

Uma situação confirmada à Lusa por José Malhoa, consagrado cantor de música popular portuguesa que disse que a crise económica obrigou-o a baixar o cachet e a dar mais concertos.

“Hoje em dia as comissões de festas estão em grande crise, os empresários também e para obterem essas festas querem preços mais reduzidos”, explicou o cantor, admitindo que aufere cerca de 10 mil euros por concerto.

in Diário As Beiras, domingo, 29 de Julho de 2012, 11:56:57 | Patricia Cruz Almeida 

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