11 junho 2011

"A CHANFANA VEM TIRAR ESTES CONCELHOS DO ANONIMATO"


Com a eleição das "7 Maravilhas da Gastronomia" marcada para Setembro, a Chanfana já está na boca do mundo, sendo uma das três finalistas na categoria das carnes. Para os quatro municípios que apresentaram a candidatura, o orgulho de ter chegado até aqui já corre além fronteiras. Hoje a conversa foi com Maria de Lurdes Castanheira presidente da Câmara Municipal de Góis.



Pedro Homem de Mello não nasceu em Góis, mas como todos os poetas exímios, teve o dom de descrever os rios como pouca gente o faz. E aqui fala-se em rios porque Góis, essa localidade indelével espraia-se ao longo do rio Ceira, assumindo dos cenários mais bonitos que acaba por atrair muitas pessoas à região, nomeadamente em época estival.

À conversa com a presidente da câmara, foi possível compreender a aposta que a autarquia tem feito no concelho, tornando-o num dos lugares mais convidativos a visitar daquela região. Na voz da nossa interlocutora, "Góis é um território com boa qualidade de vida, embora esteja longe da capital de distrito, o que tem a ver com algum fraco investimento dos sucessivos governos em matéria de acessi- bilidades" O que é certo é que o município tem feito uma forte aposta ao nível do turismo, não só através do seu orçamento, mas também naquilo que é o estímulo à iniciativa privada. Temos consciência de que estamos num concelho que tem potencialidades incomparáveis a outras realidades do país e até mesmo fora do mesmo. Temos aqui paisagens ofegantes e associado às mesmas, o rio Ceira, que é um dos nossos ex-líbris e que nos distingue: No fundo, o rio é uma marca que faz com que Góis seja considerado como a capital do Ceira.

Ao estimular quer o investimento público, quer o privado, Maria de Lurdes Castanheira garante que o objectivo é criar condições para atrair novos públicos, nomeadamente durante todo o ano. "Neste momento, um dos maiores constrangimentos que temos é o da sazonalidade e estamos a trabalhar no sentido de inverter essa tendência porque entre Setembro e Março vivemos aqui uma tendência onde se regista um decréscimo abismal no que refere não só ao número de visitantes, como também no que refere à facturação das próprias empresas. Aqui a Câmara tem um papel fundamental no sentido de restabelecer a confiança no mercado porque as pessoas só investem se confiarem nos 12 meses do ano e cumpre-nos a nós dar um sinal de preocupação e capacitar este território de que tem potencialidades exponenciais e caracteristicas ímpares" garante a nossa entrevistada, assegurando ainda que "precisamos, sem dúvida, de um equipamento hoteleiro e felizmente temos um investidor que está interessado em fazer uma infra-estrutura É um hotel quatro estrelas superior que irá ser, brevemente, uma realidade, e isso vai-nos resolver uma das graves lacunas que tínhamos aqui no concelho. Se tivermos uma boa resposta ao nível de hotelaria, temos uma maior abertura para as outras iniciativas que já vamos tendo no concelho como por exemplo o desporto aventura.

Mas os projectos não se ficam por aqui: "temos também um projecto de revitalização dos percursos do xisto e desse tipo de tradições. Vamos também concluir um centro de interpretação das aldeias do xisto que fica localizado numa das aldeias que faz parte da rede do xisto. Estamos a investir e a fazer um trabalho que complemente aquilo que é investimento público com o investimento privado. Para quê? Para que, primeiramente, consigamos combater o carácter da sazonalidade e, segundo, tenhamos aqui oferta em termos de alojamento turístico para todos os públicos. Porque os públicos são muito diversificados'; garante.

A GASTRONOMIA

Sendo um concelho rico no que refere à gastronomia Maria de Lurdes Rodrigues ressalva que este sector ainda está pouco explorado. Com condições excelentes para a criação de truta, também as sobremesas, o cabrito ou a cabra velha são produtos e iguarias que dão origem ao de melhor neste sector. "Estamos num território de montanha, com características rurais com todas as condições para a pastorícia e aí destacamos a caprinicultura, onde surgem as cabras e os cabritos para fins gastronómi- cos. A única coisa que nos falta é a mação de uma confraria Se conseguíssemos criar aqui a confraria do cabrito, conseguíamos ímplementar uma nova marca no concelho. E criar aqui alguma marca é também transmitir aos operadores da restauração o quanto é importante apostar na gastronomia local, apostar na qualidade".

SOBRE AS 7 MARAVILHAS DA GASTRONOMIA

Segundo a autarca, "esta iniciativa das 7 Maravilhas vai dar uma grande projecção a esta zona o que já começou a acontecer. Com o uso das redes sociais e das novas tecnologias, toda esta informação chega muito longe e é isso que nos imporia e nos dá reconhecimento. Queremos ser associados a um território com um prato único e com o qual nos identificamos. No fundo, a chanfana vem tirar estes concelhos do anonimato.

Portugal tem uma boa gastronomia e a dificuldade é escolher, mas a aposta na chanfana é uma boa aposta e digo isto com convicção e confiança porque a chanfana é feita com produtos naturais. Dificilmente se faz uma boa chanfana com produtos artificiais que não seja um bom vinho, uns bons alhos, bom tempero. A qualidade do prato tem muito a ver com a qualidade da carne. Vale a pena apostar na chanfana como uma das 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal.

in http://www.portaldomovimento.com/

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