21 novembro 2007

ESTÓRIAS DO COLMEAL

NATAL NO COLMEAL
Temos lido os comentários - aos diversos eventos levados a cabo pela UPFC- publicados no BLOG, que tanto prazer nos têm dado pela sua sinceridade... emotividade... criatividade. Agora, que se aproxima o Natal e as festas a esta época associadas - tradicionalmente dedicadas à família e principalmente às crianças – surgirão certamente narrativas plenas de encanto e beleza. Nós, pessoas do Colmeal (mas já de certa idade), lembrámo-nos também de escrever no BLOG:
“ESTÓRIAS DO COLMEAL”
Estas “estórias” poderão ser contadas nesta época... ou...noutras épocas. Quando as familias, amigos se reunirem à volta da lareira, por exemplo (ou, como se dizia noutros tempos “à volta da fogueira”). Quando lá fora, o frio “apertar”, “cortar” as faces, a geada cobrir os riachos, mas o céu...meu Deus...o céu continuar azul, numa cor de azul indefinível, tão lindo...e as estrelas? As estrelas, sempre a brilharem, cor de prata, tão brilhantes... mais brilhantes do que aquelas que temos nos nossos modernos “pinheiros de Natal”... Sim, é de noite. É na noite que se desenrola a “estória” que vos vamos contar, mas não é um Conto de Natal. Passou-se no Colmeal, claro. Mas era Verão, no princípio do século passado, quando as “moças”, com as suas mães, tias e avós, se sentavam na soleira da porta, ao serão, a conversar. A conversar sobre...casamentos, baptizados, namoros, namoricos, etc,etc. Numa noite, estavam elas muito entretidas, quando começam a ouvir sons próprios de patas no asfalto... não no asfalto, na calçada – nessa época as ruas tinham umas pedritas, ou eram só em terra batida – seriam cavalos? Ovelhas? Cães? Sim, eram cães...eram cães, que por elas passaram, em grande correria. No entanto, um deles parou... junto de uma das moças. Puxou-lhe o xaile que lhe cobria os joelhos – ela resistiu, segurou bem o seu xaile e... ele rasgou apenas umas franjas do mesmo. E...continuou a sua corrida desenfreada...estrada fora. Estava uma noite linda de lua cheia, todas se tinham esquecido do tempo – “estava-se tão bem ali”. Quando repararam, eram 2 horas da manhã - já era sexta-feira, e não quinta-feira. Recolheram-se às suas casas e esqueceram o episódio do cão e… do xaile. No dia seguinte, a dita rapariga encontrou o seu namorado no “Largo da Fonte”, conversando alegremente com amigos, bem disposto e rindo..., rindo com fortes gargalhadas, tão fortes que a fizeram aproximar-se e ver a sua boca aberta a rir – a sua boca aberta e os seus dentes lindos.....Os seus dentes lindos... Nos seus dentes lindos...nos seus dentes lindos... estavam pendurados pequenos fios das franjas do seu xaile... o seu xaile da noite anterior. Acabou-se o namoro. Acabaram-se os serões à porta, às quintas-feiras de lua cheia. __________________________________________________________ Acabou-se a “estória”. Estarão neste momento os nossos amigos colmealenses a comentar: “têm visto muitos filmes!!!!”, “Essa é velha”. È velha sim, remonta ao princípio do século passado, mas foi-nos transmitida por uma das intervenientes no serão....Completamente fidedigna para nós. Já não se encontra entre nós. Estará numa dessas estrelas no céu, a zelar pelo nosso bem-estar, pela nossa felicidade. Acreditamos. Mais “estórias” teremos para contar nos serões ou outras tertúlias colmealenses. Abraços para todos, das amigas ANA, BADANA, RABECA, SUSANA

3 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado caras Amigas por nos trazerem "estórias" que os jovens de agora já não podem ouvir.
E porquê? Porque os "contadores de estórias" que sabiam coisas maravilhosas e entretinham os miúdos de então, infelizmente foram desaparecendo, à medida que as noites de quinta-feira, as tais de lua cheia, foram passando por eles.
Voltem com as vossas "estórias"... mesmo que não haja lua cheia...

Anónimo disse...

Obrigado caras Amigas por nos trazerem "estórias" que os jovens de agora já não podem ouvir.
E porquê? Porque os "contadores de estórias" que sabiam coisas maravilhosas e entretinham os miúdos de então, infelizmente foram desaparecendo, à medida que as noites de quinta-feira, as tais de lua cheia, foram passando por eles.
Voltem com as vossas "estórias"... mesmo que não haja lua cheia...

Anónimo disse...

Ana, Badana, Rabeca e Susana, muitos parabéns pela estória, que é muito original e surpreendente. Como os lobisomens que passavam por aqui (Açor), segundo dizem, eram cavalos gigantescos, fico a pensar nas razões que levariam o pobre do mal fadado a fazer-se passar por bichos tão distintos! Pese, embora, a minha ignorância na matéria! Além disso, a estória está muito bem escrita. E moderna, no plano ortográfico! Fico à espera de mais. Abraço

Lisete de Matoa