02 março 2011

Comarca "pereceu, mas renasceu com mais responsabilidade"

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Fundação Memória da Beira Serra - A Comarca de Arganil apresentou corpos sociais, em cerimónia no Casino Estoril
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«Mais do que a organização, mais do que o engenho, foi o amor que nos mobilizou a todos, para não deixarmos cair a Comarca». A afirmação foi de José Dias Coimbra, fundador e vice-presidente do Conselho de Administração da “Fundação Memória da Beira Serra – A Comarca de Arganil”, aquando da apresentação dos corpos sociais daquela instituição, numa cerimónia que decorreu sábado no auditório do Casino Estoril. A Misericórdia, “motor de arranque” da Fundação, segundo Dias Coimbra, «não podia alhear-se da eventual perda da memória colectiva que radica na Comarca». Afinal, sustentou, «são 111 anos de acontecimentos, mais de um século». A cerimónia, que juntou muitas individualidades, deve ser entendida como «uma homenagem a todos quantos passaram pela Comarca e que a ela entregaram o seu melhor em prol do desenvolvimento das comunidades e a todas as ilustres personalidades que se dedicam a causas, dando ao Jornal A Comarca uma marca da região que perdura e que luta por melhores condições», afirmou. A Comarca, vincou o também provedor da Misericórdia de Arganil, «pereceu, mas renasceu, com mais responsabilidade e com um novo projecto, mas mantendo a sua matriz, dar valor à Beira Serra e alertar para as suas necessidades». Com efeito, sublinhou o dirigente, «sob o lema, cultura, cidadania e informação, a agora Fundação Memória da Beira Serra – A Comarca de Arganil é e deverá ser mais do que um título semanal, deverá ser também um agente mobilizador de vontades, dando origem a mudanças», explicando que será precisamente por esse motivo que a Fundação «procurará criar o Museu da Imprensa Regional e das Comunidades da Língua Portuguesa, como tributo à Imprensa Regional». Refira-se que este projecto será de dimensão nacional, procurando reunir o maior número de colecções de jornais que, ao longo dos tempos, fizeram parte do universo da Imprensa Regional, pretendendo igualmente agregar os títulos que marcaram e marcam presença nas comunidades portuguesas emigradas. Outro dos projectos da Fundação será o de «dinamizar a cidadania, realizando ciclos de conferências sobre temáticas actuais e essenciais para a promoção do desenvolvimento da região». Também deverá ser um «pólo capaz de congregar as instituições e as comunidades, tornando-se um agente de mudança positiva e de estímulo à reflexão sobre novos paradigmas da sociedade actual». Exemplo disso, disse Dias Coimbra, «são as várias instituições e autarquias que se associaram ao projecto», como é o caso da ADIBER, Misericórdia de Arganil e as câmaras municipais de Arganil, Góis, Tábua, Oliveira do Hospital, Pampilhosa da Serra, Miranda do Corvo, Lousã, Penacova e Vila Nova de Poiares. Regresso de 111 anos de história
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Já para José Dinis dos Reis, presidente da Assembleia-Geral da Fundação, o renascimento da Comarca «está relacionado com a vontade de ganhar ânimo», e comentou que a Beira Serra tem «todas as razões para se considerar um lugar vítima de desatenção, mas também cheio de força», declarando que vê a Comarca, como «parte dessa força e como um valor colectivo que nos cabe fortalecer». Segundo Mário Assis Ferreira, presidente do Conselho de Administração, este projecto, «pelo seu sentido abrangente, tem todos os factores para representar uma força aglutinadora, em função da evocação da memória da Beira Serra». Com efeito, sustentou, uma Fundação «não se limita ao objectivo de relançar um Jornal que era a carta de família dos emigrantes, é todo um conjunto de actividades, de natureza cultural e filantrópica que representam o plasmar de um sentido regionalista que a todos deve entusiasmar». «A Comarca está de volta e com ela regressam 111 anos de história, contados nas linhas de um Jornal que sempre promoveu a Arganilidade e o regionalismo», declarou Ricardo Pereira Alves. Por isso, afirmou o presidente a Câmara de Arganil, «abre-se hoje uma janela para o futuro», mostrando «orgulho, enquanto autarca, não apenas pela constituição da Fundação que ficará sedeada em Arganil, mas sobretudo pelo renascer da A Comarca que, ao longo dos seus 110 anos, participou na construção das nossas comunidades, difundindo e ajudando a promover Arganil e toda a região da Beira Serra, pelos quatro cantos do mundo». Corpos sociais Assembleia-geral:
Presidente: José Dinis Reis Vice-presidentes: Regina Anacleto e António Ramos de Almeida 1.º Secretário: Susana Redondo;
2.º Secretário: Ernesto Coelho; Vogal: Victor Dias Conselho de Administração:
Presidente: Mário Assis Ferreira Vice-presidente: José Dias Coimbra 1.º Secretário: Miguel Ventura;
2.º Secretário: António Carvalhais Tesoureiro: Fernando Dias;
Vogais: Jorge Pereira, Mário Pereira Gonçalves, Mário Vale, Carlos Andrade, José Pereira, Sérgio Castanheira, Francisco Baptista, António Pedro, Filipa Maia e Nuno Gomes Conselho Fiscal:
Presidente: Pedro Pereira Alves Vice-presidentes: Adriano Lucas e Armando Dinis Cosme;
Secretário: Alberto Mateus;
Relator: Carlos Henriques Director Geral da Fundação Memoria da Beira Serra – A Comarca de Arganil: José António Castanheira; Director do Jornal A Comarca de Arganil: António Lopes Machado, coadjuvado por Nuno Gomes; Director do futuro Museu da Imprensa Regional e das Comunidades da Língua Portuguesa: João Alves das Neves Escrito Por Isabel Duarte
in Diário de Coimbra, 28/02/2010

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