03 setembro 2009

Freguesia do Colmeal (História)

PASSADO – PRESENTE Capítulo III POVOAÇÕES DA FREGUESIA
ÁDELA: Nome todo ele com características árabes, possivelmente derivado de Addallãl; que significa: adelo ou adeleiro – que compra e vende trastes usados ou ainda de Addãlil: coudilho; chefe; comandante. No entanto nos parece mais apropriado o primeiro pelas semelhanças existentes. Esta povoação pertencia inicialmente a Arganil e só muito posteriormente foi incluída no concelho de Góis, após a elevação do Colmeal a sede de freguesia. Há uma lenda que lhes chama «os de lá». ASNA (Vale de): Do latim Asina; Jumento; mula; burro. Possivelmente que quem desbravou o vale inculto utilizou para o efeito mulas ou burros e daí resultou «Vale de Asna». AÇOR: Ave de rapina semelhante ao falcão. Derivado do latim Acceptore: Teria havido destas aves de rapina na região? É muito natural que sim, e daí o seu nome. BELIDE (Quinta de): De Belida – névoa ou nevoeiro. No local existia ou existe nevoeiro com frequência, do que resultou seu nome, evoluindo para Belide. CARVALHAL: Vem de Carvalho. No local e cercanias terá havido muitas destas árvores. O seu povoamento foi efectuado no mesmo período que a sede de freguesia. É no entanto de admitir, ter sido habitado já muito anteriormente. Em documentos antigos nos aparece «Carualhal do ssapo», seu nome primitivo. CARRIMÁ: Nome misterioso, que não conseguimos decifrar nem encontrar significado. Teria sido derivado de «carreiro mau»? É uma possibilidade embora muito remota, visto no passado e ainda no presente todos os caminhos de ligação entre as várias povoações da freguesia serem péssimos. COIÇOS: Do latim Calce, ou seja o mesmo que couce ou coiceiro, ou ainda terreno em curva junto aos rios ou ribeiras. FOZ DA COVA: Foz, do latim fauce; lugar onde um rio ou ribeira vai desaguar. Cova é a abertura na terra; escavação; cavidade. Assim, Foz é o sítio onde as águas têm de passar para caírem na depressão de terreno que se chama cova. Com a junção resultou Foz da Cova. LOURAL: De loureiro, árvore sempre verde que produz bagas amargas e escuras. Seu primitivo nome foi «Loureyro». MALHADA: Rebanho de pastores; rebanho de ovelhas; curral de gado e ainda mata de carvalhos. Como povoação é posterior ao Soito pelo que é de admitir terem lá os habitantes deste enquanto para lá não foram habitar, currais de gado ou simplesmente os pastores irem para este local apascentar o gado. ROÇAIO: Do latim ruptiare: cortar rente; derribar; deitar abaixo ou ainda derivado de roça (de roçar) lugar onde se encontra mato, terreno coberto de mato. SAFREDO: De safar ou safaro, do árabe Saharã (neste caso o terreno) que significa estéril: inculto. Ou ainda do árabe Za Afaran: boa promessa de frutos. Terreno inóspito e inculto e depois de muita labuta prometer boa colheita, chegado aos nossos dias Za Afaran – em safredo. (1). SAIÃO: Planta com o mesmo nome e também chamada sempre-viva. Também é possível que seja derivado de saia larga e grosseira, que no passado usavam as mulheres. SALGADO: Que tem sal; que tem sal em excesso; picante; adquirido por alto preço. Quem desbravou o terreno e deu início à povoação teria comprado o local por alto preço ou seria esse o seu nome? SOBRAL: De sobro ou sobreiro, árvore que há centenas de anos existia com abundância na região e da qual ainda hoje se encontram alguns exemplares. A sua capela é uma das mais antigas da freguesia. SOITO: Seu nome inicial Souto; mata de castanheiros ou bosque denso, no entanto optamos pelo primeiro significado visto o Soito sempre ter tido abundância de castanhas. PORTO (Chão): Do latim portu; lugar de abrigo. Chão – terreno plano, resultando Porto-Chão, lugar plano e abrigado. Este seria o significado nominal. Mas bem diferente será a sua origem, pois a zona é bastante acidentada. VELHA (Aldeia): Mulher idosa; coisas extraordinárias ou espantosas: arco-íris. No local surgem com frequência arco-íris, no entanto também se pode ter dado o caso de o primeiro habitante ter sido mulher idosa. Em 1550 tinha um único habitante. COLMEAL – da autoria do Sr. Doutor António Simões Lopes publicámos no Cap. I de «Passado – Presente», extenso artigo sobre a possível origem deste nome. (1) Hoje completamente despovoada. Não vive lá pessoa alguma. Situa-se relativamente perto do Carvalhal. in Boletim “O Colmeal” Nº 104, Maio de 1970

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